Após o pouso bem-sucedido de 14 de dezembro de 2013, a sonda lunar chinesa Chang´e 3 liberou o rover Yutu, na primeira missão de pouso lunar desde a sonda soviética Luna 24, em 1976. Este é mais um passo nos ambiciosos planos espaciais da China, que preveem para os próximos anos uma estação orbital tripulada e o pouso de seus astronautas na Lua.
O Yutu e a Chang´e 3 passaram incólumes por sua primeira noite lunar no começo de janeiro, quando entraram em modo de hibernação. Uma segunda noite iniciou-se em 25 de janeiro, porém imediatamente a seguir houve um sinal de problemas com o rover. De acordo com a agência estatal Xinhua: “O Yutu exibiu uma anormalidade mecânica de controle e os cientistas estão organizando reparos”.
Enquanto a Lua orbita ao redor da Terra seu dia dura aproximadamente 28 dias terrestres. Isso significa que os períodos iluminados pelo Sol são de 14 dias da Terra, com a noite lunar durando outros 14 dias. No período diurno as temperaturas vão a 100ºC, ao passo que a noite o frio chega a -173ºC. Veículos automáticos de pouso lunar costumam ser equipados com pequenas baterias nucleares a fim de proteger seus circuitos eletrônicos dessas condições.
EQUIPAMENTOS DE EXPLORAÇÃO
A missão Chang´e 3 pousou no Mare Imbrium, a pouca distância de uma cratera de impacto de 450 m de diâmetro. A sonda de pouso foi projetada para operar por um ano, ao passo que o Yutu tem expectativa de três meses de missão, sendo controlados pelo Centro de Controle Aeroespacial de Pequim (BACC). O equipamento do rover é muito sofisticado, contando com um sensor no braço mecânico para análise de elementos do solo, um espectrômetro de raios-X, um espectrômetro infravermelho, câmera panorâmica e um radar de penetração no solo. As análises já permitiram identificar os elementos magnésio, alumínio, cálcio e ítrio na superfície lunar.
A Chang´e 3 possui um telescópio óptico, câmera ultravioleta, câmera de pouso e câmera topográfica. Os objetivos de acordo com a Academia Chinesa de Ciências (CAS) são investigar a superfície da Lua, observar o céu e monitorar a Terra. Inúmeras fotos já foram enviadas e a agência espacial chinesa tem mostrado uma maior abertura para a imprensa ocidental, liberando muitas das informações obtidas. Entre os destaques, está uma foto da Terra nascendo no horizonte lunar.
O programa espacial chinês ainda é motivo de controvérsia entre os analistas. Muitos afirmam que o objetivo do país asiático é obter status, ao passo que outros defendem que, como no caso da missão Chang´e 3, os cientistas chineses pretendem somente obter reconhecimento por sua contribuição. A posição oficial da China é a de que buscam parcerias, como no caso de sua próxima estação espacial e uma futura missão lunar tripulada. Os chineses dizem que, caso sejam boicotados pelas demais potências buscarão outros parceiros, nomeando Brasil, Índia, Japão e Coreia do Sul. Vale ainda destacar que o dispositivo de acoplamento das naves Shenzhou é compatível com a Estação Espacial Internacional, mas por enquanto não existem negociações a respeito da participação chinesa nesse projeto.
Vídeo: o grande passo da China ao espaço
Galeria de fotos da Chang´e 3 d do Yutu
Sonda chinesa Chang´e 3 pousa na Lua
Saiba mais:
Livro: Terra Vigiada
DVD: Pacote NASA: 50 Anos de Exploração Espacial
Veja em 50 Anos de Exploração Espacial os momentos mais emocionantes da trajetória da NASA, desde o primeiro homem em órbita até as missões do ônibus espacial. A série contém ainda detalhes do funcionamento de satélites espiões, do desenvolvimento da Estação Espacial Internacional e da implantação do telescópio Hubble. Conheça a verdadeira razão de não voltarmos mais à Lua e descubra que o destino agora é Marte, Vênus, Júpiter e mundos além do Sistema Solar, e quais são os planos da NASA para alcançá-los.