Em uma série de artigos publicados na revista Science, cientistas da NASA analisaram novos achados do rover Curiosity, confirmando que Marte pode ter abrigado vida há bilhões de anos. O robô encontrou o que os especialistas da missão identificaram como um antigo lago, com capacidade de ter sido um ambiente onde microrganismos prosperaram por milhões de anos.
Analisando a formação conhecida como Yellowknife Bay, o Curiosity encontrou rochas sedimentares que se formam unicamente sob águas calmas, após analisar amostras obtidas por sua broca. Minerais de argila formados na presença de água ainda contêm elementos essenciais para a vida, como enxofre, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio, fósforo e carbono. A equipe do rover já havia cumprido o objetivo principal da missão com o anúncio, em março de 2013, de que Marte teve condições de abrigar seres vivos no passado remoto.
O lago na Cratera Gale, região que o robô explora, de acordo com a NASA deveria medir 50 por 5 quilômetros, e poderia ter existido por pelo menos milhares de anos. Os cientistas afirmam que esse sistema aquífero poderia diminuir e aumentar de volume com o passar do tempo, e possivelmente ser coberto por gelo a maior parte do ano marciano. Tal processo poderia ter sido mantido por dezenas de milhões de anos, segundo a equipe do Curiosity.
VIDA MARCIANA PODE EXISTIR HOJE
A NASA afirma que poderiam ter vivido nesse local seres como os quimioautotróficos, classe de microrganismos terrestres que obtém nutrientes por meio de reações químicas em minerais de rochas. São normalmente encontrados em cavernas e fontes hidrotermais no fundo do oceano.
Outros estudos também publicados na Science apontam que a quantidade de radiação em uma missão tripulada a Marte, que o Curiosity mediu durante sua viagem e estadia no planeta, pode ser tolerável para seres humanos. Os mesmos dados apontam para a possibilidade considerável de a vida marciana ainda existir hoje, podendo ser encontrada por futuras missões a pouca profundidade dentro do solo do planeta. Cientistas estimam que bastaria cavar um metro para encontrar esses alienígenas, que estariam assim protegidos da radiação solar.
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