Após décadas de sorrisos indiferentes e repúdios, o mais novo chefe da NASA, Bill Nelson, diz que a agência está oficialmente se juntando ao esforço para entender melhor os UFOs. O anúncio pegou todos de surpresa, quando Nelson disse querer adicionar uma perspectiva científica nas recentes investigações sobre o fenômeno.
Especificamente, Nelson observou como os vídeos agora famosos de objetos desconhecidos vistos e filmados por pilotos militares iniciaram uma nova onda de interesse do governo no tópico há muito tabu. “Eu só quero que você saiba que o que você viu na TV recentemente, nos filmes da Marinha, eu já sabia em meu antigo cargo na Inteligência no Comitê de Serviços Armados”, disse Nelson em uma entrevista coletiva em 02 de junho realizada na sede da NASA em Washington, D.C. “E eu conversei com aqueles pilotos. E eles acham que é real.”
Essas discussões, disse ele, o levaram a perceber que era hora da NASA se envolver. “Eu conversei com o doutor Thomas Zurbuchen, Administrador Associado no Diretório de Ciências da NASA, sobre o que podemos fazer especificamente de uma perspectiva científica além da perspectiva da inteligência, para tentar trazer alguma luz adicional sobre isso.” A NASA mantém o chamado Sistema de Relatórios de Segurança da Aviação (ASRS), que é essencialmente um banco de dados de “quase acidentes” relatados por aviadores, incluindo incidentes com UFOs. “O ASRS coleta, analisa e responde a relatórios de incidentes de segurança de aviação submetidos voluntariamente a fim de diminuir a probabilidade de acidentes de aviação”, de acordo com um comunicado em seu site.
O ASRS de fato continha muitos relatos de UFOs feitos por aviadores surpreendentemente semelhantes aos relatados por pilotos militares. Mas, além de manter o local por razões de segurança, não há indicação de que a NASA investigou qualquer um desses incidentes. O Congresso dos Estados Unidos, por outro lado, criou recentemente a Força-Tarefa de Fenômenos Aéreos Não-Identificados (UAPTF), cujo relatório ao corpo legislativo está previsto para ser entregue no dia 25 de junho. Essa investigação, no entanto, está sendo conduzida pelo Departamento de Defesa, não pela NASA. Após o anúncio inesperado de Nelson, agora parece que o mais novo líder da agência está pronto para colocar toda a força de seus cientistas e pesquisadores nesse campo.
Na conferência de imprensa de 02 de junho, cujo objetivo principal era anunciar um par de novas missões à Vênus, a declaração inicial de Nelson sobre UFOs foi breve antes de ele direcionar a pergunta ao doutor Zurbuchen, que ofereceu sua opinião sobre a situação. “A história está repleta de exemplos de coisas que foram identificadas, ou foram chamadas de UFOs, que são alguns tipos de nuvens ou fenômenos meteorológicos”, disse Zurbuchen. O cientista então discutiu a busca contínua por vida microbiana e bioassinaturas já conduzidas na NASA antes de trazer a conversa de volta sobre como eles poderiam ajudar com a questão dos UFOs. “O tipo de pergunta que se concentra na vida em outros lugares é basicamente o que fazemos, usando as ferramentas da ciência”, disse ele. “Faremos tudo o que pudermos para levar nosso entendimento adiante.”
Bill Nelson mal assumiu o cargo de administrador da NASA e já planeja botar seus cientistas para investigar o mistério dos UFOs.
Fonte: NASA/Bill Ingalls
Zurbuchen concluiu seus comentários com um olhar esperançoso para projetos como o telescópio James Webb e a Operação Libélula, que incluem esforços mais tradicionais para procurar sinais potenciais de vida no cosmos. A Administradora Associada da NASA para Exploração e Operações Humanas, Kathy Lueders, encerrou o tópico com um comentário despreocupado que parecia perfeitamente alinhado com suas funções atribuídas. “Se alguém souber fazer um projeto de nave espacial como esses”, disse ela, referindo-se aos vídeos de UFOs, “eu adoraria saber!”
Após o comentário de Kathy, que arrancou risadas audíveis da mídia reunida, nada mais foi dito sobre o assunto. Dois dias depois, Rachel Crane, da CNN, sentou-se com Nelson para uma entrevista individual, na esperança de lançar mais luz sobre os esforços planejados da NASA nesta área. “Você acha que fomos contatados por extraterrestres?” disse Rachel, para abrir a discussão. Com um sorriso que parecia mais genuíno de admiração do que de descrença, Nelson deu uma explicação um tanto semelhante à que deu na coletiva de imprensa. “Falei com aqueles pilotos da Marinha”, disse ele, “e eles têm certeza de que viram algo real. Claro, nós vimos os vídeos feitos a partir de seus jatos. O que é? Não sabemos.”
Por causa dessas perguntas não respondidas, Nelson explicou, ele encarregou as mentes mais brilhantes da NASA a olharem para a questão dos UFOs de um ponto de vista científico, para ver se eles podem ajudar a descobrir o que esses pilotos estão vendo. “Não sabemos se é extraterrestre”, disse ele. “Também não sabemos se é um inimigo. Não sabemos se é um fenômeno óptico. Mas não achamos que sejam por causa das características que aqueles pilotos de jato da Marinha descreveram quando os viram se moverem. O resultado é que queremos saber e é isso que estamos tentando fazer.” Quando questionado por Rachel o que ele pessoalmente pensava que os pilotos da Marinha e outros estavam vendo, Nelson deu uma resposta que parecia perfeitamente consistente com sua nova função. “Não tenho a menor ideia”, disse ele. “É por isso que recorri aos nossos cientistas.”
Rachel pressionou Nelson mais sobre se ele achava ou não que a NASA deveria estar mais envolvida neste ponto, ao que ele ofereceu uma resposta curta, mas direta. “Bem, nós estamos. E eu comecei. Estou aqui há um mês e já comecei.” Para encerrar a entrevista, Nelson reconfirmou que qualquer coisa que a NASA encontrar será usada para informar os esforços já em andamento pelo Departamento de Defesa. “Não estamos trabalhando diretamente com eles (a UAPTF), mas posso garantir que se encontrarmos algo, o Pentágono vai querer saber.”