Neste último domingo (24), logo cedo, fui pego de surpresa e concedi entrevista ao G1 por telefone. Com pouca informação em mãos, pensei inicialmente se tratar de um balão junino com cangalha especial. Depois a Rede Globo ligou, por volta das 10h00, me solicitando para analisar o vídeo num curtíssimo espaço de tempo. Pedi uma cópia antecipada, que foi enviada até minha casa através de motoboy por volta das 11h00, e às 15h00 já estava dentro da emissora para fornecer o parecer, saindo de lá por volta das 20h00, enquanto os jornalistas editavam velozmente a matéria e encaminhavam ao Rio de Janeiro [Veja trechos exibidos clicando aqui e aqui].
Assinei o termo de responsabilidade – no qual não se pode ceder cópia a ninguém – e estou buscando solicitar autorização da emissora para publicar tal conteúdo na íntegra, já que nenhum outro canal ou fonte parece ter captado com tamanha precisão e detalhes o artefato. O objeto é grande, está alto e distante, portanto quem fez isso gastou uma quantia considerável. A filmagem completa possui três minutos, mas foi ao ar apenas uma pequena parte, de alguns segundos. Há outros detalhes importantes no vídeo, que não foram ao ar. Por exemplo, em determinado instante, o cinegrafista recua o zoom e o objeto se torna apenas um ponto luminoso no céu.
Pelo que constatei calmamente em análise posterior, mais detalhada e paciente, os autores do aparato voador utilizaram um grande balão tipo blimp com gás hélio ou um balão meteorológico, que à noite, sem iluminação, fica invisível. Há fabricantes de blimps com peças de vários metros de diâmetro em sua linha de produção, mas aceitam encomendas para fazer maiores e sob qualquer formato.
Brincadeira ou marketing
Ao anoitecer do sábado, depois de tudo preparado, pegaram o balão e começaram a “dar corda” (levantá-lo) a uma certa altura (de 10 a 20 metros). Então prenderam a enorme estrutura giratória de metal leve – com 23 holofotes de luz branca e um holofote azul no centro -, como se fosse uma cangalha.
Com ela apagada, continuaram a soltar corda, agora com o próprio cabo elétrico duplo (neutro e fase), levando-a bem alto no céu. Amarraram em algum lugar e ligaram na energia elétrica, acendendo os holofotes e o pequeno motor para girar. E lá ficou a noite inteira e madrugada. Já no domingo, um pouco antes do amanhecer, desligaram a energia elétrica, recolheram a cangalha e o balão.
As testemunhas disseram que viram movimentos de deslocamento, indo e voltando, como um pêndulo invertido. Isso foi ação do vento. O “UFO” apareceu no céu do nada e também sumiu instantaneamente. Pode ter sido uma simples brincadeira de alguém com dinheiro sobrando ou uma chamada comercial para o lançamento de algum empreendimento, ou ainda algum programa humorístico. Saberemos disso em breve.
O vice-presidente do Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (INFA), Dr. Ricardo Varela Correa [Conselheiro especial da Revista UFO e membro da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU)], do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), especialista em balões meteorológicos, bem que poderia, assim que possível, examinar detalhes técnicos, tais como dimensões, altura que consegue atingir, peso que consegue arrastar etc. Existem balões meteorológicos que chegam a dar volta ao mundo [Veja Câmera acoplada em balão meteorológico registra imagens da estratosfera].
Estou juntando todas as informações e preparando uma relatório detalhado, durante o tempo livre mínimo que disponho. Seria interessante também se surgissem mais filmagens extensas do mesmo artefato, oriundas de outras fontes, o que infelizmente parece que não ocorreu. Saiba tudo sobre o avistamento que mexeu com São Paulo no último final de semana:
Possível UFO avistado em pelo menos três cidades da grande São Paulo
Segundo ufólogo, objeto voador seria um balão
UFO de Embu e Taboão – análise preliminar
Morador de Embu assume possível autoria do “disco voador”
Confirmada definitivamente a \’hipótese da pipa\’ no objeto voador de Embu