Histórias de presidentes e outras autoridades que teriam tido contato com evidências ufológicas não são raras e volta e meia surgem novos rumores sobre tais encontros, embora eles dificilmente encontrem dados concretos que os confirmem. Os alvos prediletos desses boatos são, naturalmente, os presidentes norte-americanos, de Eisenhower e Bush, de Truman e Obama. Em particular, um deles chega a figurar em sites ufológicos mundo afora como tendo tido nada menos do que três encontros secretos com extraterrestres, Dwight D. Eisenhower. Uma busca na internet revela várias versões para descrever o que teria ocorrido ao presidente dos Estados Unidos, em 1954, em bases aéreas do país.
Dessa vez, no entanto, os rumores — e talvez haja algo além deles — apontam outra celebridade do cenário político mundial no centro de uma interessante história envolvendo uma nave alienígena e até mesmo o corpo de um de seus supostos tripulantes. Trata-se do ex-presidente de Cuba Fidel Castro, que teria deixado por escrito detalhes de sua visita a uma instalação secreta russa onde o disco e o cadáver alienígena estariam sendo mantidos. Castro tem o hábito de relatar suas atividades em uma série de publicações chamada Reflexões, em que discorre sobre diversos temas da atualidade cubana e global, além de aspectos pessoais de sua vida. Eu seu artigo intitulado A Necessidade de Enriquecer Nossos Conhecimentos, publicado pelo ex-presidente na edição de 29 de março passado de Reflexões, Castro tratou da perigosa forma como algumas potências mundiais conduzem suas intenções bélicas — para ele, tais ações são obra de personagens que sofrem de falta de cultura e entendimento.
Amizades sim, crenças não
Ao escrever sobre o assunto, Castro disse que um fator imprescindível para alcançarmos alto grau de consciência será por meio do enriquecimento de nossos conhecimentos. Nessa perspectiva, além de discutir os atuais problemas geopolíticos, inusitadamente, o ex-presidente também tratou de outro tema: a possibilidade de vida extraterrestre no universo. Em seu artigo, o ditador cubano revelou que em uma ocasião, antes da chegada do papa João Paulo II ao seu país, em 1998, teria tido uma conversa com Joaquín Navarro Valls, porta-voz do pontífice, para preparar sua visita. Ambos teriam se reunido para jantar em uma sala do Palácio da Revolução, em Havana. Junto deles estava um sacerdote amável e inteligente, que acompanhava João Paulo II nas missas.
“Você acredita que nosso imenso céu tenha sido feito apenas para que pudéssemos contemplar seus milhões de astros?”, perguntou Fidel Castro a Navarro Valls, deixando-o perplexo diante do tema. Recomposto, o porta-voz teria respondido: “Absolutamente! A Terra é o único planeta habitado do universo”. A questão foi então tratada pelo sacerdote ao lado, que disse a Castro: “Em meu ponto de vista, há 99,9% de possibilidades de que exista vida inteligente em algum outro mundo”. Sua resposta não violara nenhum princípio religioso, como observou o ex-presidente cubano em seu artigo, ao mesmo tempo em que a considerou correta e séria. A respeito disso, ressaltou aos seus convidados o fato de que, “para compartilhar amizades, não é preciso compartilhar crenças”.
Na época da publicação daquela edição de Reflexões, uma conhecida entidade europeia também se expressara sobre o tema dizendo que, de acordo com uma equipe internacional de astrônomos, poderia haver bilhões de planetas no cosmos, não muito maiores do que a Terra e orbitando estrelas de média grandeza em nossa galáxia. A afirmação ecoou positivamente em Cubatão. O número estimado de superterras — planetas com até 10 vezes a massa da Terra — se basearia em detecções já realizadas e depois ampliadas para incluírem aqueles mundos que orbitam também as chamadas estrelas anãs da Via Láctea. A essa categoria pertence o Sol, bem como a maioria das estrelas que conhecemos.
Castro lembrou que as novas observações com o aparelho Buscador de Planetas de Velocidade Radial de Alta Precisão [High Accuracy Radial Velocity Planet Searcher, HARPS] mostram que aproximadamente 40% das estrelas anãs vermelhas possuem pelo menos uma superterra orbitando-as em sua zona habitável — onde haveria condições de germinar vida. Nesses planetas, a superfície poderia conter água em estado líquido, segundo Xavier Bonfills, chefe da equipe do Observatório de Ciências do Universo de Grenoble, na França. “Estima-se que haja 160 bilhões de estrelas anãs pela Via Láctea, o que nos leva a crer que existam dezenas de milhões desses planetas somente em nossa galáxia”, disse Fidel Castro em seu artigo.
Vida no universo é óbvia
Como quem está a par das últimas novidades na área, o cubano ainda afirmou que estudos sugerem que existam superterras nas zonas habitáveis de estrelas em 41% dos casos, variando de 28 a 95% o número delas nas quais poderia haver água em estado líquido. Para ele, isso levaria a um questionamento óbvio: há vida nesses planetas? Antes de continuar, em seu texto Castro ponderou que as estrelas ao redor das quais estão tais mundos são resultado de erupções que podem ter banhado esses astros com raios-X ou radiações ultravioletas — o que diminuiria a possibilidade de surgimento de qualquer tipo de vida. Segundo Stephane Udry, do Observatório de Gênova, na Itália, se encontrássemos neles traços de elementos relacionados à vida, como oxigênio, então teríamos indícios da existência de organismos vivos naqueles mundos.
Ainda em seu artigo para Reflexões, Fidel Castro conclui: “A simples leitura dessas notícias demonstra a possibilidade e a necessidade de enriquecer nossos conhecimentos, hoje fragmentados e dispersos. Quem sabe nos levem a posiposições mais críticas sobre a superficialidade com que abordamos problemas tanto culturais como materiais. Para mim, não há a menor dúvida de que nosso mundo muda muito mais aceleradamente do que podemos imaginar”. A partir da surpreendente publicação do texto do ditador cubano, pode-se abrir uma discussão inédita sobre outras informações antes evitadas a todo custo na ilha que ele mantém cativa.
Reunião com João Paulo II
Em 2002, um conhecido cineasta cubano visitou Porto Rico para participar do Festival Internacional de Cinema de San Juan, a capital. Era Octavio Cortázar, que foi vice-presidente da prestigiosa União de Escritores e Artistas de Cuba (Uneac) e fundador da Escola Internacional de Cinema e Televisão daquele país. Na ocasi&at
ilde;o, Cortázar procurou a redação da revista Enigmas Del Milénio, editada por esse autor, para conversar sobre a casuística ufológica cubana. O cineasta então revelou uma informação muito importante, que conhecia graças ao seu cargo de confiança como diretor da Uneac. Ele disse que, além de Fidel Castro se reunir com o porta-voz do Vaticano e outros sacerdotes, como descrito, ele também teria discutido a temática da vida extraterrestre diretamente com o próprio Papa João Paulo II, naquela mesma visita que o pontífice fez a Cuba.
Segundo Octavio Cortázar, Castro teria perguntado a João Paulo II o que pensava sobre a possibilidade de o homem não estar sozinho no universo. O papa respondera a ele que a existência de vida fora da Terra era possível — ambos também teriam tratado de assuntos relacionados a discos voadores. No entanto, o informante de tais fatos pedira à Enigmas Del Milénio que eles só fossem publicados quando chegasse o momento adequado, pois esperava que o próprio ex-presidente cubano um dia revelasse o acontecido. Mas, mesmo depois de mais de uma década, Fidel Castro não o fez, embora, com a recente publicação de seu artigo em Reflexões, tenha permitido uma reabertura da discussão. O que todos na ilha se perguntam é qual seria seu interesse pelo tema da vida extraterrestre? Outra informação que nos foi oferecida mais tarde nos deu essa resposta: Castro teria visto uma nave e um cadáver extraterrestre.
O fato é sem dúvida contundente, mas há nele elementos que apoiam a história. Em uma das edições da Feira do Livro de San Juan estava, dentre outros autores, Juan Mari Brás, fundador do Partido Socialista Porto-Riquenho, acompanhado da senhora Providencia Trabal, outra líder política muito respeitada no país. Também em entrevista à revista Enigmas Del Milénio, a senhora Providencia — enquanto revelava uma série de experiências que ela, familiares e amigos tiveram com UFOs —, contou que Mari Brás tinha recebido uma informação muito importante a respeito do tema, que lhe teria sido passada por ninguém menos do que Fidel Castro. O fato era impressionante, já que autoridades cubanas sempre evitaram tratar do tema.
Nave alienígena capturada
Castro teria dito ao escritor Mari Brás que, anos antes da queda da União Soviética, em uma viagem que fez àquele país, seus amigos militares soviéticos o levaram a uma base militar e a um laboratório, onde lhe teriam mostrado uma nave alienígena capturada — lá também estaria conservado em uma caixa especial o corpo de um extraterrestre retirado de dentro do UFO. Segundo Castro, ele tinha estatura alta e vestia um traje inteiriço. Além disso, os russos também teriam dito ao cubano que sabiam que os norte-americanos tinham um centro de investigações similar, dedicado à monitorar a ação na Terra de outras inteligências cósmicas. A senhora Providencia, confiante na integridade de Juan Mari Brás, disse ainda à Enigmas Del Milénio estar certa de que aquela era uma história verdadeira, não um rumor. Mas, quando questionado sobre o assunto, Mari Brás mostrou-se tímido e não quis dar muitos detalhes.
Se essa espantosa narrativa é verdade, para qual base militar Fidel Castro teria sido levado por seus amigos militares soviéticos, onde observara a nave resgatada e o cadáver extraterrestre? Informações recentemente obtidas de forma independente falam da existência também na Rússia de instalações semelhantes à Área 51 norte-americana. Ou seja, estariam localizados em algum lugar do vasto país centros secretos de investigação da vida extraterrestre, como o que existe no Deserto do Nevada, nos Estados Unidos. Lá também estariam sendo estudadas naves espaciais, recuperadas ou capturadas, a fim de se reproduzir sua avançada tecnologia — bem como corpos de seres extraterrestres recuperados estariam sendo mantidos para estudos.
Plesetsk ou Kapustin Yar
Um desses supostos centros russos estaria alojado em áreas do subsolo do campo de testes de mísseis do Cosmódromo de Plesetsk, cerca de 800 km ao norte de Moscou — ponto de lançamento de inúmeras missões espaciais soviéticas. O local tem sido recorrentemente citado em informativos oficiais como alvo da vigilância de possíveis naves alienígenas, onde inclusive foram obtidas fotografias e filmagens de discos voadores que estariam sendo mantidas secretas por autoridades militares. Algumas dessas imagens, obtidas por agentes de segurança da base, mostrariam inclusive objetos voadores não identificados de formato discoide sobrevoando o lugar.
Outro centro russo onde atividades secretas são desenvolvidas, que também se cogitou como sendo o possível local para onde Fidel Castro teria sido levado por seus amigos soviéticos, no qual teria visto a tal nave resgatada e o cadáver extraterrestre, poderia ser a conhecida base de Kapustin Yar. Localizada entre Astrakhan e Volgogrado, no sul do país, Kapustin Yar é famosa por ser onde os russos realizaram os mais espantosos experimentos bélicos — também sob a vigilância de forças de origem extraterrestre. Supõe-se até que haja enormes hangares e instalações subterrâneas onde estariam sendo realizados estudos da tecnologia encontrada em naves alienígenas capturadas ou acidentadas no território da extinta União Soviética, atual Comunidade dos Estados Independentes. Segundo tal conjectura, o local conteria a principal instalação do que poderia ser chamada de “Área 51 Russa”.
Uma Área 51 russa?
Ventilado inúmeras vezes naquele país, tudo isso parece não surpreender os cidadãos russos. Lá, não são poucos os ufólogos, especialmente depois da queda do regime totalitarista, que aludem à existência da tal Área 51 russa, divergindo apenas quanto à sua localização, se no Cosmódromo de Plesetsk ou na base de Kapustin Yar — ambos são fortes candidatos e reúnem condições para tanto. Informações nesse sentido foram passadas por um agente de inteligência ao ufólogo e jornalista italiano Constantino Paglialunga, em 1997, dan
do conta de que pelo menos uma nave extraterrestre estaria sendo mantida pelos russos em Kapustin Yar.
É muito provável que essa seja de fato a base russa visitada pelo ex-presidente Fidel Castro, mas tal confirmação só será possível quando o líder cubano decidir romper seu silêncio e falar a respeito. E quando — ou se — isso ocorreu, estará contribuindo justamente para aquilo a que fez referência em seu artigo em Reflexões: o enriquecimento de nossos conhecimentos. Até que tal revelação ocorra de maneira inquestionável, pelo menos há o consolo de que seu texto abrira uma porta para a discussão sobre vida extraterrestre na ilha.