Casos de espaçonaves soviéticas seguidas por UFOs parecem mais freqüentes que os similares envolvendo veículos norte-americanos. Desde os primórdios da corrida espacial, os Estados Unidos e a então URSS disputaram cada milímetro desse novo campo, tendo os russos levado vantagem em alguns episódios e, os norte-americanos, noutros. Mas em termos de contato com naves alienígenas no espaço, aparentemente os primeiros são imbatíveis. A política soviética quanto ao assunto também pareceu, ao longo dos primeiros anos da referida corrida, menos severa que a imposta pela NASA aos seus astronautas e funcionários. Hoje conhecemos centenas de casos de vôos espaciais da extinta União Soviética que foram seguidos por UFOs.
Em 20 de setembro de 1977, a nave Kosmos 955 decolou do Cosmódromo de Plesetsk, às 03:58 h, e foi imediatamente seguida por um objeto voador não identificado. Assim que o foguete subiu, deixando grande quantidade de fumaça, algo aconteceu. No solo ainda restava a escuridão, quando surgiu um imenso objeto de aspecto gelatinoso, movendo-se lentamente pelo céu. O tempo sobre o norte da URSS estava claro, o que permitiu que se visse o aparelho também em Leningrado, na Estônia e, mais a oeste, na Finlândia. Moscou estava com o céu nublado. Nikolai Milov, correspondente da agência de notícias Tass na cidade de Petrozavodsk, escreveu uma pequena nota sobre um “fenômeno natural incomum observado na Carélia”. Dois dias depois, o repórter foi mandado para fora do país como correspondente internacional. Logo em seguida, os jornais norte-americanos traziam inúmeras notícias sobre o UFO gelatinoso no norte da União Soviética, e os ufólogos começaram a coletar informações sobre os eventos daquela excitante madrugada.
Buracos no Calçamento — Apesar dos acontecimentos não terem sido confirmados oficialmente, um amontoado de relatos foi juntado pelos investigadores. Mas a maioria era composta por rumores e histórias sem nexo sobre o que fora observado. A notícia se espalhou velozmente, e uma destas dizia que raios vindos do UFO haviam feito buracos no calçamento do cosmódromo e em suas janelas. A KGB, é claro, agiu com a necessária rapidez para limpar o cenário de evidências que pudessem aguçar ainda mais a polêmica, que já tomava conta do Ocidente. Há relatos de que algumas pessoas, que testemunharam o fenômeno, teriam adoecido ou ficado mentalmente perturbadas por causa do objeto não identificado. Outros depoimentos confirmam que o fenômeno era, na verdade, uma nave-mãe seguida de naves menores, que foram vistas voando para dentro e para fora do imenso corpo.
Conforme a história se espalhava, o governo soviético passou a se preocupar mais e mais com o assunto. Até então, sua política científica e militar era totalmente hostil à idéia da existência de vida fora da Terra – e de que UFOs fossem reais. O Politburo os chamava de “invenção do jornalismo amarelo do Ocidente”. Mas a ironia nisso tudo era justamente que o governo soviético tinha a explicação para o fato, mas não podia usá-la. Plesetsk e suas bases militares eram então super-secretas e não podiam ser reveladas ao mundo. Para encobri-la, os soviéticos inventaram um número enorme de explicações para o UFO, que serviriam também para despistar a comunidade científica internacional quanto ao próprio lançamento da nave Kosmos 955, igualmente secreta. Assim, em outubro daquele ano, o avistamento foi finalmente explicado como sendo a reentrada de um satélite na atmosfera.
Um objeto não identificado nos acompanhou por várias órbitas as redor da Terra. Seus tripulantes tentaram se comunicar conosco
– Vladimir Kovalenok
No entanto, apesar dos esforços, o desmentido não funcionou e outros foram lançados em seu lugar. Meses depois, o químico M. Dmitriyev tentou a hipótese de que o fenômeno era na verdade uma “zona de quimioluminescência de névoa industrial”, que havia resplandecido devido à radiação solar. Algum tempo após isso, o doutor V. V. Migulin referiu-se ao fenômeno como “alterações físicas na atmosfera superior”, similares à aurora boreal. E por aí seguiram as explicações, nenhuma atingindo seu objetivo. E com isso o dilema soviético aumentou, ficando ainda pior na noite de 14 de junho de 1980, quando o lançamento de um novo satélite de alerta, o Kosmos 1188, na Rússia Central, também foi acompanhado pelo mesmo efeito na atmosfera. Desta vez, ainda mais claro e visível, inclusive em Moscou, Gorsky e Kazan. Testemunhas relataram uma verdadeira revoada de UFOs em inúmeros lugares do país, e também no Leste Europeu.
Em 15 de maio de 1981 aconteceu novamente o fato, quando o lançamento do satélite meteorológico Meteor 2, também a partir do Cosmódromo de Plesetsk, atraiu a atenção de olhos não humanos. E assim como acontecia desde os tempos da cadela Laika, o primeiro ser vivo a ser lançado ao espaço, ou Yuri Gagarin, o primeiro homem a passar pela experiência: naves alienígenas são vistas nos momentos do lançamento dos foguetes ou acompanhando toda sua trajetória. Muitas vezes, especialmente no caso das Apollo, UFOs seguiam as cápsulas espaciais até sua chegada à Lua, percorrendo a órbita de nosso satélite ao seu lado e, por fim, aterrissando na superfície poeirenta do orbe.
Com esses fatos se sucedendo o tempo todo, em pleno furor da corrida espacial, a agência espacial norte-americana preferiu calar seus astronautas com intimidações e ameaças de ridicularização. O governo soviético, no entanto, sem obter sucesso com suas falsas explicações, que eram incapazes de brecar o amontoado de registros de UFOs em todo o país, não teve outra opção senão ceder. Foi assim que, inesperadamente, os comunistas do Kremlin, através do próprio general Georgi Beregovoy, chefe do programa espacial soviético, reuniu a imprensa na sede do Ministério do Planejamento da então URSS, o Gosplan, para apresentar ao mundo a incrível experiência dos cosmonautas Vladimir Kovalenok e Viktor Savinykh, que permaneceram 77 dias no espaço, a bordo da Salyut 6 [Veja box na página 26]. E até essa foi uma atitude que beneficiou os soviéticos, colocando-os à frente dos concorrentes ianques.
Cosmódromo Secreto — O governo da então URSS aproveitou a oportunidade para, através de um artigo no prestigiado jornal Pravda, de 20 de junho de 1983, admitir ao mundo a existência do Cosmódromo de Plesetsk. Ainda naquela ocasião, cercado de mistérios por todos os lados, o programa espacial soviético também tevoutros momento
s de sobressalto. Kovalenok e Savinykh não foram os únicos a ter grandes emoções no espaço. Em abril de 1979, o cosmonauta Victor Afanasyev decolou com um foguete lançador de outra base na URSS central, desta vez a Cidade das Estrelas, para atracar-se com a Salyut 6, usada então como uma estação espacial orbital. Logo no trajeto até a Salyut, algo estranho aconteceu. Afanasyev viu um objeto voador não identificado virar em direção à sua nave e começar a seguí-la pelo espaço. “Ele nos seguiu durante metade de nossa órbita”, disse o cosmonauta. “Nós o observamos no lado da Terra que estava sendo iluminado pelo Sol, mas quando entramos no lado escuro, ele desapareceu completamente”.
Segundo Afanasyev, o objeto tinha uma estrutura de perfeita engenharia, feita de algum tipo de metal e com aproximadamente 40 m de comprimento. “O objeto era estreito num lado e largo no outro, e havia aberturas internas. Algumas partes tinham projeções como pequenas asas, mas ele permaneceu muito perto. Nós o fotografamos e descobrimos que o objeto estava a cerca de 25 m de distância”, acrescentou. Além de fotografar o UFO, o cosmonauta comunicava continuamente ao controle da missão em terra o que acontecia, relatava o tamanho do objeto, sua aparência e posição. Quando Afanasyev voltou a Terra, foi obrigado a jurar que jamais iria revelar o que sabia e teve suas câmeras e filmes confiscados. Assim, aquelas fotos e suas transmissões nunca foram vistas. Somente após a Perestroika, Afanasyev sentiu-se com segurança para quebrar seu juramento e revelar sua história. “O objeto ainda está classificado com um UFO porque ainda não o identificamos”, finalizou.
UFOs no Radar — Outro exemplo de cosmonauta que propaga sem restrições a existência dos UFOs é Alexandr Baladin, que também confirmou que estas naves chegaram bem perto da Estação Espacial Mir, assim como se aproximavam com freqüência do Cosmódromo de Baikonur. Ele acrescentou que há evidências suficientes para se promover um estudo científico do fenômeno, e que está na hora dos governos mundiais reconhecerem oficialmente a existência do Fenômeno UFO. “Até mesmo o general Vladimir Ivanov, primeiro comandante das forças militares espaciais da atual Rússia, já viu objetos não identificados voarem sobre Baikonur, sendo capturados pelo radar”, declarou, insistindo que “não havia como ser aviões”.
Baladin esteve no Primeiro Fórum Mundial de Ufologia, em Brasília, de 07 a 14 de dezembro de 1997, e revelou ainda que ele e seu camarada, o também cosmonauta Musa Manarov, viram UFOs no espaço. Durante uma das operações de atracamento entre seu foguete e a Mir, Baladin viu um objeto brilhante à curta distância. Manarov manobrou o foguete lentamente, para poder gravar o estranho fenômeno em vídeo. Ele declarou que “os UFOs devem ser estudados por uma comissão científica internacional”, enquanto Baladin insistiu que o Exército russo tem uma grande contribuição a dar à Ufologia, através da revelação de uma vasta quantidade de registros importantes desses objetos. Como exemplo está um caso com várias testemunhas oculares, ocorrido na base de mísseis Kaputsin Yar. Em 1989, o pessoal militar lotado na base viu um objeto voador não identificado de formato semi-circular à baixa altitude, iluminando as instalações com um poderoso holofote. “Muitos de meus companheiros, que agora estão trabalhando em instalações militares super secretas, admitem que viram UFOs”.
Segredos Herdados — Registros em vídeo de UFOs no espaço não são raros no arsenal de segredos que a atual Rússia herdou da extinta URSS. Milhares de horas de filmagens envolvem a Estação Espacial Orbital Mir, a mais longeva de todas as missões soviéticas, que infelizmente teve suas atividades paralisadas por falta de verbas e de uma colisão com um foguete cargueiro. Em conseqüência, despencou de sua órbita e desintegrou-se na atmosfera em março de 1991. Uma das cenas mais chocantes mostra a estação contra o infinito preto do céu, tendo abaixo três objetos de forma discoidal, aproximando-se pela direita. É difícil obter uma medição exata de distância e tamanho dos objetos. Mas, de qualquer forma, o espectador pode ver dois dos corpos voando vagarosamente perto da Mir, enquanto um terceiro, mais lento, pára e flutua próximo a uma formação de painéis solares. “Esses fatos eram comuns e quase diários. Havia dias em que testemunhávamos até quatro aproximações de UFOs da estação espacial”, declarou um cosmonauta que não quer ser identificado.
Os objetos vistos próximos da Mir parecem gerar sua própria luz, em vez de refletirem a do Sol. Eles não parecem com naves espaciais típicas em seus movimentos. Por outro lado, no entanto, não sabemos que tipo de desenho exato tem que ter uma nave alienígena para viajar pelo espaço. Existem evidências de que podem usar técnicas avançadas de nanotecnologia para reduzir seu tamanho, ou ainda técnicas que permitiriam a eles navegar através do tempo. Se confirmadas, essas tecnologias com certeza revolucionariam os conceitos vigentes de Astronáutica. “Por exemplo, numerosas testemunhas informam que uma pequena luz vinda do espaço, ao flutuar sobre determinado térreo, pode muitas vezes crescer do tamanho de uma bola de pingue-pongue até o de uma grande espaçonave”, informa o ufólogo russo Boris Shurinov, representante da Revista UFO em seu país. “Noutras ocasiões, UFOs têm sido vistos diminuindo de tamanho ou desaparecendo totalmente”.
Boa parte dos filmes das operações espaciais soviéticas encontram-se hoje em poder da NASA – especialmente aqueles que mostram UFOs. E são muitos! Um estudo meticuloso desses registros demonstra que estes objetos em geral não têm a aparência que se esperaria de uma nave espacial convencional. A lógica é de que um objeto movendo-se através do espaço tenha que ter, teoricamente, capacidade de acelerar e viajar em altas velocidades usando menos ou nenhum combustível conhecido. Desde m
uito tempo se sabe desses detalhes, graças aos relatos dos cosmonautas russos. O major Gherman Titov é um deles. Em 07 de agosto de 1961, Titov tornou-se o segundo soviético a orbitar a Terra e voltar em segurança. Pois ele não apenas viu UFOs, como os filmou. Um trecho deste filme mostra vários objetos em movimentos inusitados e extremamente ágeis. “Pareciam que estavam dançando em volta da cápsula”, conforme declarou a uma revista soviética, anos mais tarde. O cientista Romilyav Remenko, um dos líderes russos do programa espacial Star Wars – idealizado pelo o ex-presidente dos EUA Ronald Reagan para ser usado conjuntamente por russos e norte-americanos como um escudo que detenha UFOs de entrarem em nossa atmosfera –, disse que a tecnologia alienígena comportava detalhes que não poderíamos ter conhecimento por muitos anos. E acrescentou que “…meu governo sempre soube que estes objetos eram de outro lugar do Universo, desde o primeiro dia da corrida espacial”.
Algum tempo depois de sua experiência, o sempre bom comunista Titov, falando numa Feira Mundial de Astronáutica, em seus momentos de glória, recontou sua experiência no espaço. Em um pronunciamento mais aberto, ele deixou claro que em sua excursão sideral ele não havia visto Deus. “Mas vi algo material que me impressionou bastante”. Registrar e compreender a tecnologia desse “algo material” tem sido um desafio e uma obstinação na extinta URSS, agora apenas arrefecida numa Rússia em eterna crise. Prova disso é a recente revelação de que o coronel do Exército Vermelho Boris Sokolov, que esteve no comando de vários projetos soviéticos secretos sobre UFOs, havia mandado construir 40 postos de escuta na forma de avançadas antenas rastreadoras, com capacidade para captar a passagem dessas estranhas naves.
Perestroika — Os casos de contatos entre ETs e cosmonautas soviéticos são muito mais expressivos do que se pensa. E muitos hoje são conhecidos por causa da abertura causada pela Glasnost e a Perestroika. Geralmente militares de altas-patentes do Exército ou da Força Aérea russos, os cosmonautas têm regularmente vindo a público e apresentado seus casos, quase sem nenhuma represália. Um episódio notório é o de Musa Manarov, que passou meses no espaço em 1991, a bordo da Mir. Em recente entrevista ao ufólogo alemão Michael Hesemann, representante dRevista UFO em seu país, Manarov descreveu sua experiência: “Aconteceu durante um acoplamento, quando toda nossa atenção estava voltada para a lenta aproximação da cápsula espacial que vinha conectar-se a Mir. Eu estava perto da janela maior, de onde pude ver as manobras”, disse Manarov. Ele garante que, enquanto observava cuidadosamente os perigosos procedimentos, filmando tudo o que se passava, notou algo embaixo da nave espacial, que primeiramente pareceu ser um tipo de antena. “Apenas quando olhei com mais atenção percebi que não se tratava de antena alguma, porque antes eu pensei que era uma parte da própria Mir. Mas aquilo então começou a se movimentar e foi para longe da nave”.
Sua excitação foi tamanha que Manarov agarrou o rádio de bordo e gritou aos seus camaradas: “Ei meninos, vocês estão perdendo alguma coisa aqui”. Todos se alarmaram e argumentaram que o estranho objeto poderia ser um pedaço da estação que havia se partido e estava se afastando no espaço. Mas com toda sua experiência, o cosmonauta garante que isso é impossível. “Simplesmente, nenhum pedaço da Mir poderia se quebrar. E mesmo que isso tivesse acontecido, nós teríamos notado antes, durante o lançamento, nas manobras mais arriscadas ou em outras fases do vôo”. Manarov conta ainda que aquele objeto passou a se afastar para baixo, girando sobre seu eixo. Ele afirmou que foi difícil estimar suas dimensões e impossível precisar se estava perto ou longe da Mir, pois no espaço é um desafio calcular tamanhos e distâncias. “Só posso dizer com certeza que não estava muito perto, porque eu tinha programado a câmera para observar o infinito, e aquilo sairia do foco”. Manarov acredita que o objeto estava observando as manobras de acoplamento.
“Não sei com certeza o que era, mas posso chamar aquilo de um tipo de UFO”, relatou ao ufólogo alemão. Definitivamente, não era um pedaço de detrito espacial, parte de um foguete ou coisa parecida, como as agências espaciais costumam explicar. Todos os objetos dessa natureza, resultantes de outras missões, são permanentemente rastreados e sua posição conhecida, tanto por russos quanto por norte-americanos. Caso contrário, representariam um grave risco às espaçonaves. “Se um objeto como aquele fosse conhecido, ao vir tão perto da Mir, ele teria sido localizado e nós seríamos informados”, finalizou o cosmonauta. Com seu colega Gennadij Strekhalov, que ocupou a Mir um ano antes, algo muito interessante também aconteceu – e ele fala abertamente a respeito.
“Nos últimos dois vôos que fiz na Estação Espacial eu vi algumas coisas”, disse Strekhalov. Durante o vôo de 1990, ele chamou seu camarada Gennadij Manakov, comandante da missão, para ir à janela e testemunhar um UFO. “Infelizmente, não conseguimos colocar um filme na câmera rápido o bastante para registrá-lo”. Strekhalov e Manakov confirmam ter olhado para o espaço e constatado que a atmosfera estava completamente limpa. “De repente, um tipo de esfera apareceu bem a nossa frente. Pudemos compará-la com uma brilhante e exuberante decoração de Natal”, afirma Manakov.
Esferas Reluzentes — Os cosmonautas acompanharam o fato por 10 segundos, tendo a esfera desaparecido do mesmo modo que apareceu, instantaneamente. “O que era e qual o seu tamanho, não sei dizer. Não há nada que eu possa usar para fazer uma comparação”. O cosmonauta afirma que ficou chocado com a intensidade da luz emitida pelo objeto. Ele o descreveu ao controle da missão em terra como uma esfera perfeita, mas não afirmou na ocasião que se tratava de um UFO, e sim de um fenômeno incomum. “Tive de ser cauteloso com o que falava, pois não queria ser mal interpretado”, garante Strekhalov. Na verdade, em 1991, com a situação da então URSS ainda indefinida, a política do sigilo ainda imperava. Manakov é mais reservado e evita falar no assunto, mesmo nos dias de hoje.
A abertura soviética trouxe uma avalanche de relatos de UFOs também provenientes de outros setores do país. O general e piloto da Força Aérea Pavel Romanowich Popovich &eacu
te; um dos que se aproveitou da mudança no regime para vir a público. Ele conta que teve um contato com algo desconhecido, que não sabe explicar. “Aconteceu em 1978, quando voava de Washington para Moscou, a uma altitude de 10.200 m. De repente, quando olhei através do pára-brisa do avião, notei alguma coisa voando a mais ou menos 1.500 m acima de nós, em curso paralelo”, descreveu Popovich a Michael Hesemann. Era um triângulo incandescente branco e parecido com uma vela, que o piloto estimou estar voando a no mínimo 1.450 km/h, pois conseguiu ultrapassar seu avião, que ia à 990 km/h. “Eu chamei a atenção de todos os passageiros e membros da tripulação para tentarmos descobrir o que era, mas não conseguimos”. Triângulos voadores não identificados têm sido cada vez mais comuns em todo o mundo, especialmente nos EUA e Europa. Foi por causa de uma revoada deles na Bélgica que o governo local resolveu formar uma comissão de estudos do assunto.
Secredos Bem Guardados — Popovich teve apenas esta experiência, que é bastante interessante, mas guarda muitos segredos de colegas seus, dentro e fora das forças armadas, inclusive militares graduados e em posições estratégicas. Um deles é o também general Gennadij Reshetnikov, chefe da Academia do Alto Comando de Defesa Aérea da Rússia e ex-comandante da Defesa Aérea do Leste Europeu. Ele conta que testemunhou misteriosas ocorrências durante sua atividade militar. “Às vezes, nossos caças e radares eram programados para detectar mísseis anti-aviões, mas acabavam detectando alvos não identificados”, afirma Reshetnikov. Ele registrou casos em que aviões levantavam vôo e descobriam seu alvo, mas quando o alcançavam e tentavam ativar seu sistema de mísseis, o circuito entrava em pane e tudo desaparecia – até mesmo o alvo. “Hoje ocupando uma vaga no mais alto instituto militar do país, sei que há muitos projetos de pesquisas e estudos científicos sobre UFOs”, declarou.
O general não revela se foi definida a natureza do objeto que alertou o sistema de defesa aérea, mas garante que qualquer alvo não identificado que aparece no espaço é detectado por um avançado sistema de radares. “Às vezes acontece de o alvo estar visível a nossa frente, mas não temos como identificá-lo”. Reshetnikov confirmou que cidadãos russos que testemunham ocorrências do gênero são estimulados a relatá-las às autoridades, gerando num grande número de manifestações sendo pesquisadas. Segundo ele, os relatos são sempre verificados, mas o general não pôde informar o resultado. “Na minha opinião, nossas forças armadas devem estar a par dos fatos”. Apesar do assunto ser de vasto conhecimento oficial, nos quartéis é mantido um certo sigilo sobre UFOs. A tendência dos militares russos, em geral, é aceitar o fenômeno como procedente de outros planetas. Mas apenas aqueles de alta patente têm acesso aos fatos mais importantes.
Reshetnikov esteve à frente de uma ampla investigação conduzida final da década de 70 e começo de 80, quando uma onda ufológica se manifestou sobre uma região próxima do Círculo Polar Ártico. Na localidade de Norilsk, inúmeras testemunhas oculares viram uma nave com formato de charuto e pequenas janelas. A imprensa local informou que o objeto foi observado várias vezes. “Rastros foram descobertos, mas ninguém conduziu nenhum tipo de pesquisa séria naquele local. Quando fiquei sabendo, sobrevoei a região de helicóptero para poder examinar com mais atenção”, disse o militar a Hesemann. Para ele, UFOs são comuns, mas merecedores de toda a atenção. Nisso concorda o major Vasily Alexeyev, do Centro de Comunicação do Alto Comando de Defesa Aérea russo, em Moscou. “Como regra, estes objetos apresentam maior atividade sobre áreas estrategicamente significativas, tais como instalações de foguetes, estabelecimentos de testes científicos, locais onde há uma alta concentração de Ciência avançada”, declarou Alexeyev.
Contatos Provocados — Em sua interpretação, isso se dá porque todos os locais de lançamento de foguetes e mísseis, e muitas das instalações da Força Aérea russa, representam pontos onde é manifestado de forma mais intensa o potencial humano. “E é aí que os UFOs aparecem mais”. Alexeyev informou que muitas vezes, durante o período da URSS, a pesquisa do fenômeno ocorria por iniciativa de oficiais e comandantes de bases aéreas, que sabiam dos fatos e se interessavam em conhecer detalhes. Ele garante ter informações de situações em que os militares deliberadamente provocavam aparições de UFOs, através do aumento da atividade em determinada região, muitas vezes causado por manobras de transporte de cargas especiais. Ele não informou do que eram esses carregamentos, mas deixou claro que seriam de material de origem nuclear. “Os primeiros objetos que apareciam eram esferas, mas havia outros tipos. Nós éramos uma nação inteligente e nada nos escapava”, disse o major, completando que o contato com naves ocorria com facilidade.