Aumentam críticas contra a MUFON
A Mutual UFO Network (MUFON) é reconhecida como a maior organização de pesquisa ufológica dos Estados Unidos e considerada como referência na Ufologia Mundial. Porém, nos últimos tempos, têm aumentado as críticas contra a organização, que se exacerbaram com o recente caso dos slides de Roswell [Veja edição UFO 224]. Protagonistas do que tem sido chamado de “fiasco”, Don Schmitt foi destaque em recente evento da MUFON e Jaime Maussán foi convidado a participar do simpósio da entidade de 2015. Em seguida, o investigador chefe da organização, Mark O’Connell, pediu que fosse reconsiderado o convite ao mexicano e o banimento dos dois mencionados, mais Tom Carey, Richard Dolan e Anthony Bragalia, também envolvidos.
Muitos pesquisadores têm apresentado duras críticas contra a MUFON, pois a organização afirma fazer pesquisa científica dos UFOs, mas frequentemente abre espaço para pessoas com atitude declaradamente anticientífica — além de pesquisadores de duvidosa reputação. Um dos maiores críticos é James Carrion, ex-diretor da organização, que critica a busca desenfreada de seu atual corpo dirigente por dinheiro, vendendo a imagem da entidade com produtos discutíveis. A atual produção para TV Hangar 1, por exemplo, também tem sido severamente criticada pelas péssimas pesquisas e duvidosas evidências apresentadas.
Carrion, entrevistado da edição UFO 191, critica o atual corpo dirigente da MUFON, formado por crédulos sem qualquer preocupação com a análise científica de casos, além da postura da entidade de ser somente uma colecionadora de dados, sem qualquer visão sobre como convertê-los em análises com o mínimo rigor científico. Carrion ainda alerta para os esvaziados eventos da organização, tomados por mistificadores e simples fraudadores.
Philae retoma contato e Rosetta confirma gelo no cometa
Outro incrível capítulo da missão Rosetta aconteceu em 13 de junho, quando o módulo Philae, após sete meses de silêncio na superfície do cometa 67P Churyumov-Gerasimenko, retomou contato com a nave Rosetta, em órbita do astro. Em 12 de novembro de 2014, o módulo realizou o primeiro pouso em um cometa. Porém, devido à posição desfavorável seus painéis solares, que não recebiam energia, ele entrou em hibernação. Com a mudança de posição e a aproximação do cometa ao Sol, Philae [Foto abaixo] pôde retomar as operações — e entre o pacote de dados que ele já enviou há informações que apontam que já havia se reativado antes da retomada do contato. Ao mesmo tempo, a Rosetta, em órbita do cometa, segue na análise do corpo, enquanto este ruma para o periélio em 13 de agosto. Em 29 de junho foi confirmada a descoberta de 120 pontos de alta reflexão de luz solar, medindo vários metros de extensão cada um. A composição exata deles está ainda sendo determinada, mas as evidências apontam para depósitos de gelo de água dispostos em locais com poucas horas de exposição ao Sol. Dessa forma, o fenômeno da sublimação é reduzido, e em um mês de observação os locais pouco se alteraram. Cometas são ricos em água, e quando se aproximam do Sol o líquido e outros elementos voláteis sublimam, produzindo os fenômenos observados nas caudas cometárias. A missão prosseguirá ao menos até meados de 2016.
Leonard Nimoy homenageado no Cinturão de Asteroides
O ator Leonard Nimoy, falecido em 27 de fevereiro passado, recebeu uma homenagem no último mês de junho. O asteroide 1988 RA5, descoberto em 02 de setembro de 1988 pelo astrônomo belga Henri Debehogne, recebeu do Centro de Planetas Menores a designação oficial de 4864 Nimoy. A rocha espacial mede 10 km de extensão e orbita o Sol a cada 3,9 anos, percorrendo a parte interna do principal Cinturão de Asteroides, situado entre Marte e Júpiter. Curiosamente, outro asteroide, o 1971 QX1, descoberto em 16 de agosto de 1971, foi batizado com o nome do personagem mais conhecido de Nimoy, “Mister Spock”, o oficial de ciências vulcano da nave Enterprise da série Jornada nas Estrelas.
Tecnologia antártica poderá ser utilizada na lua Europa
Com a missão orbital a Júpiter a ser lançada pela NASA em meados da década de 2020, pela primeira vez a humanidade terá uma visão detalhada da sua lua Europa — principal candidata a abrigar vida no Sistema Solar. A futura nave irá utilizar um radar para investigar o oceano existente abaixo da capa de gelo do satélite. Planos para enviar uma sonda a esse mar extraterrestre já têm sido feitos, e tecnologias estão sendo desenvolvidas nesse sentido. Um exemplo é o robô Icefin, utilizado para pesquisar o oceano sob o gelo da Antártida, na região da Estação McMurdo, dos Estados Unidos. O veículo penetrou pela capa gelada de dezenas de metros e analisou as condições da água e das formas de vida antárticas. O veículo é capaz de mergulhar a 1.500 m de profundidade e viajar ao longo de três quilômetros. Outro robô já está sendo testado, o Artemis, com alcance de 15 quilômetros — ele irá testar tecnologias para a futura missão de pouso em Europa, além de estudar o ambiente antártico.
Terra e Marte podem ter trocado as sementes da vida
As mais antigas evidências de vida na Terra datam de 3,8 bilhões de anos. Naquela época o Sistema Solar interior experimentou o que é chamado de Período Tardio de Grande Bombardeamento, no qual os planetas eram seguidamente atingidos por cometas e asteroides, muitos dos quais podem ter trazido parte da água da Terra. Naquela mesma época sabe-se que Marte possuía oceanos, lagos, rios e vulcões ativos, e fala-se cada vez mais na comunidade científica sobre a possibilidade de a vida ter se iniciado em Marte — e, graças a esses impactos cósmicos, haver migrado para a Terra. Quando a vida prosperou em nosso planeta, Marte sofria com a perda de seu campo magnético e sua atmosfera, por um tempo de várias centenas de milhões de anos. Atualmente existe somente gelo em seus polos, e possivelmente no subsolo, onde alguns cientistas também defendem que possa subsistir algum tipo de vida. Para entender a situação atual de Marte, pesquisadores têm investigado lagos situados em elevadas altitudes em montanhas na Terra, como na Cordilheira dos Andes, no Chile. Esse é o Projeto de Altos Lagos, da NASA, que já confirmou que existem micro-organismos vivendo nessas regiões, porém sua diversidade não é grande, comprovando que somente as formas de vida mais resistentes são capazes de sobreviver nesses ambientes exigentes. O projeto ocorre dentro do programa de astrobiologia da agência espacial norte-americana.
Exoluas habitáveis são comuns
Em artigo publicado no The Astrophysical Journal, os astrofísicos René Heller e Ralph Pudritz estabeleceram as bases teóricas para a existência de grandes exoluas — mundos maiores do que Marte —, ao redor de exoplanetas gigantes gasosos. Até meados de julho eram listados 1.932 planetas conhecidos, muitos na região habitável de suas estrelas. Contudo, boa parte destes últimos são mundos imensos, maiores do que Júpiter e inadequados à vida. Porém, os dois cientistas comprovaram que planetas dessa classe podem ter satélites também enormes, com grandes probabilidade de possuírem oceanos e abrigarem vida.