Relatos de testemunhas foram gravados, mas ainda é perigoso divulgar para não expor os informantes
E dentro dessa questão o destaque foi sem dúvida o trabalho do ufólogo Vitório Pacaccini, que antes de se apresentar para o advogado e investigador inicial do caso, o ufólogo Ubirajara Franco Rodrigues, já havia conseguido um depoimento explosivo gravado por ele em áudio.
Pacaccini, já integrado as investigações iniciadas por Rodrigues, conseguiu logo em seguida acesso a outras fontes militares que, contra as ordens recebidas dos comandos das diferentes forças envolvidas com a história (Bombeiros, Polícia Militar de Minas Gerais e Exército Brasileiro), passaram a colaborar para o estabelecimento da verdade.
Essas testemunhas, que haviam participado diretamente de vários dos aspectos do caso, tendo a oportunidade, inclusive, de ter contato visual com as criaturas capturadas, não só deram base para tudo que já vinha sendo estudado mediante testemunhas civis, mas trouxeram detalhes impressionantes de aspectos que antes não haviam sido acessados pelos investigadores.
Como conhecedor de todo esse material e tendo participado diretamente da obtenção ao lado de Pacaccini de uma das gravações realizadas em vídeo, posso garantir e já dei testemunhos sobre isso, que as investigações podem ser divididas entre o que foi feito antes e depois do início desse processo, que permitiu a obtenção dessas gravações e Pacaccini foi, sem dúvida, o diferencial nessa história, mediante seus contatos com fontes fundamentais no Sul de Minas Gerais.
No dia 04 de maio daquele ano (1996) eu saí com o referido ufólogo para gravar em vídeo o depoimento daquela que ainda hoje é considerada fundamental, que foi a base para que poucas horas depois, em uma reunião histórica na cidade de Varginha (MG), o mesmo pesquisador (Pacaccini), pudesse dar os nomes de vários militares da Escola de Sargento das Armas (Exército), a principal força envolvida não só com as operações relacionadas ao caso, como àquela que liderou todo o processo de abafamento ou acobertamento sobre a queda do UFO e o recolhimento, e captura de pelo menos parte de sua tripulação.
Minha missão na oportunidade foi gravar em vídeo o depoimento dessa fonte na forma de uma entrevista concedida pelo membro da ESA, a instalação do Exército Brasileiro situada na cidade vizinha de Três Corações (MG). Essa fonte militar deu detalhes impressionantes sobre o que aconteceu dentro do Hospital Humanitas, para onde um dos seres foi levado após sua captura.
O depoimento gravado revela a morte da criatura, retirada por um comboio militar do Exército e em seguida levada dentro de uma caixa de madeira para as próprias instalações do Exército Brasileiro na já mencionada cidade de Três Corações, a poucos quilômetros de distância de Varginha.
Ela revelou a Pacaccini e à minha pessoa, que foi feito todo um processo visando a manutenção do sigilo sobre o que estava de fato acontecendo, até mesmo para os militares de baixa patente que participaram daquele comboio. Apenas aqueles que precisavam saber para desempenharem funções específicas tinham informações sobre a natureza real daqueles acontecimentos. Segundo ainda a mesma fonte, houve um outro comboio da ESA para levar os “materiais” ligados ao caso para a cidade de Campinas (SP).
O mesmo militar deixou claro que nos dias e semanas seguintes à divulgação por Pacaccini (04 de maio de 1996), dos primeiros nomes de militares do Exército envolvidos com a história, foi criada uma operação, procedimento, para tentar identificar os militares envolvidos com o vazamento de informações e gerar uma documentação de “salvaguarda” assinada por todos que, na visão do comando da instituição militar, poderiam estar envolvidos com a quebra de segurança e transmissão de informações para os ufólogos à frente do caso.
Falando claramente, cada militar, de baixa patente ou não, envolvido com aqueles acontecimentos, que poderiam ter tido contato com os ufólogos à frente das investigações, teriam participado de uma farsa, declarando que, nos momentos que haviam de fato participado do caso, estavam na verdade em outros locais, dentro de “missões”, que nada tinham de relacionamento com a história.
Poucos dias depois da gravação histórica do depoimento de nossa fonte militar, o General Sérgio Pedro Coelho Lima, na época comandante da ESA, após ler no dia 08 de maio (1996) para a imprensa uma nota de poucas linhas desmentindo qualquer envolvimento da instituição militar com aqueles acontecimentos (queda de um UFO, captura e transporte dos seres), ao ser questionado por um dos jornalistas presentes da EPTV, uma afiliada da Rede Globo, sobre onde estavam os militares citados por Pacaccini nos momentos que envolveram o caso, declarou para os presentes simplesmente que “(…) trabalhando em prol do Exército, em prol da Nação.”
No dia 10 de Maio (1996), apenas seis dias depois da reunião histórica em que os nomes de militares do Exército envolvidos com o caso foram citados pela primeira vez por Pacaccini e dois dias depois que o desmentido oficial do General Sérgio Pedro Coelho Lima foi apresentado à imprensa, o comandante da ESA instaurou “curiosamente” uma Sindicância Militar em que os militares citados por Pacaccini como envolvidos com o caso, e outros, que o comando da instituição certamente sabia que tinham de fato participado das operações e potencialmente poderiam, portanto, estar revelando a verdade, prestaram depoimentos devidamente assinados, entre outras coisas, para oficializar que nada tinham de ligação com os acontecimentos.
Cada um desses militares supostamente teria estado na verdade em outros locais, totalmente apartados dos fatos que os ufólogos estavam divulgando. Mas voltando ao militar cuja entrevista a Pacaccini tive a honra de documentar em vídeo, existe muito mais que poderia ser dito, mas não posso deixar de ressaltar nesse momento o temor da testemunha frente a possibilidade de ser identificado pelo comando da instituição. A fonte não escondeu o nível de sua preocupação e muito menos as possíveis consequências para ela, por estar se posicionando contra o acobertamento de forma tão categórica.
Ela passou informações de qualidade indiscutível, inclusive substanciadas não só pelo comportamento dos comandos militares envolvidos (Bombeiros, PM – MG e do próprio Exército) relacionado as inúmeras contradições perpetradas no contato com diferentes mídias nas tentativas de negar a natureza ufológica dos acontecimentos, como a forma que essas autoridades se posicionaram dentro do próprio Inquérito Policial Militar, aberto oficialmente para aferir a possível ocorrência de ilícito penal no conteúdo da primeira obra sobre a história, o livro “Incidente em Varginha”, de autoria do próprio Pacaccini.
Isso será explicitado de forma categórica por esse autor e pelo ufólogo Fernando Ramalho, que assina também os conteúdos da presente campanha. Poucos dias depois de ter gravado em vídeo o explosivo depoimento da segunda testemunha militar, um outro foi conseguido e gravado mais uma vez na cidade de Varginha tendo à frente, pela terceira vez, o investigador Vitório Pacaccini. Isso aconteceu ainda em maio daquele ano (1996), no mesmo dia em que eu e o ufólogo e amigo Claudeir Covo, outro nome de destaque dentro das investigações do caso, estávamos reunidos em um seminário que organizei na cidade do Rio de Janeiro.
Claudeir chegou a comunicar ao público, em primeira mão, naquele dia, que outro membro do Exército Brasileiro, que também tinha ficado frente a frente a uma das criaturas, estava tendo suas declarações sobre o incidente também gravadas no Sul de Minas. A descrição detalhada da criatura prestada por essa nova fonte era exatamente igual, por exemplo, a apresentada pelas irmãs Liliane e Valquíria Silva, que acompanhadas pela amiga Katia Xavier, avistaram às 15:30 do dia 20 de janeiro de 1996 um dos seres no bairro Jardim Andere (Varginha), avistamento que acabou por dar como origem a investigação do caso.
Quando retornei a Varginha e vi esse depoimento, que passei também a ser um de seus “guardiões”, não só fiquei impressionado pela forma séria e contundente do relato de mais esse militar, como do estado emocional que se encontrava a testemunha ao se deixar gravar. Eu nunca havia visto um testemunho revestido de tamanha gravidade e temor. O militar estava visivelmente aterrorizado pelo que havia sido testemunha e sabia das possíveis implicações de seu relato.
Coisas muito mais graves aconteceram e serão aqui progressivamente apresentadas nas próximas semanas, não só mediante outras postagens, como de Lives em meu canal do Youtube, que mostrarão de uma forma diferenciada e objetiva, os motivos para o Exército Brasileiro não ter tido interesse em tornar pública de início a existência do Inquérito Policial Militar (IPM) desenvolvido nas instalações da Escola de Sargento das Armas e, em seguida, sua descabida conclusão.
Apesar do conteúdo explosivo dos depoimentos ter sido divulgado por mim e outros dos principais investigadores do caso, as gravações não puderam ser até hoje disponibilizadas abertamente, pois isso identificaria nossos informantes, sujeitando esses militares a situações imprevisíveis. Para demonstrar de forma objetiva a existência desses materiais, o jornalista (hoje saudoso) Goulart de Andrade teve acesso aos vídeos em uma deferência especial de Pacaccini e de Ubirajara Rodrigues.
Em épocas mais recentes, quando de minha participação no episódio sobre Varginha da série televisiva “De Carona com os OVNIs”, exibida pelo History Channel, procedi da mesma forma, apresentando para Fred Morsch, o âncora do programa, essas mesmas gravações iniciais, na certeza de que esses militares não teriam suas identidades divulgadas. Essas gravações, entretanto, e outros documentos (diferentes origens), possuem um relacionamento direto com ações que já estão sendo gestadas nesse momento, colocadas mesmo em prática, inclusive, legalmente, para expor de forma decisiva os aspectos mais obscuros de toda essa história.
Por Marco Petit
Ufólogo e escritor autor de 14 livros que abordam diferentes aspectos da Ufologia, incluindo a obra “Varginha – Toda Verdade Revelada”. Petit é Coeditor da revista UFO e membro fundador da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU).
Consultoria jurídica: Dr. Flori Tasca (OAB-PR) e Luiz Azenha (OAB-RJ).
ATENÇÃO: Postagens de Petit, Fernando Aragão Ramalho (e convidados) toda quinta-feira nesta página. Compartilhem esse e os outros conteúdos que serão divulgados. Curtam e sigam a página da campanha.
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