Lev Sergeievitch Termen nasceu na cidade de Saint Petersburg, na Rússia Imperial, em 1896, e tornou-se um dos mais importantes pioneiros cientistas do país. Suas invenções eram incomuns e fantásticas para aquela época, como por exemplo um protótipo do sistema de tevê a cores e um instrumento musical chamado Tereminvox. Em 1938, Theremin foi acusado de propaganda anti-governamental e enviado para os campos de concentração em Gulag. No período em que esteve detido, os militares reconheceram seus talentos e ele foi escalado para trabalhar em projetos ultra-secretos do governo. Durante os anos que passou como escravo do sistema, conheceu cientistas impressionantes, como Sergei Korolyov. Posteriormente, Theremin foi premiado com o Prêmio Stalin para avanços científicos e convidado a encabeçar um laboratório de pesquisas ufológicas governamentais, que “servia para estudos de discos voadores capturados por soviéticos”, segundo declarou à Revista de Rádio Soviética. Mas o cientista não acreditava em UFOs e se recusou a aceitar o convite, migrando para os Estados Unidos anos depois, quando o sistema que o tinha encarcerado se esfacelara. Morreu em 1995.
Theremin recebeu forte influência de Korolyov, cuja vida era dedicada à exploração do espaço. Korolyov também havia visto UFOs sobre o campo de concentração em Gulag. Sua biografia é rica. Foi autor de projetos de sistemas tecnológicos para foguetes, estimulador do uso de Ciência aplicada à viagem espacial, duas vezes operário padrão socialista etc. Foi diretor do Instituto de Pesquisa Científica e Jato-propulsão, e durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou no Escritório Experimental de Projetos da URSS. Sob sua direção foram desenvolvidos mísseis balísticos, que resultaram nos primeiros satélites artificiais lançados ao espaço.
Laboratório Ufológico — Ele acreditava na existência de civilizações extraterrestres e mencionou em suas memórias um laboratório misterioso e “para o estudo oficial de discos voadores na União Soviética”. Seu interesse estava principalmente voltado a um projeto para obter tecnologia de naves alienígenas, conforme confirmou o cosmonauta Georgi Grechko, que trabalhou com Korolyov em 1950. Ambos estavam desenvolvendo estudos sobre a trajetória balística para a nave Mar I. No escritório de projetos de Korolyov trabalhavam também mais seis cientistas, que compartilhavam de sua crença em vida extraterrestre. Um tema de grande interesse para o grupo era a explosão de Tunguska, de 1908. Eles tinham um relatório escrito pelo físico A. Zolotov relatando que a explosão era de origem nuclear e teria sido causada por uma astronave alienígena.
Korolyov foi certa vez a Moscou e teve uma reunião com Stalin, onde trataram, segundo Grechko, de objetos voadores não identificados. Ao que se sabe, esta é uma das mais importantes confirmações de que mesmo o líder máximo do comunismo tinha sua atenção voltada ao assunto. Tanto que, depois da reunião, estimulou Korolyov a compartilhar informações sobre o assunto com o Alexandr Kazantsev, famoso escritor soviético de ficção científica e ex-coronel. Nascia desse relacionamento o embrião de um novo programa governamental de pesquisa ufológica. Para Kazantsev, que gozava do prestígio de Stalin, a idéia de que a explosão de Tunguska se tratava de uma nave alienígena era óbvia. Isso encorajou Korolyov e seu grupo a empreender uma busca pelos restos do objeto acidentado em 1908.
Membro de sua equipe,Yuri Smirnov informou em seu artigo “A Explosão de Tunguska”, publicado no jornal Chetvertoye Izmereniye, que o UFO estava realizando manobras na taiga siberiana. Até helicópteros foram usados na busca de vestígios. Korolyov pessoalmente avistou um UFO sobre o Cosmódromo de Baikonur, em 1962. Os engenheiros que o acompanhavam na oportunidade informaram que o objeto tinha forma de disco e que em seu centro havia uma espiral. Tinha quatro raios abaixo da armação. Foi principalmente a partir dessa ocorrência que o cientista buscou estimular os cosmonautas e técnicos do programa espacial soviético a darem mais atenção ao assunto.
Acredita-se que Korolyov atual, na URSS, como fez Maurice Chatelain nos EUA: orientando os homens e mulheres que iam ao espaço, para o fato de que poderiam encontrar “outros seres”, provavelmente observando suas manobras. De fato, todos os vôos tripulados da extinta União Soviética e, depois, os da atual Rússia, foram seguidos por UFOs. Chatelain fez os astronautas norte-americanos prestarem atenção ao assunto, mas Korolyov pôde realizar mais que isso: influenciar num tratamento diferenciado da questão. Como resultado, os cosmonautas soviéticos tiveram encontros com ETs no espaço, melhor compreendidos do que aqueles que ocorreram com seus colegas ocidentais.