A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) mantém o Programa Discovery para missões destinadas a outros mundos do Sistema Solar e que sejam focadas em objetivos específicos, além de relativamente baratas. A agência está analisando atualmente diversas propostas, e uma delas pretende investigar se há vida na pequena lua Enceladus de Saturno. Denominada Descobridor de Vida em Enceladus (ELF), a nave poderia ser lançada no final de 2021. A NASA deve anunciar em setembro de 2016 a missão escolhida.
Em 2005 a nave Cassini, em órbita de Saturno, descobriu gêiseres de gelo de água, sais, compostos orgânicos de carbono e outras moléculas sendo lançados do pólo sul de Enceladus, que tem cerca de 500 km de diâmetro. Os cientistas descobriram que as emissões de Enceladus abastecem de material o anel E de Saturno. A incrível descoberta possibilitou elaborar uma missão capaz de colher amostras do oceano subterrâneo de Enceladus sem necessidade de pousar, utilizar uma broca ou derreter gelo na superfície. Basta voar a pouca distância da superfície da Lua a fim de colher amostras, exatamente o propósito da missão ELF. A Cassini passou através das plumas ejetadas diversas vezes, porém não está equipada para detectar evidências de vida.
A missão ELF, pelo contrário, caso seja aprovada pela NASA, irá procurar por evidência de atividade biológica alienígena no material ejetado de Enceladus. A nave terá dois espectrômetros de massa, um para moléculas gasosas, outro para as sólidas. Os dois instrumentos irão analisar aminoácidos, ácidos graxos, metano e outras moléculas. Isso permitirá que os cientistas realizem três testes separados para tentar encontrar vida alienígena. Também será incorporado um instrumento demonstrador de tecnologia, capaz de determinar a quiralidade de aminoácidos. Em toda vida na Terra os aminoácidos funcionam no sentido da esquerda, e uma preferência dessas em uma amostra extraterrestre seria uma indicação concreta de vida alienígena.
BUSCANDO VIDA ALIENÍGENA EM ENCELADUS
Se a NASA aprovar a ELF, que deverá ter um custo ao redor de 450 milhões de dólares, o lançamento poderá acontecer em 2021 por meio de um foguete Atlas V, em uma viagem de nove anos e meio até Saturno. A ELF entrará em órbita do planeta, e voará através das plumas ejetadas de Enceladus cerca de 10 vezes ao longo de três anos, chegando a até 50 km da superfície da lua. Outra inovação será a utilização de paineís de energia solar para o suprimento de energia, pela primeira vez em uma missão tão distante do Sol. Isso é necessário para manter os custos baixos e devido ao pequeno suprimento de plutônio para geradores nucleares. Ao analisar o material emitido pelos mais de 100 gêiseres já descobertos em Enceladus, a ELF pode responder a uma das perguntas mais fundamentais já feitas pela espécie humana.
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