No final dos anos 80, os meios ufológicos foram envoltos pelas brumas da paranóia conspiratória. Especulações fantasiosas, totalmente ao largo de qualquer tipo de comprovação, eram continuamente criadas em cima de especulações já existentes, e acusações sérias eram desferidas regularmente e com intensidade crescente contra as autoridades norte-americanas. O maior estímulo para que se revolvesse esse terreno pantanoso vinha das revelações derivadas do famoso episódio chamado Majestic 12. No final de 1984, um conjunto de documentos de origem desconhecida, sugerindo a existência de um acordo secreto entre o Governo norte-americano e os extraterrestres, e dando a entender um “vazamento” de informações sigilosas, foi entregue a alguns membros destacados da comunidade ufológica dos EUA.
Os ufólogos passaram a acreditar que todo o processo de acobertamento conduzido desde o incidente de Roswell por aquele país cairia por si mesmo, revelando finalmente toda a verdade acerca da presença extraterrestre na Terra. Em meio a esse clima de grande expectativa, surgiu um novo personagem na arena ufológica. Valendo-se de suas próprias credenciais e experiências pessoais como referência, e apresentando “provas” que nunca puderam ser inteiramente comprovadas, o ex-marinheiro Milton William “Bill” Cooper não só confirmaria as especulações pendentes como também faria revelações ainda mais contundentes e desconcertantes. Apelando a um discurso inflamado e retórico que incentivava a desobediência civil, ele provocava furor a cada participação em programas radiofônicos e televisivos. Denunciando a existência de um governo oculto que desde tempos imemoriais controlava de maneira silenciosa os chefes das grandes nações e, por conseguinte, determinava os destinos do mundo, conclamava todos os cidadãos para que combatessem as sociedades secretas, supostamente infiltradas nos altos escalões governamentais.
Admirado pelos adeptos da chamada “cultura alternativa” e apoiado por extremistas de ultradireita e muitos ufólogos da época, Cooper afirmava com veemência que existia um acordo secreto entre os governos das superpotências e os extraterrestres, e que o objetivo final destes últimos era o de controlar todos os seres humanos do planeta. Apesar da excentricidade de suas declarações, o ambiente era propício a esse tipo de discurso e, por mais bizarro que hoje possa parecer, a audiência era enorme. O programa de rádio produzido por Cooper, chamado Hour of the Time [Em uma tradução livre, Esta é a Hora], tornou-se uma referência de destaque para a mídia alternativa e supostamente uma fonte de informações livres da “censura” imposta pelo governo e pelo complô da grande imprensa, comprometidos com a grande conspiração. Pois foi exatamente Cooper um dos primeiros a mencionar a existência de uma base militar secreta como a Área 51, tão secreta que nem constava dos mapas, na qual eram realizadas experiências com a tecnologia obtida de alienígenas.
Projeto Plutão — Um dos ouvintes do programa de rádio que Cooper costumava apresentar enviou-lhe uma missiva, datada de 13 de junho de 1987, na qual relatava o que sabia sobre a suposta “conspiração do silêncio”. Dizendo ser um engenheiro com 50 anos de idade que havia trabalhado para o governo e no setor privado, garantia que entre 1975 e 1980 estivera envolvido em várias investigações relacionadas com material extraterrestre. Segundo ele, apesar do trabalho ter sido executado por uma empresa particular, não restava dúvida de que o governo tinha controle total sobre o que estava acontecendo. Por questões de segurança, o Projeto Plutão, como foi denominado pelo ouvinte, tinha cinco níveis, e as pessoas que trabalhavam em um dos níveis não mantinham qualquer relacionamento com as do nível seguinte. Simplesmente repassavam o resultado do seu trabalho e imediatamente se voltavam para alguma outra atividade.
Nenhuma das pessoas que o suposto engenheiro conheceu teria tido acesso ao trabalho de dois níveis ao mesmo tempo. Houve somente uma exceção muito rara a essa regra, que aconteceu em 1975, e ela possibilitou ao referido ouvinte seu primeiro envolvimento com o tal Projeto Plutão. Disse ele que estava empregado em uma empresa terceirizada que se relacionava diretamente com o governo e o representava nesse tipo de serviço. O homem acreditava que as informações guardadas pelas autoridades norte-americanas poderiam ser liberadas para o grande público, mas não achava que isso fosse acontecer com as informações mantidas pelo setor privado.
Remoção de um UFO — O que acontecia era que, toda vez que eram chamados, ele e muitas pessoas compareciam imediatamente a um local remoto situado no norte do estado da Pensilvânia. Lá diziam que tudo era altamente secreto e que deveria permanecer assim. Os trabalhadores ficavam alojados em um hotel próximo e uma equipe de segurança os vigiava o tempo todo. Algum tipo de aeronave havia caído nessa área e o governo achava que seria mais rápido e fácil fazer toda a investigação do acidente no próprio local do que esperar a remoção dos destroços e das evidências, que poderiam estar espalhadas no solo. O local do acidente era de difícil acesso, mas o engenheiro e os demais funcionários o transformaram em uma área de construção. Limparam o terreno e montaram três prédios pré-fabricados – dois pequenos e um bem grande – sobre e em volta dos destroços. Equipamento pesado, material de construção e trabalhadores especializados eram trazidos diariamente de avião para o local, em viagens de ida e volta. Pouco tempo depois, transferiram os trabalhadores do hotel para umas casas pré-fabricadas que foram trazidas especialmente para abrigá-los e a vários outros funcionários de nível mais elevado. A população da região e aqueles que viviam próximos ao local da queda foram forçados a acreditar que uma grande empresa privada estava se preparando para construir uma estação elétrica, visando suprir a área. Só que o local ficava muito distante de qualquer moradia situada naquela região.
Quando o engenheiro e os outros membros do Projeto Plutão, incluindo agentes de segurança, adentraram no local, os destroços já estavam cobertos por grandes pedaços de lona e redes tinham sido estendidas por cima para protegê-los de qualquer tráfego aéreo que pudesse existir ali. O engenheiro, porém, disse ter tentado dar uma boa olhada nos pedaços da suposta nave em vários momentos. E sua prime
ira impressão foi a de que aquilo poderia ser algum tipo de avião experimental, do próprio Estados Unidos ou de algum outro país. Mais tarde, as autoridades deram a entender que de fato era um novo tipo de avião pertencente a um país estrangeiro, e que se tratava de um projeto altamente secreto. Só que aquele avião, afiançou o engenheiro, “não tinha nada a ver com qualquer coisa que eu já tenha visto ou provavelmente verei na minha vida”.
Material não identificado — De acordo com o engenheiro, o próprio terreno, no local da queda, era uma coisa bastante estranha. A cratera aberta tinha cerca de 30 m de diâmetro, apesar da aeronave ser muito maior do que isso. Ele só pôde ver o que parecia ser dois terços da parte traseira. E mesmo isso estava enterrado uns três metros abaixo da superfície. Quando o objeto caiu, de frente e em um ângulo de mais ou menos 30 graus, ele jogou toda a terra para trás de si. Era algo como se o buraco tivesse sido cavado antes da queda, e logo depois o objeto, com a metade daquele tamanho, tivesse se encaixado ali. A melhor explicação que o engenheiro encontrou para essa cratera curiosa é que algum tipo de campo magnético havia sugado toda a terra para fora da trajetória no momento do impacto. Era razoável supor que ele estava olhando para a parte traseira da aeronave, mas não havia nada ali que indicasse que ela utilizava algum tipo de motor conhecido por nós. Não havia nem mesmo frestas ou aberturas, por menores que fossem. Tudo isso fora relatado naquele programa de rádio.
A tal aeronave tinha o formato de um enorme charuto. Se fosse realmente um avião de algum governo estrangeiro, significava que os Estados Unidos estavam com sérios problemas. O engenheiro pôde segurar um pequeno pedaço dos destroços. “Por acaso, havia pouca incidência de sinais de rádio na área. Era uma região bastante segura. Por outro lado, entretanto, havia uma enorme quantidade de energia magnética ali. Era difícil de utilizar os instrumentos. E era difícil até mesmo saber as horas, já que cada relógio de pulso marcava um horário diferente!”, declarou. A evidência física que o engenheiro teve por alguns momentos entre suas mãos era de algum tipo de material que ele não conseguiu identificar, pois jamais havia visto algo assim.
Deve ter sido arrancado da parte da frente do objeto quando ele caiu. Media cerca de 30 cm e sua grossura era de uns 2 cm. Tinha a mesma cor e textura da parte exposta da nave, o que lhe deu a certeza de que era uma parte de sua cobertura externa. O fragmento não pesava quase nada e parecia que ia sair voando ao menor sopro de ar. “Pesava menos até do que qualquer pedaço de plástico com o mesmo tamanho”. O engenheiro tentou arranhá-lo com o seu canivete de bolso e cortar um pedacinho das bordas, mas a lâmina não produziu o menor efeito. A superfície se mantinha limpa como o vidro, e era mais resistente do que qualquer coisa que ele já conhecera. Era algo como tentar arranhar a superfície do vidro com uma pluma. Obviamente, ele foi obrigado a entregar esse pedaço para a equipe de segurança. Depois do local ter sido devidamente protegido e preparado, os primeiros grupos de trabalho foram retirados dali. Foi feita uma revista completa em cada funcionário antes que recebessem os uniformes e fossem levados de caminhão até o avião que os aguardava. Por fim, desembarcaram em uma outra área onde receberam instruções antes de retornarem às suas vidas normais. Decorridos uns três meses, algumas pessoas do grupo retornaram ao local para desmontar os prédios, encher a cratera de areia e devolver ao local a mesma aparência que ele tinha antes do acidente. Os procedimentos de segurança e revista foram os mesmos da primeira vez. Todo e qualquer vestígio da aeronave tinha sido recolhido e levado para um local desconhecido.
Uma carreira de glórias — Segundo o engenheiro, suas experiências no campo das pesquisas extraterrestres terminaram em 1980, quando trocou de cargo. Ele procurou deixar bem claro em sua carta que relatava os fatos exatamente da maneira como eles haviam acontecido. No entanto, admitia que muitas outras informações tivera de deixar de fora, simplesmente porque não caberiam em uma simples carta, e sim encheriam um livro. Em algum momento do futuro, prometeu, iria reservar um tempo para colocar todos os detalhes de que pudesse se lembrar no papel. Seu relato até hoje permanece sem averiguação.
Milton Cooper nasceu em uma família de militares e construiu uma carreira sólida e impecável na Aeronáutica e na Marinha. Ainda na infância, viajou pelo mundo junto com seus pais, atribuindo a essa experiência de vida a visão diferente que tinha das coisas. O segundo grau terminou no Japão. Depois, alistou-se na Força Aérea Norte-Americana (USAF) e serviu em bombardeiros, aviões de reabastecimento e nas bases de mísseis balísticos internacionais [Que seriam disparados em caso de guerra nuclear]. Nessa época, portou credenciais de acesso a informações secretas. Após muitos anos de bons serviços prestados, recebeu dispensa honrosa em 1965. Essa é a história que sempre sustentou, inclusive ao editor da Revista UFO A. J. Gevaerd, quando ambos se encontraram no I Congresso Mundial de Ufologia, em 1991, em Tucson, Arizona.
Logo após sair da USAF, realizando um sonho de infância, retornou à vida militar. Ainda segundo ele, Cooper ingressou na Marinha e serviu a bordo de diversos submarinos e navios de guerra. Participou da Guerra do Vietnã e recebeu várias condecorações por liderança e heroísmo. De volta aos Estados Unidos, trabalhou no Serviço de Inteligência Naval, onde novamente portou credenciais de acesso a documentos secretos, levando orientações sigilosas do alto comando da Frota do Pacífico às diversas bases sob a sua jurisdição. Em 1991, Cooper publicou um livro intitulado Behold a Pale Horse [Segurando um Cavalo Branco, Light Technology Publishing], no qual expôs abertamente suas idéias e denunciou as conspirações que acreditava estarem acontecendo. De acordo com ele, o Governo norte-americano havia concordado em construir bases subterrâneas para uso exclusivo dos extraterrestres. E além destas, duas outras bases seriam construídas para uso conjunto
das nações alienígenas e do Governo dos EUA.
Freqüência do Fenômeno UFO — Segundo Cooper, trocas de tecnologia seriam realizadas dentro dessas bases, e elas ficariam situadas sob o território das reservas indígenas nos estados de Utah, Colorado, Novo México e Arizona. Uma delas ficaria em uma área chamada Dreamland [Terra dos sonhos] e se situaria em uma área remota do Deserto de Mojave ou num local chamado Yucca. Cooper não se lembrava se era o Vale de Yucca, o Planalto de Yucca ou a área de testes de Yucca. O Vale de Yucca lhe parecia ser o mais apropriado. Não seria à toa, portanto, que aconteceriam mais avistamentos e incidentes com UFOs no Deserto de Mojave do que em qualquer outro lugar do mundo. Tantos que ninguém mais se incomodava em registrar as naves alienígenas. Segundo Cooper, qualquer um que se aventurasse no deserto e conversasse com os moradores, ficaria estupefato com a freqüência do fenômeno e com o grau de aceitação demonstrado por aqueles que vêem os UFOs como algo totalmente normal.
Lado escuro da Lua — Todas essas áreas para ação alienígena estariam sob controle estrito da Marinha, e todas as pessoas que trabalhavam nesses complexos recebiam seus pagamentos dela, por meio de uma empresa terceirizada. Mas os contracheques nunca faziam qualquer referência ao governo ou à Marinha, evidentemente. A construção dessas bases havia começado imediatamente após suposto acordo estabelecido com os extraterrestres, mas seu progresso foi lento, apesar do aporte de vultosas quantias de dinheiro em 1957. O trabalho foi levado adiante através do Projeto Yellow Book [Livro amarelo]. Posteriormente, teria sido criado o Projeto Redlight [Luz vermelha], para testes de vôo de naves alienígenas, e uma instalação supersecreta fora então construída na região do Lago Groom, um lago de leito seco escondido entre as montanhas do Deserto do Nevada, no meio de uma área de testes de armamentos já conhecida – o Complexo de Testes do Nevada –, recebendo o codinome de Área 51. Essa instalação foi colocada sob o controle da Marinha e se exigia dos funcionários credenciais de segurança “Q”, além de uma autorização executiva chamada “Aprovação Majestic”, emitida supostamente pela presidência dos Estados Unidos. Aliás, como bem observou Cooper, isso era uma coisa irônica, já que o próprio presidente não possuía as credenciais de segurança necessárias para visitar o local…
A base para ações extraterrestres onde a alegada troca de tecnologia aconteceria ficava na área chamada Dreamland, em construções acima do solo, enquanto a parte subterrânea das instalações era chamada The Dark Side of the Moon [O Lado Escuro da Lua]. Cooper dizia que os documentos a que teve acesso reportavam que pelo menos 600 alienígenas trabalhavam em tempo integral nesse local, junto a um número desconhecido de cientistas e agentes da CIA. Devido ao medo de que sofressem implantes, somente umas poucas pessoas estavam autorizadas a se relacionar com os aliens, e elas eram vigiadas e monitoradas continuamente. Cooper assegurou ainda ter trabalhado, durante os anos de 1971 e 1972, repassando instruções de alto nível oriundas diretamente do Comando Naval dos EUA para diversos almirantes nas bases navais do Pacífico. “Nesse momento, tive a oportunidade de ler relatórios falando sobre extraterrestres e UFOs capturados pelos militares. Pessoalmente, nunca vi um alienígena, mas presenciei o resgate de um disco voador acidentado e, num incidente surpreendente na época em que servia a bordo de submarinos, vi um disco enorme, grande como um porta-aviões, sair do mar próximo à cidade de Seattle”. Declarou Cooper.
Subjugar os Estados Unidos — Ele afirmou também que os UFOs causaram grandes problemas durante a Guerra Fria, porque eram constantemente interpretados como sendo aeronaves secretas soviéticas. Após dois longos períodos de serviço militar exemplar em duas armas diferentes, Cooper teve uma vida civil bastante conturbada. Logo após desligar-se da Marinha, estudou fotografia e tentou seguir carreira em uma empresa de imagens e fotografias. Entretanto, as suas apreensões conspiracionistas o conduziram a outros caminhos. Passou 10 anos proferindo inúmeras palestras por todos os Estados Unidos e Inglaterra, onde não cansava de denunciar as conspirações secretas. Nos EUA, envolveu-se em diversos conflitos com as autoridades por incentivar a desobediência civil e a abertura de rádios piratas. Com a criação de um jornal alternativo, o sucesso do seu programa radiofônico, além das constantes aparições na TV, acabou transformado-o em uma referência inequívoca para ações de rebeldia civil. Além disso, os constantes ataques ao governo, em tons cada vez mais graves, foram convertendo-o em uma persona non grata. Até o ex-presidente Bill Clinton, em um memorando oficial, chegou a acusá-lo de ser “o mais perigoso locutor de rádio da América”. Cooper respondeu dizendo laconicamente que este havia sido o maior elogio que recebera em sua vida.
De maneira bastante incoerente e confusa, ao longo do tempo Cooper foi modificando as suas acusações até acabar por negar quase que completamente as suas próprias denúncias iniciais, afirmando que tudo não passava de uma conspiração dos Illuminati, uma suposta sociedade secreta, para subjugar os Estados Unidos. Após mandar a sua esposa e filhos para fora do país, em 1999, temendo por sua segurança, morreu num tiroteio com a polícia em 2001. Em seu livro Revelations: Alien Contact and Human Deception [Revelações: Contatos com Aliens e Enganação Humana, Ballantine Books, 1991], o astrofísico e ufólogo francês Jacques Vallée aponta diversas incoerências nas alegações de Cooper, entre elas uma bastante grave que se refere exatamente ao suposto relatório secreto que Cooper utilizou para instruir os almirantes durante os anos de 1971 e 72. Esse relatório foi, nas palavras do próprio Cooper, a principal fonte descrevendo as atividades sigilosas envolvendo militares e ETs a que ele teve acesso. Cooper afirma veementemente que um dos autores desse relatório era ninguém menos do que o astrofís
ico norte-americano Joseph Allen Hynek, amigo pessoal de Vallée e, ele próprio, um dos mais importantes pesquisadores civis de UFOs.
Cabe frisar que Hynek, de fato, colaborou com diversas pesquisas militares sobre UFOs durante as décadas de 50 e 60. Entretanto, não eram pesquisas secretas, e sim financiadas pelo governo e direcionadas para o grande público, com o objetivo de negar a origem extraterrestre do Fenômeno UFO. Surpreendentemente, porém, foi exercendo esse tipo de atividade, ou seja, tentando convencer o público de que UFOs não existiam, é que Hynek abandonou o ceticismo e mudou totalmente de idéia, convencendo-se de que os UFOs eram de fato reais. Depois dessa guinada, desligou-se do governo e fundou o Center for UFOs Studies [Centro para Estudos de UFOs, CUFOS] em 1973, uma entidade civil de cunho científico, até hoje considerada uma das mais sérias e produtivas do mundo. Considerando, portanto, as inclinações e a carreira de Hynek, ele jamais poderia ter participado de um projeto do tipo que foi atribuído por Cooper.
Base secreta — Não obstante, o leitor talvez esteja agora se perguntando como as afirmações de Cooper poderiam ser tão aleivosas e equivocadas se ele estava correto ao denunciar a existência da Área 51. Lembro que essa base secreta, àquela altura, em meados dos anos 80, já estava desenvolvendo a sua terceira geração de aviões espiões e expandindo suas instalações, com milhares de funcionários trabalhando em regime de revezamento. Destarte, não havia mais condições de manter o mesmo nível de sigilo da época da Guerra Fria, quando o U-2 foi desenvolvido. Não há dúvidas, portanto, que dentro dos círculos militares, e até fora deles, a Área 51 já era sobejamente conhecida.