Marte e Terra encontram-se em posição favorável para viagens de nossos emissários robóticos somente a cada 26 meses. A NASA, depois de várias missões bem sucedidas, deverá perder a próxima janela de lançamento, em março de 2016. Estava planejado para esse período a decolagem da Insight, próxima nave de pouso ou lander. A sigla de sua designação significa Exploração Interior usando Investigação Sísmica, Geodésica e transporte de Calor.
O problema ocorreu com um de seus instrumentos, o Experimento Sísmico para Estrutura Interior (SEIS), produzido pela Agência Espacial Francesa, a CNES. O instrumento possui três sismômetros para medir terremotos em Marte, além de outras atividades abaixo de sua superfície. O SEIS precisa ser mantido em um ambiente de vácuo para suas medições muito precisas, porém uma solda defeituosa causou um vazamento no contêiner. O problema ocorreu no início de dezembro e a CNES providenciou o conserto, porém um teste realizado na França em 21 de dezembro comprovou que o vazamento voltou a aparecer. E diante da necessidade de reparo no instrumento, além de todos os vários testes a que o dispositivo precisa ser submetido, não será possível terminar os preparativos e lançar a missão em março.
A NASA ainda discute se a InSight será lançada em 2018. A missão de 675 milhões de dólares é baseada na Phoenix, para uma nave que permaneca imóvel sobre suas traves de pouso, e que ajude os cientistas a entender a estrutura e Marte. As informações recolhidas podem auxiliar a compreender os processos de formação de planetas rochosos, tanto dentro como fora do Sistema Solar. Outro instrumento da nave consiste em uma sonda capaz de penetrar cinco metros no solo marciano. Além disso, as comunicações da nave podem ajudar a determinar com precisão a rotação de Marte, que pode dar pistas sobre seu interior e o tamanho de seu núcleo. De acordo com John Grunsfeld, administrador do programa de missões científicas da NASA, a InSight é uma missão pequena com objetivos específicos, que não afeta o programa marciano da agência de modo geral. Já Jim Green, que comanda a divisão de ciência planetária da NASA, afirma que Marte é o outro planeta do tipo terrestre acessível a nós, e conhecer sua estrutura permitirá descobrir como mundos como o nosso se formam.
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