Em dezembro de 1997, dezenas de ufólogos reunidos em Brasília (DF), participantes do I Fórum Mundial de Ufologia, conclamaram a população brasileira a pensar seriamente na questão ufológica. E mandaram um recado para nossas autoridades: o Fenômeno UFO não pode mais ser mantido sob sigilo, às escuras e afastado do conhecimento popular. Os fatos que os governos sabem e escondem devem urgentemente ser apresentados à sociedade.
O Fórum foi uma iniciativa coordenada pelo Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), através da Revista Ufo e com a participação direta de seus mais destacados integrantes. Para coordenar o evento, que foi patrocinado pela Legião da Boa Vontade (LBV), foi constituída a chamada Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), composta pelo editor da revista, A. J. Gevaerd, e pelos co-editores Claudeir Covo, Rafael Cury, Reginaldo de Athayde e Marco Antonio Petit. Centenas de pessoas compareceram ao Fórum, que teve duração recorde de 7 dias, das 08h00 às 20h00, de domingo 07 de dezembro a domingo 14 de dezembro de 1997.
Representatividade
Foram nada menos que 67 oradores de 22 países e 15 estados brasileiros. Nunca, em momento algum da história da Ufologia Mundial, se produziu algo tão grandioso. Com fortíssimo apoio da imprensa nacional, os ufólogos reunidos no Parlamundi da LBV, uma majestosa obra arquitetônica voltada para a comunhão dos povos, puderam abordar o que de mais importante já foi descoberto e é certo na pesquisa internacional dos discos voadores e seus tripulantes.
O momento mais importante do evento foi seu encerramento, que culminou na emissão da Carta de Brasília, um documento firmado por quase todos os ufólogos presentes, representando suas nações e entidades de pesquisa. A Carta é uma petição de grande envergadura, que tinha o propósito de externar a posição oficial dos ufólogos e seu requerimento ao Governo brasileiro para que sejam tomadas medidas necessárias e importantes de esclarecimento público da questão ufológica.
Redigida pela CBU, com a coordenação do editor de Ufo e auxílio do ufólogo Roberto Pinotti, da Itália, e Eustáquio Patounas, de Santa Catarina, a Carta foi entregue a três autoridades. O senador José Roberto Arruda, então líder do Governo no Congresso Nacional, recebeu duas cópias e garantiu que as entregaria, imediatamente, ao presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e ao presidente do Congresso. O senador Arruda foi positivo ao enfatizar a seriedade com que se deve tratar a Ufologia.
Compromisso
Outras duas cópias da Carta de Brasília seguiram para os coronéis-aviadores Zilmar Antunes de Freitas e Weber Luiz Kümmel, respectivamente comandante do 6° Comando Aéreo Regional (Comar) e da Base Aérea de Brasília. Estes militares estavam representando o então ministro da Aeronáutica, brigadeiro-do-ar Lélio Viana Lobo. Ambos asseguraram aos ufólogos presentes que entregariam o documento de imediato ao ministro, a quem, inclusive, se comprometeram recomendar a tomada das providências que o mesmo requer.
Vinte cópias da Carta foram produzidas – 10 versões em português, 10 em inglês – e assinadas na solenidade. Os ufólogos presentes, brasileiros e estrangeiros, postaram-se numa fila e, um a um, firmaram todos os documentos. Esse contingente de pesquisadores foi convidado, através deste ato, a apoiar a iniciativa da CBU de levar o assunto à esfera governamental, o que de fato foi feito.
No entanto, mesmo com o compromisso assumido publicamente pelas autoridades presentes, não se sabe até hoje se o documento chegou mesmo aos seus destinatários, o presidente FHC e o então ministro Lélio Viana Lobo. Nenhuma resposta, oficial ou não, foi expedida por esses senhores aos membros da CBU ou a qualquer outro ufólogo. Para o Governo brasileiro, a Carta de Brasília jamais existiu. Isso é lamentável, como se constatou nos meses seguintes ao Fórum, em diversas reuniões realizadas para se avaliar os resultados do evento. Em constantes entrevistas à imprensa, os ufólogos presentes no Fórum têm, até hoje, insistentemente, lembrado da importância da Carta e de sua efetivação, na esperança de que as autoridades venham a se manifestar. Isso nunca ocorreu.
Retomando a história
Agora, é hora da Comunidade Ufológica Brasileira agir com mais empenho e cobrar novamente de nossas autoridades o legítimo direito que tem de ser ouvida. É o momento de retomarmos o processo iniciado em 1997, e antes dele, várias décadas atrás, de pesquisa séria e realista da presença alienígena na Terra. Nenhum governo do mundo, suficientemente consciente, ignora a importância do Fenômeno UFO e certamente o Brasil tem uma grande responsabilidade nessa área, na coleta e pesquisa de casos aqui ocorridos.
A Comissão Brasileira de Ufólogos, instalada em 1997 para conduzir o I Fórum Mundial de Ufologia, se reúne mais uma vez numa nova iniciativa: deflagrar a campanha UFOs, Liberdade de Informação Já. Através dela pretendemos, com o máximo de participação popular, sensibilizar nossas autoridades para a questão. E não somente isso, mas também para o fato de que a Comunidade Ufológica Brasileira e a população do país têm o direito e a necessidade de saber a verdade.
O Brasil, como é amplamente conhecido, tem riquíssima, profunda e diversificada casuística ufológica, reconhecida até mesmo no exterior. É em nosso Território que os casos mais importantes da Ufologia Mundial ocorreram e foram por nossos ufólogos civis, com muita dificuldade, investigados. Nossas autoridades militares conhecem bem a situação e nunca se descuidaram da questão, acompanhando com interesse e determinação a evolução do fenômeno e tomando as devidas providências para conhecê-lo. O problema é que os resultados de suas atividades nunca foram apresentados à população.
Brasil ufológico
Exemplos de casos ufológicos brasileiros notórios, em que houve significativo envolvimento de nossas Forças Armadas, são a Operação Prato, conduzida por oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) na Amazônia, em 1977, e a chamada Noite Oficial dos UFOs no Brasil, de 19 de maio de 1986. No primeiro caso, a Aeronáutica brasileira engajou-se na pesquisa de manifestações ufológicas em áreas ribeirinhas da Região Amazônica e obteve surpreendentes informações sobre a natureza e origem dos aparelhos não identificados que eram vistos e aterrorizavam as populações locais.
No segundo, a FAB acompanhou de perto a maciça onda ufológica ocorrida sobre os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, entre outros, em que mais de 20 objetos voadores não identificados foram observados, radarizados e perseguidos por caças a jato, como afirmou o próprio ministro da Aeronáutica na &eac
ute;poca, brigadeiro Octávio Moreira Lima. Estes casos mostram claramente que nossas autoridades reconhecem a importância do Fenômeno UFO e a necessidade de acompanhar sua evolução. Mas não o fazem publicamente.
Agora, a partir dessa edição de Ufo, de abril de 2004, e através do site da revista, ufo.com.br, retomaremos nossa legítima petição ao Governo brasileiro para que libere as informações oficiais que retém, principalmente sobre os episódios acima – e também de outros –, e que reconheça a atividade dos ufólogos brasileiros, que esforçadamente lutam para que o assunto seja de conhecimento público. Todos os ufólogos do país são convidados a assinar a petição, um abaixo-assinado publicado no site da revista, assim como todos os interessados no tema, leitores e assinantes de Ufo e de outros veículos do gênero, podem fazê-lo.
UFOs, Liberdade de Informação Já
Vamos iniciar essa campanha oficialmente em 15 de abril e encerrá-la apenas em 15 de julho. Nesse período de 90 dias, esperamos recolher um substancial número de assinaturas, que demonstrem claramente que a Comunidade Ufológica Brasileira é um movimento forte, coeso e com voz ativa em todos os segmentos da sociedade. Desde o começo de abril, o site da Revista Ufo na internet já contém o abaixo-assinado, do qual todos podem e devem participar.