Assim, a equipe de cientistas sugeriu que, apesar do ambiente altamente ácido de Vênus, a vida poderia florescer em suas nuvens, e essa suposição era muito ousada causando muita controvérsia entre os cientistas
Mas Greaves e seus colegas agora forneceram novas evidências para apoiar sua teoria. Desta vez, os pesquisadores encontraram amônia em Vênus, que é conhecida por ser outro gás associado à atividade biológica na Terra. A equipe continua argumentando que o segundo planeta a partir do Sol tem seu próprio ecossistema.
“Talvez haja algum tipo de vida microbiana em Vênus que produza amônia, pois essa seria uma maneira bacana de regular seu próprio ambiente. Como sabemos, a amônia tornaria o ambiente menos ácido e mais adequado para a sobrevivência. Esse nível de acidez pode ser comparado ao de alguns dos lugares mais extremos da Terra, então não é completamente loucura”, diz o autor do estudo, Greaves.
É verdade que ainda há uma lacuna entre “não tão louco assim” e evidências convincentes de vida extraterrestre.
“Há muitos outros processos que poderiam alimentar a atmosfera de Vênus com amônia. Entendemos por que a amônia poderia ser útil para a vida. Mas não podemos entender como essa amônia ou fosfina é produzida, mas a primeira tem um propósito funcional que parece lógico”, diz o astrofísico Dave Clements, do Imperial College London, que forneceu evidências isoladas da existência de amônia em Vênus.
O professor de ciência planetária da Universidade de Aberdeen, Javier Martin-Torres, foi quem desafiou os argumentos de Greaves alguns anos atrás. Ele concluiu que a presença de água na atmosfera de Vênus é muito pequena para torná-la adequada para qualquer vida.
Mas Torres concorda que a presença de amônia no ambiente altamente ácido de Vênus é intrigante. Ele disse que a descoberta “desafia nossa compreensão e sugere que uma química mais complexa pode estar envolvida.”
Felizmente, a sonda DAVINCI da NASA, que mergulhará na atmosfera de Vênus na década de 2030 para estudar sua composição, poderá pôr fim ao debate.
