O incidente de Roswell tem sido um dos mistérios mais pesquisados e debatidos na história do Fenômeno UFO e um dos mais duradouros. Por décadas, jornalistas, autores, equipes de documentários e outros fascinados pelo incidente desenterraram e divulgaram inúmeras informações e artefatos da época. Agora, um jornal da época recém-descoberto traz um novo olhar para o caso.
A intensidade do foco colocado no incidente de Roswell por três quartos de século levou alguns a postularem que a maioria dos registros contemporâneos já foram examinados. Mas um pedaço da história local recentemente descoberto fornece um prisma interessante para as manchetes icônicas de 1947 com as quais o público se familiarizou – enquanto adiciona ainda mais páginas a um registro histórico ainda crescente. O Roswell Morning Dispatch, um jornal irmão há muito extinto do Roswell Daily Record, era publicado nas manhãs de 1928 a 1950. O Dispatch cobria as notícias do dia e, como tal, trazia relatos em julho de 1947 dos eventos que se desenrolavam relacionados à alegada recuperação de um UFO caído próximo de Roswell, juntamente com as explicações dos militares para o ocorrido.
Suas manchetes históricas foram descobertas entre edições arquivadas do jornal, informou o Daily Record. De interesse para os entusiastas da ufologia, a manchete de 09 de julho de 1947 no Morning Dispatch dizia: “Exército desmascara o disco voador de Roswell enquanto o mundo fervilha de emoção.” Isto foi seguido por um subtítulo com uma afirmação familiar que ajudaria a alimentar futuras acusações de um acobertamento: “Oficiais dizem que o disco é um balão meteorológico.” Uma barra lateral descreve o então xerife George Wilcox atendendo ligações da mídia de todo o mundo enquanto jornalistas buscavam informações sobre o que viria a ser conhecido como o incidente de Roswell.
Nick Pope, que investigou UFOs para o Ministério da Defesa do Reino Unido, disse que a descoberta das antigas manchetes tem significado para pesquisadores e outros interessados no fenômeno. Ele disse: “É uma parte fascinante da história que o tempo esqueceu. Isso mostra que 75 anos após o incidente de Roswell, ainda há descobertas a serem feitas nos arquivos.” Ele acrescentou: “Qualquer historiador lhe dirá que voltar às fontes originais não tem preço quando se trata de obter uma visão do que aconteceu e como as pessoas envolvidas estavam reagindo e percebendo as coisas, e qual era o sentimento na comunidade local. Este é apenas um vislumbre incrível de Roswell em 1947 – que foi o marco zero para esse mistério que ainda perdura até hoje.”
Jornal da época descoberto lança um novo prisma acerca do acontecimento.
Fonte: The Associated Press
Barbara Beck, editora do Daily Record, disse: “Levou mais de 70 anos para o Roswell Morning Dispatch, com seus artigos e manchetes exclusivos, serem descobertos enquanto vasculhavam os arquivos do nosso jornal. O Dispatch foi originalmente propriedade da minha família, e é muito emocionante que agora tenhamos um novo recurso principal para entender melhor a história do Novo México.” As manchetes do Daily Record relacionadas ao incidente ufológico de 1947 foram, por algum tempo, registradas pelo governo federal dos Estados Unidos. Beck acrescentou que os artigos do Morning Dispatch também foram registrados, o que significa que não podem ser reproduzidos sem permissão.
Há muito a ser descoberto nos artigos. Uma olhada nos registros do Dispatch fornece um lembrete, por exemplo, do grau em que o fascínio público pelos UFOs se apoderou em todo o país naquela época. Pope, que viajará para Roswell em julho para participar do evento Roswell Incident, do Daily Record, parte do Festival UFO da cidade, disse que espera que a descoberta das antigas manchetes do Dispatch lembre as pessoas de que os registros históricos ainda podem estar lá, esperando para serem descobertos. Tal descoberta poderia, à medida que o tão esperado 75º aniversário do incidente se aproxima, ajudar a lançar uma nova luz sobre o que aconteceu em 1947. Ele disse: “O fato de Roswell ser o foco das atenções do mundo novamente é quase como… uma espécie de chance final de talvez resolver o mistério, de uma forma ou de outra, para sempre.”