Depois do lançamento em 02 de março de 2004, tendo percorrido 6,4 bilhões de km ao redor do Sol, com três sobrevoos da Terra e um por Marte para ganhar velocidade, no último 06 de agosto a nave Rosetta da Agência Espacial Europeia chegou a seu destino. Neste momento ela está realizando uma série de manobras a fim de estabelecer uma órbita ao redor do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, onde os cientistas esperam obter informações essenciais para entender o processo de formação do Sistema Solar.
Após uma década de viagem e das complicadas manobras, incluindo ainda encontros com os asteroides Steins e Lutetia, a Rosetta se dedica a um reconhecimento do cometa, tendo obtido já inúmeras fotos. Em novembro a nave deve lançar a sonda de pouso Philae, que em um feito ainda mais espetacular deverá pousar no cometa para realizar medições de suas propriedades. O 67P/Churyumov-Gerasimenko foi descoberto em 1969 pelos astrônomos ucranianos Klim Churyomov e Svetlana Gerasimenko, e circula o Sol uma vez a cada seis anos e meio. Seu afélio, o ponto de máximo afastamento da estrela, situa-se além da órbita de Júpiter. Seu núcleo tem 4 km de extensão.
A nave se chama Rosetta em alusão à Pedra de Rosetta, um antigo tablete egípcio que foi essencial na tradução dos hieroglifos. A sonda de pouso Philae deve seu nome a um obelisco descoberto em uma das ilhas do Rio Nilo. As menções se devem ao fato de que cometas e asteroides são vestígios da formação do Sistema Solar há 4,5 bilhões de anos e portanto seu estudo pode auxiliar a desvendar a história da formação de nosso lugar na galáxia. Após os encontros com os asteroides mencionados a Rosetta foi colocada em modo de hibernação em 2011, sendo despertada em janeiro deste ano para seu histórico encontro.
UM ANO DE MISSÃO ESTUDANDO O COMETA
No último mês de julho a nave já havia batido fotos à longa distância, comprovando que o astro é na verdade formado por dois corpos unidos por uma espécie de pescoço. A Rosetta deverá orbitar o 67P/Churyumov-Gerasimenko pelo menos até o final de 2015, estudando suas propriedades e sua evolução conforme ele faz seu percurso ao redor do Sol. Seus instrumentos já determinaram que a superfície do cometa tem temperaturas altas demais para ser coberta somente por gelo. Os cientistas consideram que devem existir somente trechos de gelo em uma superfície coberta por poeira. Até mesmo uma imagem que se assemelha a uma face a nave já fotografou, resultado evidentemente de ilusão de óptica conforme mostrado em um dos links abaixo. Será, sem dúvida, uma jornada de muitas descobertas.
Confira um vídeo sobre a missão histórica:
Visite o site oficial da Rosetta
Confira um infográfico da missão
Veja fotos do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko
Imagem da suposta face na superfície do cometa
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