Não é de hoje que o assunto UFO atrai uma multidão de curiosos e suas inúmeras interpretações quanto à natureza desses objetos voadores não identificados. Para envolver o público na missão de monitorar esses objetos intrigantes, o projeto Sky Hub busca aliar baixo custo e alta capacidade tecnológica para promover uma rede global de sensores inteligentes capazes de capturar dados digitais de eventos anormais deste tipo.
Os dados coletados pela rede Sky Hub ficam armazenados em nuvem, de modo que outras pessoas possam acessar e consultar os registros. A iniciativa se concentra no rápido crescimento e aprendizado do hardware programado para ser a inteligência artificial (IA) responsável pela análise de grandes volumes de dados. Com tantos relatos de UFOs, a tecnologia contribui bastante para estudos dentro desta área, de maneira a complementar casos que, de fato, merecem ser estudados mais a fundo.
Segundo o presidente do conselho executivo científico do Sky Hub, Christopher Cogswell, um dos principais objetivos do projeto é, além de ampliar a rede de sensores em propriedades civis, catalogar dados de eventos anômalos e compartilhar com os pesquisadores, aperfeiçoar a máquina enquanto é usada durante o processo. Ao final dessa fase, pretende-se elaborar um banco de dados digital para que qualquer pessoa possa acessá-lo. Apesar do incentivo para participação do público, é importante ressaltar que o software do sistema se encontra em fase de testes e, por isso, está sujeito a constantes alterações.
“Há muito tempo estou interessado em saber por que certas tecnologias ou conceitos científicos foram prontamente aceitos pela sociedade, enquanto outros se tornam pontos de conflito”, disse Cogswell. A procura por UFOs, ou seus registros, não se trata apenas de algo interessante, mas também de uma oportunidade de estudar relatos de objetos no céu que, apesar de não sabermos identificar, valem a atenção da ciência cidadã.
Essa imagem foi capturada da filmagem de um possível drone usando-se o Sky Hub. Mas esse tipo de observação expande as chances de registrarmos um UFO.
Fonte: Sky Hub/Youtube
Atualmente, existem 12 unidades em operação — a maioria concentrada nos Estados Unidos, mas algumas no Reino Unido e até uma aqui no Brasil. Boa parte das unidades seguem o padrão de uma câmera com lente fisheye [olho de peixe]. Em breve, haverá a implementação de um microcomputador para o aprendizado da IA. Apesar de boas ideias serem muito bem-vindas, Cogswell diz que “(…) não queremos correr antes de andar”. A elaboração de uma unidade Sky Hub varia entre US$600,00 e US$1.000,00, e a empresa segue buscando por alternativas mais baratas para que esteja ao alcance das pessoas. “Ter o público fazendo parte deste projeto conosco é um objetivo digno”, acrescenta.
Até o momento, os equipamentos já capturaram meteoros, a Estação Espacial Internacional, bandos de pássaros e o que aparentou ser um drone — não sendo exatamente um UFO, mas já mostrando o potencial de observação do projeto. A participação pública amplia a possibilidade de envolvimento de outras áreas de estudo e pesquisa que tenham como base a medição e caracterização de objetos através da óptica. Para saber mais detalhes do funcionamento técnico e saber como participar dessa rede de ciência cidadã, acesse o site do Sky Hub.