O entrevistado deste mês colabora com a Revista UFO desde 2016, portanto seus textos já são bem conhecidos de nossos leitores. Porém, esta entrevista procurou trazer uma visão melhor e mais completa sobre quem é Umberto Visani, pesquisador italiano nascido em Turim, em 1983. Graduado em direito, desde a adolescência se interessou por Ufologia, arqueologia misteriosa, antropologia, tradições e criptozoologia. Desde 2009 colabora para inúmeras revistas de seu país, tais como Mistero Magazine, UFO International Magazine, e as estrangeiras Open Minds, The Ufologist Australia, Fate, além da UFO.
Visani é um pesquisador eclético, cujo interesse e investigação acerca do Fenômeno UFO abarca as mais diversas áreas, épocas e lugares. Desde 2010, durante alguns anos, foi convidado de vários episódios do programa televisivo Mistero, transmitido pelo canal Itália 1. É autor de vários livros que mostram a grande variedade dos seus interesses, dentre os quais Mondo Alieno: UFO ed Extraterrestri Nella Storia Dell’Umanità [Mundo Alienígena: UFO e Extraterrestres na História da Humanidade. Arethusa Edizioni, 2012], Ubique [CreateSpace, 2013], Mai Stati Sulla Luna? Misteri e Anomalie Delle Missioni Apollo [Nunca Estivemos na Lua? Mistérios e Anomalias das Missões Apollo. Uno Editori, 2016], I Misteri dell’Umbria [Os Mistérios da Umbria. Morlacchi Editore, 2017] e Scomparsi [Desaparecidos. Uno Editori, 2020].
Bom conhecedor não só dos acontecimentos da Ufologia Mundial em geral, o que inclui a Brasileira em particular, durante a entrevista Visani não apenas demonstra possuir um amplo leque de conhecimentos, mas também meticulosidade e, consequentemente, um pensamento coerente sobre as várias questões da fenomenologia ufológica antiga e atual, sem medo de manifestar um pensamento independente a respeito de temas polêmicos e enigmáticos como o dos agroglifos. “Uma vez esclarecido que nem todos os círculos são feitos por artistas e que existem alguns cuja origem é desconhecida, surge uma série de hipóteses sobre a natureza deles. Poderiam ser extraterrestres, frutos de experimentos militares ou de inteligências não humanas?”, reflete.
Particularmente interessante é a casuística que provém da antiguidade greco-romana, tempos em que as descrições das testemunhas não eram contaminadas pela grande quantidade de informações atuais. Visani nos mostra as detalhadas descrições, por parte de importantes fontes da época, a respeito dos chamados “feixes ardentes” e “bolas de fogo” que subitamente atravessavam os céus — eventos que, de tão inusitados, tornaram-se dignos de nota e chegaram até nós mesmo depois de dois milênios.
Rica casuística italiana
Despertará também muita curiosidade a apresentação do polêmico Caso Amicizia [Amizade], pouco conhecido aqui no Brasil, mas que ainda é visto como um dos mais sensacionais da já rica casuística italiana, o qual retrata uma suposta colaboração entre humanos e extraterrestres que envolvem diversas pessoas, como nos diz Visani. “Entre os humanos e a raça W56, houve por vários anos uma verdadeira troca que se poderia tranquilamente definir como ‘comercial’: os terrestres enchiam vagões inteiros de alimentos, principalmente frutas e vegetais. Em troca, recebiam às vezes dinheiro, outras vezes barras de platina, mas também muitas noções técnicas avançadas sobre o funcionamento das espaçonaves desses ‘amigos’”. Essa curiosa história é narrada em detalhes nas próximas páginas.
Outro tema pouco explorado, mas que constitui um dos maiores interesses de Visani é o dos chamados fairies, ou o pequeno povo — termo inglês que designa não somente as fadas, mas também outros seres fantásticos, como ogros, gnomos e trolls —, personagens do folclore europeu que, desde sempre, foram tidos como raptores de crianças recém-nascidas e, algumas vezes, também de suas mães. O pesquisador nos mostra que esses contos populares trazem muitos elementos em comum com o que é descrito quanto às modernas abduções, e que esses casos já aconteciam em nosso planeta há séculos, porém, foram entendidos como eventos sobrenaturais por uma população que não tinha como saber a respeito de Ufologia em tempos mais remotos.
Isso nos coloca um ponto de interrogação, o qual é reforçado pelo próprio Visani, sobre a natureza extremamente subjetiva e impalpável das abduções. Esse tema, por sinal, entra em um dos campos de maior interesse do ufólogo italiano, que é o das pessoas desaparecidas em todo o mundo. Indivíduos que somem de forma inexplicável, a exemplo das crianças levadas pelos fairies, mas também nos mais variados contextos, inclusive no mundo moderno. Em relação ao último livro recém-publicado por Visani, o qual trata em profundidade da questão dos desaparecidos, publicamos um texto nesta edição.
Dessa forma, Visani toma uma posição de imparcialidade e, ao mesmo tempo, ceticismo quanto aos relatos dos abduzidos, entendendo que a questão das abduções, em sua opinião, parece ir um pouco além do tema UFO propriamente dito. “O quadro muda radicalmente com as abduções, que mostram perfis de subjetividade tão elevados que tornam extremamente difícil expressar-se com certeza sobre sua natureza íntima, bem como sobre sua conexão com o Fenômeno UFO”. Assim, ele as diferencia claramente do fenômeno dos avistamentos, o qual seria bem mais pautado pela objetividade.
Engenharia reversa
Ainda sobre as questões atuais da Ufologia, Visani chama a atenção para a suposta engenharia reserva, como é conhecida a apropriação da tecnologia alienígena fruto de contatos com tripulantes de espaçonaves acidentadas em solo terrestre, e sua aplicação para fins tecnológicos humanos. A esse respeito, o italiano cita o coronel Philip J. Corso, ex-membro do Exército norte-americano que fez declarações chocantes sobre aquelas que seriam as verdadeiras origens de tecnologias hoje amplamente utilizadas, a exemplo de fibra ótica e lasers, e sobre como tudo isso parece estar ligado ao tão aclamado caso Roswell.
Esses e outros temas, como as polêmicas declarações do ex-ministro de Defesa canadense Paul Hellyer a respeito do acobertamento governamental dos UFOs, e os instigantes casos de USOs, ou objetos submarinos não identificados — cuja casuística se espalha pelo mundo em impressionantes relatos —, serão abordados nessa entrevista, que nos oferece um verdadeiro panorama da investigação ufológica atual. O olhar de Umberto Visani abre horizontes para aqueles que não se contentam com explicações prontas e que apreciam manter o espírito de investigação diante de fenômenos os quais permanecem, acima de tudo, sem explicação.
Umberto, você é consultor da Revista UFO há alguns anos, mas nem todos sabem que é também autor de vários livros que tratam da complexa fenomenologia ufológico. Quando começou seu interesse pelo tema? Meu interesse pelos UFOs nasceu muito cedo, por volta dos 9 anos, logo depois que comecei a me interessar por outra grande paixão, a criptozoologia, ou seja, o estudo de animais lendários, ainda não reconhecidos pela ciência oficial. Alguns exemplos são o monstro de Loch Ness, Sasquatch, Pé Grande e outros. A partir daí, meu interesse se expandiu para os UFOs e a tentativa de compreender a origem do fenômeno.
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