A grande sensação astronômica em outubro foi a revelação de que, em duas ocasiões, o telescópio espacial Kepler detectou trânsitos absolutamente incomuns na estrela KIC 8462852. Diante desse sol um pouco maior que o nosso, situado a 1.500 anos-luz de distância na Constelação Cygnus, o instrumento da NASA observou em 2011 e 2013 obscurecimentos totalmente incomuns de sua luz. Esses trânsitos bloquearam respectivamente 15% e 22% da luz estelar, quando a passagem de um grande planeta gasoso como Júpiter diante de sua estrela diminui seu brilho em no máximo um por cento.
Tais fenômenos, ao contrário dos trânsitos planetários que são regulares, não se repetiram. Várias hipóteses foram aventadas para explicar a observação e a surpresa foi o grande número de cientistas falando abertamente na teoria menos provável: a de que os trânsitos eram causados pela passagem de enormes estruturas artificiais, construídas por uma civilização alienígena avançada, a fim de colher a energia emitida por KIC 8462852. Contudo, a explicação mais provável, como todos sem exceção alertavam, era a passagem de um enxame de cometas diante da estrela e em uma investigação de duas semanas do SETI, o programa de busca por inteligência extraterrestre, utilizando o Allen Telescope Array, nenhum sinal de rádio inteligente foi detectado. E foi recentemente publicado um artigo defendendo a teoria dos cometas.
Houve outras tentativas de investigação. Observações realizadas em 2010 pelo telescópio infravermelho WISE (Explorador Infravermelho de Campo Amplo), não encontraram nada anômalo e foram feitas antes das observações do Kepler. O telescópio Spitzer, que também trabalha na região infravermelha do espectro, observou KIC 8462852 em 2015, mas igualmente não encontrou qualquer evidência de poeira sendo iluminada pelo brilho estelar. Esse fato jogou por terra outra das possíveis explicações, a de um grande choque de asteroides. No artigo agora publicado Massimo Marengo, da Universidade do Estado de Iowa, defende que cometas frios poderiam ser os responsáveis pelas observações. Conforme a teoria, um enorme grupo de cometas viajaria ao redor da estrela em uma órbita muito excêntrica. À frente iria um grande cometa, que seria o responsável pela detecção de 2011.
PARTE DA COMUNIDADE CIENTÍFICA AINDA NÃO SATISFEITA
Depois, em 2013, o restante da família de cometas, fragmentos de vários tamanhos seguindo o corpo principal, teriam causado o segundo obscurecimento da luz estelar. Por volta de 2015, todos esses objetos já teriam se afastado muito da estrela e não haveria evidências visíveis na luz infravermelha. Marengo comenta em seu trabalho a respeito da descoberta do primeiro pulsar, objeto que nunca fora visto antes e que, pela impressionante regularidade de seus pulsos de rádio, foi inicialmente tomado como prova de inteligência extraterrestre. O objeto foi até batizado como LGM-1, alusão à sigla em inglês para homenzinhos verdes, mas depois foi demonstrado que era um fenômeno natural. Contudo, a explicação dos cometas detalhada por Marengo ainda não satisfaz boa parte da comunidade astronômica, pois esses corpos deveriam ser detectados pelos sinais infravermelhos. A busca por uma resposta definitiva prossegue.
O artigo de Massimo Marengo foi publicado no The Astrophysical Journal Letters
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O Dossiê Cometa é o relatório da entidade homônima francesa – o Comitê Cometa – que analisou as evidências mais marcantes da atuação de ETs em nosso planeta, através de avistamentos e aterrissagens de UFOs que se prolongam há milênios e dos contatos com seus tripulantes. O documento foi entregue ao primeiro ministro francês e a outras autoridades mundiais, com uma séria advertência: devemos estar preparados para grandes transformações em nossa cultura, ciência e religião, pois em pouco tempo os UFOs causarão grande impacto em nossas vidas.