Na Amazônia, tudo é superlativo. Estar às margens do Rio Negro, por exemplo, e tentar enxergar o outro lado é tarefa impossível, pois o rio pode chegar a 20 quilômetros de largura em muitas áreas. Com seus gigantescos mananciais serpenteando e irrigando praticamente toda sua extensão, suas incontáveis e exóticas espécies animais e vegetais e uma imensa variedade de culturas e etnias — apenas para citar algumas de suas grandezas —, a Amazônia é um desafio em todos os sentidos. Até mesmo para os ufólogos que veem na região um celeiro de casos fascinantes e de grande complexidade, indicando que outras espécies cósmicas também espreitam a floresta com igual ou mais curiosidade do que os humanos.
Uma rápida incursão por lugarejos ribeirinhos da região do Saldado, no Pará, ou do arquipélago de Anavilhanas, no Amazonas, ou ainda dos pântanos do Amapá e cerrados de Roraima — só para ficarmos em algumas localidades —, nos permite vislumbrar uma quantidade espantosa de relatos de moradores afirmando terem tido contato com “coisas que vêm dos céus”. E que coisas! Este editor fez estes e muitos outros trajetos na vasta região, em inúmeras ocasiões, sempre com o propósito de garimpar novos casos ufológicos onde eles mais ocorrem, no meio da população nativa — e os resultados de cada viagem são surpreendentes.
De um morador às margens de um afluente do Rio Negro, a três horas de barco de Manaus, ouvi que ali é comum aparecerem, à noite, enormes estruturas voadoras iluminadas, que eles chamam de todos os nomes, como “casa de luz” ou “navio fantasma”, por exemplo. De dia, tais aparelhos têm aparência metálica e se mostram descomunais. Também é comum serem chamados pelos ribeirinhos de “fornos”, que são um tipo de bacias metálicas usadas para se torrar a farinha da mandioca. “Aquele forno passa aqui em cima quase todas as manhãs”, relatou-me José Ribeiro, o “Mestre”.
“Aqui não tem UFO não”
Já Maria Creusa Firmina, a “Firminha”, moradora de Ariri, uma das vilas da Ilha de Colares — onde a Aeronáutica concentrou sua Operação Prato nos anos 70 —, ouvi que ali UFOs não incomodam ninguém. “Não, senhor, aqui não tem disso não. Só o que a gente vê são estes ‘faróis’ que vêm à noite e iluminam tudo ao redor”, disse-me se referindo a um aparelho esférico e com o que parecem ser duas fileiras de janelas redondas, que se move com incrível facilidade ignorando a gravidade e também quaisquer outras leis físicas. “É só isso, porque aqui não tem UFO não”. Pois é, Firminha…
Casos como estes abundam aonde quer que se procure. São as assombrações e fantasmas da selva, no entendimento dos ribeirinhos — também muito conhecidos como “visagens”, conforme relatam os estudiosos do folclore local, a exemplo do consultor da Revista UFO Walcyr Monteiro, de Belém. Com milhares de casos estudados e dezenas de livros escritos, ele sabe do que fala. “A população dá a estas coisas nomes folclóricos de acordo com seu conjunto cultural e religioso. Daí, um UFO vira um ‘navio fantasma’, uma ‘procissão’ ou um ‘fogo fátuo’”. Falou, Walcyr.