Centenas de esculturas pré-históricas foram descobertas por arqueólogos na região de Northumberland e Durham, no norte da Inglaterra. Segundo os especialistas do English Heritage, órgão de preservação do Patrimônio Histórico e Cultural da Inglaterra, as esculturas datam do período Neolítico e foram feitas há aproximadamente cinco mil anos. As rochas têm formas diversas, como círculos, anéis interligados e formatos abstratos. Uma das que mais surpreenderam a equipe de pesquisadores foi um painel encontrado a 300 m de altura em Barningham Moor, no condado de Durham. De acordo com Kate Wilson, especialistas em monumentos antigos do English Heritage, os arqueólogos ainda não decifraram o significado das esculturas encontradas pela equipe. “Não sabemos quase nada dessa arte e essa é a parte estimulante da descoberta. Precisamos estabelecer agora como essa arte está relacionada com outros registros pré-históricos nessa região”, disse.
A descoberta faz parte de um projeto de pesquisa de quatro anos realizado pelo governo em parceria com mais de 100 voluntários treinados pelos especialistas. Apesar de as esculturas não estarem dentro de cavernas, muitas delas são praticamente inacessíveis. Richard Stroud, um dos voluntários que ajudou a descobrir o painel em Barningham, afirmou que a equipe ficou surpreendida com o que viu. “Esperávamos descobrir apenas uma ou duas esculturas simples. No entanto, encontramos esse painel de tirar o fôlego, provavelmente um dos mais complexos já encontrados na região”, disse. “Há um grande intervalo de tempo e de civilizações entre nós e a sociedade que fez esses entalhos. Talvez jamais iremos entender o significado dessa arte”, afirmou. Arqueólogos descobriram milhares de exemplos de esculturas pré-históricas em rochas e pedras na região norte da Inglaterra nos últimos anos. A equipe do English Heritage quer realizar projetos similares em outros condados ingleses, como o de Cumbria, no noroeste da Inglaterra. “Temos certeza que ainda há muito a ser descoberto em Cumbria”, afirmou Wilson.
Os mistérios dos círculos ingleses
As imagens minuciosamente desenhadas nas plantações inglesas, como de costume, voltam à tona no verão da Inglaterra – de maio a setembro. Há mais de 20 anos o evento tornou-se comum na região em época de colheitas, próximo à maturação dos cereais. Inicialmente eram apenas circunferências formadas com plantas amassadas, mas incrivelmente perfeitas, e foram aumentando numa proporção e complexidade que deixam cientistas e pesquisadores impressionados. Os círculos surgem em sua maioria em solo inglês – estimando 98% –, porém já ocorreram em outros países da Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália – mas todos esses são insignificantes quando comparados às formações na Inglaterra.
As formações deixaram de ser apenas círculos e se tornaram um emaranhado de objetos geométricos de inúmeros formatos e tamanhos, dispostos de maneira inexplicavelmente organizada. Algumas fazendas chegam a receber de 10 a 15 círculos por ano, mas o mecanismo e seus autores continuam desconhecidos. Milhares de estudiosos de todo o mundo se reúnem anualmente para discutir o fenômeno e buscar novas imagens. Quando as encontram – quase que diariamente – revistam os locais atingidos a procura de vestígios que expliquem sua origem.
Diversas teorias surgiram sobre as famosas formações, e por mais satisfatórias que fossem, hoje perderam crédito por não serem capazes de explicar os complexos pictogramas nas plantações, formados por grupos de círculos unidos através de linhas e curvas, trançados com triângulos, trapézios e arcos, formando figuras que se assemelham a antigos símbolos religiosos, mandalas, insetos, constelações e sistemas solares. O que são e de onde vêm é a pergunta que não quer calar. O fato é que existem há anos e continuam sem explicação.