A sexta-feira, primeiro dia do UFOZ 2012, começou com Marco Antonio Petit apresentando os quatro palestrantes da primeira sessão. Esta foi aberta por Marco Aurélio Seixas, ufólogo, médico cardiologista que atuou como tenente-médico do exército e consultor da Revista UFO. Em sua palestra comentou as relações históricas entre governos e militares com o fenômeno, dos primeiros estudos até o cenário atual. Falou brevemente sobre relatos de UFOs muito antigos, desde os egípcios até as Guerras Mundiais, chegando finalmente ao conhecido Caso Roswell de 1947.
Explicou os projetos estadunidenses que deram início aos estudos oficiais sobre discos voadores, mencionando outros países pioneiros na investigação ufológica como o projeto Magnet no Canadá, o Cometa Report na França, e mais recentemente nos anos 2000 os países da América Latina. O Brasil, no entanto, é considerado o primeiro país a abrir oficialmente os dados. “Não podemos nos contentar com as informações liberadas ‘em conta-gotas’”, exclama, convocando o auditório a defender a liberdade de informação.
Wallacy Albino apresentou em sua palestra a importância da investigação de campo na Ufologia de um modo dinâmico, intercalando didaticamente conselhos para se tornar um ufólogo com exemplos próprios da Baixada Santista, onde atua. Especificou procedimentos de como fazer a coleta de informação correta, lidar com testemunhas, analisar evidências e outros procedimentos, e ainda enumerou categorias de UFOs e de seres extraterrestres.
O gaúcho Rafael Amorim mostrou seus mais recentes registros de evidências do Fenômeno UFO, no Rio Grande do Sul e regiões próximas, recolhidas nos últimos dois anos pelo grupo NEUS [Núcleo de Estudos Ufológicos de Sta. Cruz do Sul]. Com novas fotos e relatos afirma que os UFOS são uma realidade, e a questão é quem faz o contato. Para ele, embora a catalogação contínua traga bons frutos, uma vez que já é conhecida a realidade ufológica, os pesquisadores precisam saber o que fazer com as conclusões. Defende que o próximo passo é o contato, e a preparação deve unir cientistas mais rígidos com a Ufologia holística e espiritual, como exemplifica com o Caso Morro da Cruz de 1998.
O palestrante que encerrou a manhã foi o coeditor da Revista UFO Thiago Ticchetti. Filho de piloto da Aeronáutica, interessou-se por Ufologia e aeronaves desde criança. Para sua apresentação, tentou contatar pilotos e ex-pilotos para coletar informações acerca dos objetos voadores não identificados. Teve resposta de seis pilotos que confidencialmente descreveram seus próprios avistamentos e interações com UFOs durante voos. Em vídeo exibiu uma entrevista com o ex-piloto Marcelo Hecksher, na qual conta sua própria experiência. “E a aeronáutica não investiga?”, a pergunta veio do público. “Investiga! E é isso que a gente quer. Onde estão as investigações? Temos os relatos mas não sabemos o que foram feito com eles”, respondeu Thiago.
Na sessão extra, Carlos Odone ressaltou os propósitos do Movimento Gaúcho de Ufologia, o grupo Ufológico mais ativo e mais organizado do Brasil, com esperanças de que seja estabelecido crescente intercâmbio de conhecimentos com outras equipes de investigadores. Em seguida Ataíde Ferreira apresentou o cenário ufológico do Mato Grosso, ressaltando a alta incidência de relatos na região e de evidências arqueológicas, como as inscrições em pedras que se assemelham às encontradas em distintas partes do mundo.
O ciclo de palestras da tarde sofreu alterações na programação. Gener Silva, Antonio Inajar Kurowski e Ricardo Varela, escalados para se apresentar no sábado, adiantaram suas conferências para a primeira tarde do evento, junto de Fernando Ramalho. Gener apresentou interessantes sugestões próprias a respeito da Contatologia, área da Ufologia que estuda os contatos. Em proposição inédita, pede apoio dos ufólogos para expandirem os níveis de contato, acrescentando à conhecida classificação criada pelo pioneiro J. Allen Hynek os contatos imediatos de oitavo, nono e décimo grau.
Em seguida o funcionário da Câmara dos Deputados e coordenador da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já criada em 2004, Fernando Ramalho, detalhou a história do processo de abertura ufológica no Brasil através da Constituição Federal. Descreveu os intermináveis procedimentos e pedidos e uma recusa por parte do governo e militares. Destes, os mais recentes são solicitações de respostas feitas à Marinha, que ainda não se pronunciou. Falou a respeito de documentos que a Aeronáutica ainda não revelou sobre a Operação Prato (1977-1978) e, por parte do Exército, as informações oficiais sobre o Caso Varginha (1996). Todas as respostas foram negativas.
Finalizando o primeiro dia de palestras do I UFOZ 2012, Toni Inajar Kurowski e Ricardo Varela demonstraram como a análise cuidadosa de imagens registrando possíveis UFOs pode encontrar equívocos ou comprovar autenticidade. Kurowski, analista de imagens da Revista UFO, apresentou seu trabalho de reavaliação de fotos antigas em filme dos casos clássicos brasileiros, como o Caso Ilha Trindade e a Operação Prato, a partir da digitalização destas. Utilizando efeitos de software como equalização e contrates, concluiu que são registros reais.
Por sua vez, Ricardo Varela exibiu vídeos, separando os falsos dos considerados verdadeiros e apontando as diferenças descobertas pelas análises. Seu questionamento principal, que deixa para todos, é se realmente há necessidade de aceitação da realidade ufológica por parte da ciência. Segundo ele, “Evidências não são aceitas pela ciência oficial porque não podem ser reproduzida ou contidas, mas continuam sendo registradas”.
O I UFOZ 2012, ou IV Fórum Mundial de Ufologia, prossegue hoje com uma programação variada explorando diversas facetas da Ufologia, e as primeiras palestras de conferencistas estrangeiros. O evento pode ser acompanhado ao vivo no site Tercer Milénio, e nas próximas semanas todas as conferências estarão disponíveis em DVD no site da Revista UFO.
Site oficial do IV Fórum Mundial de Ufologia
Confira a programação completa do I UFOZ
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Começou o IV Fórum Mundial de Ufologia
Policiais e cientistas entre os palestrantes do I UFOZ
A investigação sob variados pontos de vista será apresentada no I UFOZ