
A famosa frase “creio que alguém nos pesca!”, do escritor Charles Fort, corroborou o que foi vivido pelo vigilante noturno Jesus Antunes Moreira em 06 de dezembro de 1978. Segundo ele, um dos ufonautas com quem conversou tentou literalmente pescá-lo com um instrumento semelhante a um gancho. Instado a embarcar no disco voador, Jesus só não foi levado porque se recusou terminantemente. Tudo aconteceu em uma quarta-feira, enquanto trabalhava no acampamento de Furnas, na represa da Hidrelétrica de Marimbondo, à 50 km de Barretos. Às 20h45, quando estava olhando na direção sul, Jesus notou um reflexo nas águas turbulentas. Virando para o norte, deparou-se com um objeto luminoso, a uns 200 m e a 30 graus acima do horizonte. O engenho vinha em sua direção ao passo que o brilho diminuía, reduzindo-se a uma fosforescência. A uns 50 m, Jesus discerniu o formato: era um cone arredondado com apenas três metros de diâmetro, que se locomovia paralelamente à crista da barragem, ao longo de uns 400 m à direita da guarita. Embora não ouvisse ruído de motor, Jesus pensou que se tratava de um helicóptero da Companhia de Furnas transportando engenheiros ou diretores.
Poucos minutos depois, o veículo estacionou no ar a uns cinco metros do vigilante. Na parte superior abriu-se uma pequena portinhola, de onde surgiu uma cabeça humana que fitou Jesus. Logo depois esta se fechou e a nave se aproximou ainda mais, até ficar a apenas uns dois metros de distância. A passagem maior se abriu, deslizando para um dos lados, e dela saíram três seres com dois metros de altura, que se postaram na plataforma circundante da base do cone. O do meio parecia uma mulher, já que tinha seios e cabelos compridos. Os que a ladeavam eram quase idênticos. O trio possuía cabelos pretos e pele jambo avermelhada. As sobrancelhas dos homens eram cerradas e, as da mulher, ralas. Os dentes eram normais. Vestiam macacões azulados inteiriços, de brilho metálico, cheio de dobras, como se fossem de pano. As luvas eram cor-de-rosa. O que os diferenciava de pessoas comuns eram as orelhas: pontudas e repuxadas para cima.
Um dos “homens” se comunicou com o vigilante, ao mesmo tempo em que os outros dois conversavam entre si. O timbre de voz da mulher era menos grave. Jesus fez menção de procurar o telefone mais próximo, dizendo aos estranhos: “Vou chamar outra pessoa, porque não compreendo o que vocês falam”. Um dos seres gesticulou negativamente. Sentindo-se desrespeitado, Jesus tentou dar um tiro de advertência em direção ao chão, mas a bala não saiu – ele estranhou, pois havia checado o funcionamento da arma assim assumiu o posto. Nesse ínterim, a mulher saiu do interior da nave carregando uma espécie de caixa, semelhante à de sapatos. O personagem, que inicialmente tentara encetar conversa, tomou a caixa e a manteve na altura do ombro esquerdo. A partir de então, o diálogo fluiu. O outro tripulante masculino voltou à nave e saiu de lá trazendo uma corda de brilho metálico com um gancho de três pontas fixado na extremidade, com a qual tentou içar uma das pedras do barranco. Repreendido pelo que falava com Jesus, desistiu do intento.
Mesinhas circulares e banquinhos — A tripulante feminina, por sua vez, saiu segurando uma espécie de caixa de cigarros de cores alternadas. Postado num plano superior, Jesus logrou observar parcialmente o interior da nave através da abertura da porta. Divisou uma salinha onde havia dois banquinhos e mesinhas circulares, com diâmetros aproximados de 70 cm, apoiados em um suporte único de cerca de um metro de altura. Decorridos uns 20 minutos, os ufonautas acenaram em despedida e recolheram-se definitivamente ao interior do engenho, que ascendeu lentamente e, num certo ponto, adquiriu um brilho extraordinário, partindo em alta velocidade.
A cerca de 400 m de altura, a nave projetou uma luz fortíssima sobre Jesus, que imediatamente notificou um colega. Sem demora, acorreram junto com este os companheiros Lourival São José e Moniz Assunção, que o levaram ao médico Sérgio Tadeu F. Bandeira. A lanterna e o revólver do vigilante foram encontrados no chão, perto da guarita. Eram então por volta de 22h00. Jesus estava aparentemente bem, mas ao despertar sentiu fortes enjôos e uma ardência na região dos olhos, que persistiu durante várias horas. Instigados com a notícia veiculada no jornal Notícias Populares, Walter Karl Bühler e sua equipe dirigiram-se ao local em 17 de fevereiro de 1979. Foram informados de que Jesus já havia deixado seu emprego na hidrelétrica e se transferira para Barretos. Ao encontrá-lo, constataram que era um homem modesto e sem pretensões. Com naturalidade, repassou os fatos, acrescentando novos detalhes.