Contatos imediatos com objetos voadores não identificados e seus tripulantes podem ser tão assustadores que muitas pessoas arriscam a vida para escapar deles. José Pereira de Souza é um exemplo perfeito disso. Ele poderia ter morrido quando tentou fugir de um UFO que o perseguia. Souza é um fazendeiro que mora em Puxinana, na Paraíba, área de grande incidência ufológica. Sua proximidade com a morte permanece tão vívida na memória que, quando entrevistado, em setembro de 1991, ele ainda se lembrava exatamente da data e hora em que seu contato ocorreu — embora tivesse ocorrido 20 anos antes. “Aqui aconteceu em 22 de março de 1971, às 23h50”, disse. Naquela noite, ele tinha acabado de trabalhar no moinho de farinha de seu sogro, onde as raízes de mandioca eram ensopadas, amassadas, assadas e transformadas em farinha. “Eu estava indo para casa e parei para urinar. Quando olhei para cima, vi uma bola de luz. Comecei a correr e ela me seguiu”.
Ele não tentou se esconder, mas correu por mais de 400 m até sua casa — pelo menos 100 m através de uma represa alta. Mesmo durante o dia, atravessar a represa assusta, pois a parte alta dela tem menos de 3 m de largura, com corrimão só de um lado. O outro lado tem uma descida íngreme e pronunciada de 17 m até umas rochas grandes no fundo — um passo errado pode ser fatal. José Pereira de Souza concedeu entrevistas a diversos pesquisadores, a maioria membros de um grupo de estudos ufológicos de uma cidade próxima a Campina Grande, no seu estado. Na noite do contato, ele correu por aquele espaço estreito o mais rápido que pôde, no escuro, quando um tropeção poderia tê-lo feito cair e encontrar morte certa — Souza estava ciente do perigo, mas tinha mais medo da coisa que o perseguia.
“Quando cheguei à represa, o objeto se aproximou mais de mim. Tinha cerca de 10 m de diâmetro e cores azul, rosa e vermelha. A luz era tão brilhante quanto uma lâmpada e emitia um tipo de fumaça ou vapor. Desceu bem devagar sobre a água e eu achei que eles queriam me pegar. Fiquei com muito medo”, declarou. Souza chegou à outra extremidade da represa sem tropeçar e correu os últimos 300 m até sua casa, gritando para sua mãe abrir a porta. Quando entrou, ainda viu o UFO se afastando na direção oeste. Sua mãe não enxergava bem e não o viu entrar, mas quando ele lhe contou o que tinha acontecido, ela não deu muita importância à história. “Você viu um fantasma. As pessoas que ficam zanzando por aí à noite sempre veem fantasmas”, disse a senhora.
Mas, para José Pereira de Souza, aquilo não era um fantasma — ele chamou a coisa de nave espacial. A princípio, viu o que achava ser uma cabeça grande com olhos vermelhos nos arbustos, mas logo percebeu que era uma bola de luz, quando se levantou do solo.
Estranha experiência
Por que a vida de pessoas como Souza são colocadas em risco por seres que pilotam estas naves? É quase certo que os alienígenas naquele UFO poderiam tê-lo capturado, se assim quisessem. Mas não podemos estimar o que pensam ou querem aqui, conosco — é como se nós tentássemos entender o que passa pela cabeça de uma formiga ou um micróbio. Talvez a testemunha fizesse parte de alguma experiência que a tripulação daquele artefato estava conduzindo, como defendem tantos estudiosos. “Lá está um animal bípede urinando no mato. O que ele fará quando ligarmos as luzes? Ah, está correndo. Bem no alto do grande muro com água de um lado e uma descida íngreme do outro. Vamos segui-lo e ver se consegue chegar à outra ponta sem cair. Sim, consegue. Interessante, parece que todos correm de nós. Vamos procurar outro para assustar”. Seria isso o que pensam nossos abdutores?
O fato é que certamente eles encontram muitas outras vítimas, mesmo quando as pessoas estão indo a algum lugar no escuro e sem uma luz que possa chamar a atenção. Nossos visitantes extraterrestres enxergam na escuridão, ou com visão própria ou através de algum dispositivo de visão noturna — eles são capazes de realizar essa proeza há pelo menos 50 anos, pelo que sabemos. Como funciona o método não é segredo hoje em dia, pois os exércitos modernos possuem instrumentos assim e podem usá-los de maneira precisa para destruir alvos inimigos. Mas por que esses seres escolhem uma pessoa em particular? Essa é outra questão. Testemunhas que tiveram experiências com o que chamamos de “luz repentina”, porque ilumina tudo como se fosse dia, são geralmente fazendeiros ou pescadores — e a maioria delas não sofre danos.
Muitos dos que passam por tais experiências ficam assustadíssimos, mas nada lhes acontece — é como se os UFOs estivessem fazendo as pessoas se conscientizarem de sua presença aqui entre nós. Muita gente simplesmente vê uma luz brilhante e nada mais. Mas, às vezes, o que parece ser um objeto físico — ou parte dele — é observado com clareza. João Gomes da Costa também é um exemplo de testemunha que viu algo se projetando além da luz na noite. Ele estava andando no lombo de um burro nos morros perto da cidadezinha de Lajes Pintadas, no Rio Grande do Norte, quando algo sério lhe ocorreu. “Um objeto iluminou tudo a uns 60 m à minha volta e eu senti um vento frio ao mesmo tempo. Era como ar condicionado. Vi uma antena na parte de cima, como de televisão”. Costa ficou muito assustado, mas não tentou correr, e o burro não prestou atenção à luz — depois de cerca de um minuto, ela desapareceu e a testemunha foi para casa tão rápido quanto o burro permitisse.
Estrutura do disco voador
Um apêndice na estrutura do disco voador, como uma antena de TV, não faz sentido em algo que supostamente é de uma tecnologia tão avançada que está além de nossa compreensão — mas, mesmo assim, estes artefatos têm sido vistos com frequência. Até a Segunda Guerra Mundial, a maioria das aeronaves militares tinha antenas de rádio. Com o advento dos jatos cada vez mais rápidos, os projetistas os colocaram dentro do aparelho. Assim uma possível conclusão do episódio que viveu João Gomes da Costa é de que ele interpretou erroneamente o que viu, ou a “antena” era parte de algum disfarce da nave.
Duas outras pessoas daquela região também concederam entrevistas a pesquisadores, informando terem tido experiências semelhantes, mas não viram detalhes dos objetos nem foram feridas. Uma delas era um jovem de 20 anos, que caminhava na zona rural à noite em companhia de seus pais e seis irmãos ma
is novos — a família iria visitar parentes em outra fazenda. Quando estavam passando por um reservatório, ouviram um zunido constante que logo foi ficando mais alto, e parecia vir na direção deles. De repente, tudo ficou iluminado em uma área de uns 300 m à sua volta. Todos ficaram assustados e as crianças mais novas começaram a chorar — a mãe tinha certeza de que se tratava do fim do mundo e chamou todos os filhos para perto dela. Mas a luz e o zunido passaram rapidamente por cima de suas cabeças e, de repente, o clarão apagou. O barulho parou na mesma hora e eles não viram nem ouviram mais nada.
Existência de universos paralelos
Inicialmente, esse incidente pode nada significar para a casuística ufológica, além de outra luz iluminando e assustando pessoas no interior do Brasil. Mas uma análise da ocorrência nos revela que era muito mais do que isso. Por exemplo, o som ficando mais alto indicava, para a família, que alguma coisa estava vindo em sua direção no escuro. Algo voou no ar e, quando se aproximou, provavelmente localizando as testemunhas no escuro, repentinamente iluminou tudo em volta do grupo. Aquilo ainda os sobrevoou e com a mesma rapidez desapareceu — se o som cessa abruptamente em máquinas voadores dos homens, isso significa que elas podem cair, mas não ocorre o mesmo a um UFO.
O aparelho, como temos exemplos abundantes na literatura ufológica, pode simplesmente ter ficado invisível e permanecido no céu, observando a apavorada família e resolvendo deixá-la em paz mais tarde. Ou teria entrado em um universo paralelo, e por esse motivo não podia mais ser vista nem ouvida? E se realmente entrou em outro universo, qual foi seu intento? Voltar para seu planeta de origem ou ir a outro ponto da terra? Poderiam os tripulantes daquele UFO ter detectado outras vítimas desprevenidas em um universo vizinho ou em outro país terrestre, que lhes parecessem mais interessantes? Essas são perguntas que algum dia nossos cientistas responderão, já que muitos acreditam na existência de universos paralelos.
O outro caso ufológico envolveu um rapaz que estava ajudando seu tio e vários outros homens a cuidar de uma vaca doente uma noite, quando um rápido clarão iluminou o céu. O tio e os outros, curvados sobre o animal, só viram o clarão — mas o rapaz estava de pé e viu uma pequena luz se movendo no céu, na direção do grupo. De repente, ela aumentou o brilho e depois diminuiu, girou e subiu a uma velocidade espantosa, até desaparecer. Essa é uma faceta do Fenômeno UFO a qual muitos ufólogos chamam de “estrela instantânea”, quando o artefato sobe a um ponto tão alto na atmosfera que se perde entre as estrelas. Geralmente, é algo que dura poucos segundos — muito mais rápido do que qualquer foguete construído na Terra. Há relatos assim provenientes de um grande número de pessoas, incluindo militares norte-americanos.
A maioria desses incidentes parece ocorrer no começo da noite, talvez porque mais pessoas estejam fora de suas casas a essas horas. Um nordestino e seu filho, porém, tiveram o maior susto de suas vidas pouco antes do amanhecer, ao se depararem com um disco voador na cidade de São Gonçalo do Amarante, a oeste de Fortaleza, Ceará. Eles são Antônio Gomes da Silva e Justino Sousa. Em junho de 1989, eles estavam indo de bicicleta a uma fazenda para buscar leite quando, cerca das 17h00, passaram perto de uma lagoa e viram uma luz grande sobre ela. “Aquilo veio em nossa direção, a uns 50 m de altura. A luz era tão forte que não dava para ver nenhum objeto. Havia muitas cores acendendo e apagando, raios de luz azul, verde, violeta, amarela, vermelha e cores estranhas. Às vezes, parecia o Sol. Nunca vi cores daquele jeito”, disse Silva. A “coisa” se movia devagar e as luzes se espalhavam em todas as direções, iluminando a lagoa sem fazer qualquer barulho.
Uma semana depois, Silva ia novamente de bicicleta até a fazenda, dessa vez sozinho e entre 04h30 e 05h00. “Eu estava fazendo uma curva e ouvi o que me pareceu um trator à minha frente. Pensei que fosse o fazendeiro vindo para me receber. Mas quando chegou perto percebi que não era um trator, mas algo que tinha uma pequena luz vermelha. De repente, o barulho parou. Quando estava a uns 100 m de mim, a luz vermelha começou a subir”. Ele ficou tão assustado que jogou a bicicleta e correu para o mato. O objeto então subiu velozmente e seguiu em um ângulo para o norte. Depois, desceu de novo
e jogou uma luz em cima do rapaz.
“Aquilo estava me procurando e eu ficava evitando a luz. Era muito brilhante e iluminava tudo como se fosse dia. Muitas luzes coloridas saíam do objeto, mas havia uma grande, me procurando. Fiquei fascinado com tantas cores diferentes, mas era difícil olhar para elas por causa da luz forte”, declarou Antônio Gomes da Silva. Logo depois o UFO simplesmente se afastou velozmente e desapareceu. “Depois daquilo eu nunca mais peguei a estrada antes do amanhecer novamente. Eu costumava ir à fazenda com latas para pegar leite, uma coisa que eu ainda faço todo dia. Mas não mais à noite”, finalizou Silva ainda amedrontado. Ele fazia aquele caminho todo dia antes do Sol raiar e é possível que o UFO o estivesse esperando — o mesmo objeto ou outro parecido já tinha perseguido Antônio e seu filho naquela mesma
estrada, na semana anterior.
“Aquilo iluminou tudo”
Mas se os tripulantes daquela nave estavam esperando por Silva, parece que não fizeram um grande esforço para apanhá-lo e abduzi-lo — foram inábeis ou queriam apenas assustá-lo? Todas as pessoas que tiveram um contato assim ficaram com muito medo porque, para elas, UFOs são uma verdadeira ameaça à sua segurança e talvez às suas vidas. Esse é o caso, por exemplo, de Josefa Etelvina da Costa, entrevistada por esse autor e a ufóloga Cynthia Luce. Josefa é uma dona de casa e mãe de cinco filhos residente em Apodi, também Rio Grande do Norte. Em 20 de julho de 1990, ela tinha ido a Soledade, a 13 km de sua casa, para se encontrar com sua família, pois um parente tinha falecido. Por volta das 23h00, Josefa e a cunhada Evanilda Neves da Costa saíram para uma caminhada atr&
aacute;s da casa e tiveram um grande susto. “Estávamos conversando quando apareceu uma grande bola de luz e iluminou tudo”, disse Josefa.
UFO emite um estranho calor
O UFO era muito brilhante e foi na direção das testemunhas, diminuiu de tamanho e depois ficou grande de novo. “Ficamos com medo porque a luz ficou voando ao nosso redor, como se estivesse nos procurando. Estávamos no jardim dos fundos, com arbustos por perto, e nos escondemos”. A bola tinha cerca de meio metro e voava a apenas uns 4,5 m do solo, sem qualquer barulho. Ela passou por todo o jardim e iluminou as senhoras, sobretudo Evanilda, com um estranho calor. “Fiquei com tanto medo que até tremia. Depois de uns 20 minutos, a bola foi embora. Voou para longe e parecia ficar menor. De repente, piscou e sumiu”, completou a testemunha.
Aquilo veio em nossa direção, e a luz era tão forte que não dava para ver nenhum objeto. Havia muitas cores acendendo e apagando, raios de luz azul, verde, violeta, amarela, vermelha e cores estranhas. Nunca vi cores daquele jeito
Às vezes um UFO causa danos só por pairar sobre uma pessoa, como aconteceu com Manoel Oliveira, trabalhador de uma fazenda. Ele estava atravessando a pé um campo perto de Lajes (RN), em uma noite de maio de 1991, quando uma luz se acendeu acima dele. Oliveira correu para se proteger debaixo de uma árvore e a luz o seguiu. “O objeto tinha formato oval e estava a cerca de 5 m acima de mim. Tinha um monte de luzes multicoloridas piscando e quase imediatamente senti uma horrível dor de cabeça”, declarou. A luz apagava e acendia seguidamente e a testemunha sentiu um calor sobre ela, mas, ao mesmo tempo, um estranho frio — isso aconteceu quatro ou cinco vezes antes de a luz sumir, meia hora mais tarde. “Fiquei com muita sede, mas o pior de tudo era a dor de cabeça. Desde aquele dia, não saio mais à noite. Tenho medo que aconteça de novo”.
A dor de cabeça de Manoel Oliveira poderia ter sido causada por extrema ansiedade gerada por medo, mas também é possível que o UFO tenha emitido alguma espécie de radiação e desencadeado a sensação. Dores de cabeça são comuns em contatos imediatos com discos voadores, bem como ardor nos olhos, náusea, diarreia e vários outros problemas físicos — vários desses efeitos físicos se manifestaram em uma sequência incomum de eventos ocorridos na mesma área durante quatro noites. Tantos incidentes em um só lugar e em tão pouco tempo parecem uma coisa incomum.
“Corremos desesperados para casa”
Comecemos pelo terceiro e menos dramático dos três incidentes, o que ocorreu a Francisco Venança da Silva, que estava caçando passarinhos com três outros homens nos morros a oeste de Campo Redondo, também no Rio Grande do Norte, na noite de 06 de agosto de 1992. Os homens tinham atirado em um pássaro e estavam apanhando-o quando uma luz apareceu no céu, perto deles. “Era como uma bola de fogo amarelada, de 1,5 a 2 m de diâmetro. Estava a uns 8 ou 9 m de distância de nós e nos assustou porque a mesma coisa tinha acontecido com outros dois homens. Ficamos debaixo da árvore por meia hora, até o objeto ir embora. Depois, corremos desesperados para chegar em casa”, disse.
Os outros dois incidentes envolveram dois homens chamados Balinga e Borrinho, que fugiram de UFOs nas mesmas colinas, algumas noites antes. Borrinho é o apelido de Antônio Moreira da Silva, também de Campo Redondo. Em 03 de agosto, três noites antes do encontro de Francisco Venança da Silva e seus companheiros com um UFO, ele e um amigo chamado Eranovo também estava caçando passarinhos quando um vento apagou seu lampião. “Vimos uma luz grande bem acima dos arbustos. Estava cerca de 50 m de distância e balançando para frente e para trás, e sentíamos calor vindo dela. De repente, ela começou a se mover na nossa direção e eu comecei a correr”, disse Borrinho. Infelizmente, ele não podia ver onde estava indo no escuro e bateu em uma cerca de arame farpado, cortando as duas pernas — e antes que pudesse se recompor, caiu sobre um formigueiro e foi picado pelas formigas.
O companheiro de caçada — conhecido apenas como Eranovo — preferiu não fugir do UFO e andou normalmente, chegando a tempo de ajudar Borrinho a sair do formigueiro, quando o UFO já tinha desaparecido. Ele é uma das poucas pessoas que se conhece que não fugiu do UFO e nada lhe aconteceu. Além dos numerosos cortes e das picadas, que o instigaram a tomar uma injeção contra tétano, Borrinho ficou com dor de cabeça por dois dias e teve dificuldade para enxergar porque a luz do UFO afetara seus olhos — eles levaram 15 dias para se curarem. Quando foi entrevistado, ainda tinha cicatrizes e cascas de ferida nas pernas. Outro elemento interessante no seu caso é que o UFO oscilava como um pêndulo, exatamente o que aconteceu a tantos moradores do Nordeste submetidos à mesma experiência.
Com febre por vários dias
O terceiro caso, o contato de Balinga, ocorreu na noite seguinte ao acidente de Borrinho e é um dos mais estranhos da casuística ufológica potiguar. Balinga é o apelido de Antônio Lourenço da Silva, um fazendeiro que mora com sua mulher e filhos na fronteira sudoeste de Campo Redondo, também no Rio Grande do Norte. Na verdade, ele teve duas experiências ruins com UFOs. A primeira ocorreu em uma noite de 1991, quando estava levando grama para alimentar alguns animais em um campo atrás de sua casa e uma luz brilhante apareceu de repente acima dele, produzindo um som como o de um zumbido. O UFO desceu para mais perto e projetou um raio de luz sobre Balinga, enquanto ele corria, e depois simplesmente foi embora. A testemunha ficou com febre por vários dias, mas não teve tanta sorte na segunda vez, na noite de 04 de agosto de 1992, quando atravessava uma fazenda a noroeste de Campo Redondo com seu irmão João.
“Estávamos trazendo uma mula para casa, com pressa, tentando chegar antes de escurecer, porque não tínhamos lanterna. Eram quase 18h30 e batíamos na mula para ela correr. De repente, uma luz grande como os faróis de um carro se acendeu sobre nós. Parecia dia, de tão claro que ficou”, disse Antônio Lourenço da Silva, o Balinga. O UFO fazia um barulho como “ping, ping, ping” e as testemunhas não tinham para onde correr. Balinga disse a seu irmão que deviam se esconder debaixo da mula, e o empurrou para ali. Nisso, sentiu um forte calor nas costas, tão quente que seu lado esquerdo ficou amortecido — ele também se escondeu embaixo da mula. “João se agarrou às pernas traseiras do animal e eu pus os braços em volta das pernas dianteiras. Sentia-me estranho e com a cabeça meio vazia, por causa do calor. Resolvi tocar meu ombro esquerdo e senti alguma coisa oleosa”, declarou em entrevista aos pesquisadores.
Os dois ficaram embaixo do animal por três ou quatro minutos, morrendo de medo, até a luz se apagar e o objeto voador não identificado sumir — a mula nem se abalou, ficando quieta o tempo todo. Assim que os irmãos perceberam que o UFO tinha partido, fizeram o animal se mexer e correram para casa, a mais de 5 km. “Minha camisa estava estranha, e eu a tirei quando cheguei em casa. As costas dela estavam cobertas com alguma coisa grossa, oleosa e amarelada, como gordura. Tinha um cheiro desagradável”, disse Balinga. A substância transparecia no tecido preto de algodão, mas nem ele nem sua mulher, Noemia, tinham ideia do que era. Ela lavou a camisa e disse que a matéria gordurosa deixou uma espuma na água, que ela jogou fora quando terminou. Quando a camisa secou, não havia manchas nem cheiro que indicassem o que era a gosma.
Amortecimento das costas
Ao ouvir essa história, algumas pessoas acreditam que a mula urinou em Balinga, mas ele estava segurando as pernas dianteiras do animal, e a substância não foi encontrada em seu irmão, que segurava as outras pernas. Além do mais, esses homens estão acostumados com animais de fazenda e conhecem o cheiro e a consistência da urina de animais — que não é grossa, oleosa nem gordurosa. Igualmente, o líquido não teria deixado as costas de Balinga amortecidas — se fosse urina da mula, aliás, ele provavelmente teria vergonha de contar essa parte da história. O amortecimento das costas da testemunha virou uma inflamação que durou um mês, e ele também teve febre e dor de cabeça por alguns dias. Esse segundo incidente fez Balinga ficar mais atento quanto aos UFOs. “A partir das 17h00, eu só quero ficar dentro de casa”, informou.
Ficar sujo por causa de um UFO é realmente um fenômeno incomum, coisa rara na literatura ufológica mundial. Nenhuma das cerca de duas mil pessoas que esse autor entrevistou como jornalista, que tiveram experiências ufológicas, foi marcada como Antônio Lourenço da Silva. Mas é possível que em algum lugar alguém tenha passado por uma experiência semelhante, ainda desconhecida dos ufólogos. Em outras testemunhas foi derramada uma espécie de óleo quente, mas o líquido evaporou rapidamente e não deixou marcas, só queimaduras que sararam logo. Silva não foi queimado pela substância oleosa, que permaneceu em sua camisa até ser lavada, mas ficou com o ombro amortecido por algum tempo e dolorido por cerca de um mês.
O som de “ping, ping, ping” que ele ouviu é um pouco diferente do zumbido que outras testemunhas relataram, e não há como saber o que significa — na maior parte das vezes, os UFOs são silenciosos. O detalhe comum a todos esses casos é que os artefatos aparecem repentinamente acima das pessoas, em uma explosão de luz e sem aviso prévio, e quase sempre encontram suas vítimas no escuro, perseguindo-as depois. Se tais objetos realmente tencionam apanhar as pessoas é questionável, pois habilidade para isso certamente eles teriam, mas as vítimas sabem que são perseguidas. Em nenhum dos casos citados acima alguém sentiu que estava sendo içado para o UFO.
Várias das testemunhas entrevistadas também sentiram frio ou apenas uma sensação de “vento frio”. Em alguns casos, sentiram calor vindo da luz e, às vezes, efeitos físicos como dor de cabeça, tontura e amortecimento. Talvez o aspecto mais interessante dessas ocorrências ufológicas, porém, seja o fato de que as testemunhas puderam se refugiar debaixo de uma árvore ou de um arbusto grande, ou ainda em uma casa e até debaixo de um animal, evitando a captura, se era essa a intenção dos alienígenas.
Trabalhador desaparece misteriosamente
Por Bob Pratt
Um interessante caso de provável abdução alienígena ocorreu a Francisco Cavalcante dos Santos, que ficou desaparecido por um dia inteiro e não tem ideia de onde estava ou do que lhe aconteceu nesse período. Santos, com 20 anos de idade na época, morava em um vilarejo de casas de tijolos espalhadas ao redor da mina Bom Fim, 32 km ao sul de Lajes (RN). Além de não saber o que tinha acontecido consigo, a testemunha não queria falar do assunto. “Antes de aquilo acontecer, Francisco nunca bebia demais, só nos fins de semana. Agora ele bebe toda noite, depois do trabalho”, disse Ambrósio de Araújo, um de seus amigos.
A testemunha foi entrevistada por esse autor, mas, apesar de não estar bebendo na ocasião, não queria falar muito. Santos era um jovem magro de altura mediana e cabelos pretos, que não gostava de atenção. Ele contou, com relutância, que às 07h00 de uma terça-feira saiu para o trabalho e teve uma intensa experiência. Ele carregava consigo um lanche e uns biscoitos no bolso esquerdo — ele sempre voltava para casa para almoçar, mas naquele dia não voltou. “Olhamos em toda parte, mas não o encontramos. Só às 20h00 ele foi visto entrando no vilarejo e ao mesmo tempo vimos um disco voador subir por trás da colina, na mesma direção de onde vinha Francisco”, declarou Araújo.
“Queria ficar sozinho”
Aquilo passou por cima das casas do vilarejo, a uns 100 m de altura, e foi embora. Quando o grupo perguntou a Francisco onde esteve, ele não se lembrava. E quando chegou à porta da sua casa, simplesmente caiu no chão — o lanche ainda estava no bolso. Quando o possível abduzido chegou à residência, estava com a língua paralisada, não a sentia e não falava direito. “Ficou assim uns oito dias, e durante esse tempo todo, ele não podia comer nada. Só tomava suco de frutas e água”, complementou Ambrósio.
Francisco Cavalcante dos Santos ainda preferia ficar só. A ligação do caso com o Fenômeno UFO fica evidente pelo fato de a maioria dos moradores ter observado um disco voador passar sobre o vilarejo um ou dois minutos após ele reaparecer, depois de ficar um dia inteiro sumido. O objeto veio por trás de uma colina a leste, e Santos vinha caminhando daquela direção. Ele poderia ter tido um surto qualquer a caminho do trabalho naquela manhã, se perdido no campo e só achado o caminho de volta à noite. Mas isso não explicaria sua impossibilidade de falar direito por oito dias — e nem seu desejo de ficar sozinho. Alguma coisa aconteceu aquele dia, que exerceu um efeito
profundo sobre a vítima, quer saiba ou não o que foi. Seu pai e os amigos têm certeza de que o UFO o levou, o que parece ser uma conclusão lógica.
Para onde ele foi e o que aconteceu durante as treze horas que ficou sumido ninguém sabe. Mas, seja o que for que ele tenha passado, provocou uma mudança de personalidade em Francisco Cavalcante dos Santos. O incidente ocorreu em 1979, e quando foi entrevistado ele já não trabalhava na mina, que tinha sido fechada e depois reaberta.