Uma sonda indiana deverá pousar na Lua por volta das 17h de hoje, no horário de Brasília. Para o horário, está prevista a transmissão da chegada do veículo por um canal no YouTube. A sonda faz parte da missão Chandrayaan-2, iniciada em 22 de julho. Ao chegar em terreno lunar, ela irá liberar um robô que deverá coletar amostras para pesquisa por duas semanas.
Caso a missão dê certo, a Índia será o quarto país a ter chegado à Lua, depois de Estados Unidos, Rússia (antiga União Soviética) e China. A missão é considerada uma etapa para chegar a Marte. O pouso, segundo especialistas, é um momento complexo porque, dependendo da velocidade, poderá haver um choque contra a superfície, como aconteceu com uma sonda israelense em abril.
Cique no vídeo do Youtube e acione o lembrete para a hora do pouso:
A empreitada da Índia na superfície da Lua é, ao mesmo tempo, muito promissora cientificamente e extremamente barata. Vários filmes de Hollywood custaram mais que os US$ 150 milhões que bancaram o projeto. O primeiro grande acerto da ISRO foi o local que escolheu para seu pouso: o polo sul lunar é uma região cobiçada por conter abundância de recursos naturais.
Ali as crateras abrigam imensas reservas de água congelada, e há ainda significativos depósitos de minerais como magnésio, ferro, cálcio e titânio. Tanto que a Nasa trabalha com a ideia de mandar astronautas justamente para lá em 2024. Outras agências espaciais e empresas também já demonstraram interesse em explorar a região. Mas, até agora, todas as missões lunares pousaram somente nas proximidades do equador do satélite natural.
Além de entrar para a história como o quarto país a deixar pegadas robóticas na Lua (só URSS, EUA e China conseguiram), a Índia será a primeira a alcançar com seu pouso suave uma região lunar muito cotada. Só que o procedimento é extremamente desafiador. A sobrevivência da pousadora Vikram e do rover Pragyan depende do sucesso do sistema autônomo de pouso, projetado para selecionar um local com relevo amigável.
Se houver pedregulhos demais no solo ou inclinação além do planejado, a sonda pode tombar — e toda a aventura estará arruinada. É por isso que os momentos que antecedem o pouso serão os mais aterrorizantes para a ISRO. Para se assegurar, a agência até escolheu um ponto B para a alunissagem, perto do original, a 600 quilômetros do polo sul.
“É uma operação muito, muito complexa. Eu não acho que nenhuma nação tenha feito uma operação semelhante tentando tirar fotos em tempo real e depois tente ter um computador de bordo implementando de forma autônoma a função do pouso. Será um evento marcante e todos estamos ansiosos por esse evento. Tenho certeza de que será um sucesso de 100% “, afirmou Madhavan Nair, ex-chefe da ISRO.
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Colaboração: David Vanzin