Quando baixa a poeira

Ubirajara Franco Rodrigues
cbecfb19a630428f928c450367fdc2a01528461831

Vista aérea do Jardim Andere, em Varginha. O ponto assinalado mostra onde os ETs foram capturados
Créditos: Arquivo UFO

Fazer um balanço sobre a situação posterior ao grande alarde feito pela Imprensa brasileira em torno do Caso Varginha obriga-nos necessariamente a um resumo. Impossível escrever sobre todos os detalhes das informações e pistas que colhemos nesses últimos meses. Pode-se notar, no entanto, que o caso desperta nuanças de aspectos os mais diversos, desde sociológicos a psicológicos, e até de cunho objetivo, dos quais já estamos a muito plenamente convencidos. Interessante observar que a opinião pública, não só na cidade onde se deram os noticiados eventos (“… estigmatizada pela grande comoção gerada”, como afirmou a Defesa Civil de Campinas, segundo um jornal local), é um misto de fascínio, descrença e curiosidade, e não apenas em nosso país, como também no exterior. No Brasil, chegaram a publicar recentemente — em artigo muito bem elaborado, diga-se de passagem — que tudo não passou de campanha promocional do filme Independence Day.

Segundo o articulista, nem os ufólogos envolvidos sabiam da trama que deveria escolher uma cidade do interior brasileiro, de preferência um local conhecido como janela de aparições, como é o caso do Sul de Minas. Atores disfarçados de militares, com automóveis oficiais e maquiados, interpretaram o roteiro dos eventos que, fatalmente, chegariam ao conhecimento de pesquisadores locais. Pois é sabido que os ufólogos não deixam passar em branco possíveis fatos desse tipo. E pronto. A comoção pela Imprensa faria a promoção natural.

Por outro lado, é bom destacar que, ao início dessa divulgação toda, a maior parte das notícias publicadas saiu completamente truncada e distanciada, principalmente a seqüência correta dos acontecimentos. Em termos de imprensa escrita, as matérias que mais se aproximaram de uma narrativa correta foram as da conceituada IstoÉ e posteriormente da Revista UFO, em edição especial. Esta última, sim, fiel a tudo, deu destaque aos detalhes importantes.

Em termos de televisão, o programa Comando da Madrugada, capitaneado pelo respeitado Goulart de Andrade, impressionou pela fidelidade aos fatos e afirmações dos pesquisadores, tendo-se constituído sem dúvida em um importante marco para a Ufologia Brasileira. Já pela Internet, a palavra Varginha faz descer pelos monitores cerca de 600 textos, tanto nacionais como estrangeiros. Mas também, nesse caso, às vezes não podemos resistir ao riso. Impressiona como há absurdos e fábulas em torno do assunto na rede.

Por amor à exigüidade do espaço, basta frisarmos que um desses textos chegou a afirmar que “um dos ufólogos envolvidos no caso sofreu grave atentado à bomba ao retornar à cidade onde reside”. E que tivemos toda a casa metralhada durante a madrugada por atiradores desconhecidos. Fatos que, é claro, jamais aconteceram. Finalmente, ainda quanto à opinião pública, alguns pontos ainda nos impressionam e estarrecem. Parece que as pessoas insistem em não raciocinar corretamente ou não entender o que os pesquisadores do caso alegam.

Primeiro, desejamos frisar que muitos ainda fazem questão de achar que nos fixamos exclusivamente nos depoimentos das três moças que avistaram a criatura no dia 20 de janeiro deste ano. Parecem desconhecer que a função delas foi a de dar vazão a tudo, por se tratar de pessoas sinceras e que não têm qualquer motivo para se esconderem por detrás de conceitos, sob certo ângulo, hipócritas, tais como “meu nome não pode aparecer” ou “a sociedade vai me ridicularizar” etc.

O papel dessas meninas, para nós importantíssimo (sem dúvida, a Ufologia deve-lhes muito), foi o de nos permitir ter certeza de que um aprofundamento nas pesquisas seria absolutamente necessário. Mas tudo isto é compreensível, pois afinal, até agora, são as únicas testemunhas conhecidas, cujos nomes puderam vir a público. Após isso, infelizmente ainda não chegamos a um consenso de como tornar notório quem são as peças chave dos demais eventos. Tais como militares e outros civis, envolvidos diretamente com os setores onde se deram alguns fatos de extrema importância no contexto geral.

E, dure o tempo que durar, não o faremos, enquanto uma dessas testemunhas puder ser prejudicada de alguma forma. Até o momento em que as criaturas protagonistas chegaram à Unicamp e foram objetivo das lides de cientistas, a onda sem precedentes ocorrida na Imprensa parou. E de lá para cá?

As atividades dos pesquisadores não cessaram. Continuamos na mesma luta pela obtenção de informações e maiores detalhes. Por exemplo, sabemos com segurança que na Unicamp o material transportado por militares chegou em uma caixa metálica com furos.

PESQUISA COM RIGOR CIENTÍFICO: OS FATOS SÃO DESVENDADOS EM DETALHES — Quando dois indivíduos trajados de branco receberam o material num corredor do Hospital das Clínicas, até os soldados foram barrados. Nos dias posteriores, a equipe encarregada solicitou alimentos de diversos tipos. Parecia que estavam testando qual poderia ser melhor aceito por alguma espécie de organismo vivo. Isso teria gerado entre alguns funcionários um comentário sadiamente irônico: “Estranho! Eles sempre recebem cadáveres para autópsias… Será que estão testando qual o tipo de alimento que os cadáveres gostam mais?”.

Sem possibilidade de maiores detalhes, podemos dizer que já são dezenas as pessoas que, tanto nos meios militares quanto médicos envolvidos, comentam que tudo acabará sendo definitivamente descoberto. Afinal, com tanta gente relacionada, cedo ou tarde, informações concretas irão vazar. A linha de raciocínio singelo assaltou não apenas os leigos em Ufologia, como também até interessados no assunto. Não acostumados a pensar com parâmetros mais óbvios, alguns ainda resistem porque não entendem como uma nave dessas entrou em nosso espaço, soltou criaturas em uma cidade do interior e “ninguém viu nada”. Mas deixam de observar o que realmente é óbvio.

crédito: Arquivo UFO

Os veículos da foto estão na mesma posição que ficaram os caminhões dos Bombeiros e do Exército, no momento da captura

Os veículos da foto estão na mesma posição que ficaram os caminhões dos Bombeiros e do Exército, no momento da captura

UM FATO COLETIVO: CASO VARGINHA ATINGE A TODOS — Ora, primeiro, é bom notar que é exatamente porque muita gente presenciou os eventos que conseguimos diversos depoimentos — que afirmamos permanecer mantendo-os sob sigilo. Certamente existem pessoas no planeta com um mínimo de consciência da enorme importância de tudo isso e, mesmo sabendo de seus riscos — principalmente sociais —, acabaram por nos ajudar. E ainda ajudam, seguramente. Depois, é claro que muitos indivíduos avistaram o fe
nômeno ufológico que precedeu o avistamento e a captura de tais criaturas.

É do conhecimento de todos o depoimento dos caseiros de uma fazenda próxima a Varginha, Eurico e Oralina, que avistaram um objeto fusiforme, aparentemente avariado, voando à baixíssima altitude sobre o pasto, em direção à cidade, e que soltava uma fumaça densa. Esse objeto não tinha luzes, era escuro e quase invisível. Possuímos também o depoimento de um morador de uma cidade vizinha que, juntamente com uma amiga, observou, de dentro de um ônibus, o mesmo objeto próximo à região da fazenda onde trabalham Eurico e a esposa, quando chegavam em Varginha pela manhã.

Cientes de que ninguém é obrigado a aceitar tal afirmação, podemos garantir que um sem número de outros cidadãos avistaram tal objeto. Mais importante, entretanto, é frisar que esse UFO foi rastreado desde sua entrada na atmosfera e, principalmente, quando penetrou o espaço aéreo brasileiro. Ao efetuar suas manobras no Sul de Minas, os comentários começaram a aumentar entre os meios responsáveis por esse rastreamento. Sabemos que foi por sistema de satélites, anteriormente através da detecção pela Força Aérea Norte-americana, que tratou de acionar os setores brasileiros afetos.

Sem embargos, nossos informantes — obviamente pertencentes às áreas competentes envolvidas — indicaram-nos que a unidade militar mais próxima (em Três Corações) foi alertada e acionada para seguir de perto aquilo que, nitidamente, ou pousaria ou cairia por razões das quais ainda não estamos absolutamente certos. Daí surgiu um importante depoimento que, a princípio, não se encaixava bem na seqüência dos dados que possuíamos: declararam-nos que na Escola de Sargentos das Armas (ESA) um dos caminhões, ou alguns deles, guardava inúmeros fragmentos de um material aparentemente metálico. E também que esses pedaços eram de diversos tamanhos.

Por enquanto, o que podemos dizer é que já conseguimos outro testemunho de extrema importância, que deu, definitivamente, lógica a tal afirmação. Mas só o divulgaremos após um consenso com outros pesquisadores do caso. E quando o concretizarmos, com absoluta certeza tudo vai soar nos meios ufológicos como uma verdadeira bomba. Os acontecimentos que sucederam os principais episódios de Varginha foram por demais interessantes. Principalmente, os próprios avistamentos de possíveis UFOs, resguardada a necessária filtragem de confusões e enganos. O fenômeno tornou-se claramente indiscreto, sobrevoando cidades à baixíssima altitude, permanecendo por longos períodos de tempo visível, seguindo pessoas e cercando automóveis. Isto (reconhecendo que não se pode afirmar com tanta segurança) demonstra talvez que a hipótese levantada por alguns, de que tais criaturas pudessem ser espécies animais com pouca inteligência, criados por seres mais evoluídos, pode ter caído por terra…

No mais, consideramos um desperdício não abordarmos outro aspecto sério e por certo grave, que vem sucedendo-se desde esses acontecimentos, num artigo que se destina exclusivamente a dar uma visão atual da situação. Trata-se da coincidente morte inexplicada de animais, ocorrida tanto no zoológico de Varginha, quanto numa reserva particular próxima à capital de São Paulo, e recentemente em outros locais. No entanto, gostaríamos de frisar que, inclusive no zôo de Varginha, isto continua eventualmente acontecendo, como a morte recente de uma loba, cujo laudo ainda não nos foi exibido.

crédito: Arquivo UFO

O casal Eurico e Oralina, na janela de sua casa, de onde ambos viram o UFO acidentar-se em Varginha

O casal Eurico e Oralina, na janela de sua casa, de onde ambos viram o UFO acidentar-se em Varginha

Além disso, estamos na trilha de um fato extremamente sério e lamentável, que preferimos continuar pesquisando o tempo que for necessário, para nos certificarmos de haver ou não uma ligação com os eventos ufológicos de Varginha. Fato de que já estamos cientes desde o início de tudo, mas que até hoje preferimos sequer mencionar, para evitar qualquer tipo de sensacionalismo desnecessário e, principalmente, mantermos a boa compostura que acreditamos estar conservando. Em suma, talvez não seja aleatoriamente que a Defesa Civil de Campinas, segundo um jornal daquela cidade, esteja agora iniciando uma espécie de campanha para cuidar de eventuais avistamentos ufológicos, alegando que os cidadãos não podem mais ser simplesmente ridicularizados quando noticiam algo dessa natureza. Nós, ufólogos, sabemos que tal postura pode ser também histórica.

ET de Varginha é enviado aos Estados Unidos

O Caso Varginha merece mais alguns comentários. É realmente um dos casos mais interessantes surgidos nos últimos tempos e que apresenta novos rumos às pesquisas ufológicas. O ufólogo Ubirajara Franco Rodrigues — ao contrário do que vinha sendo propagado — já está ciente de que uma das criaturas capturadas em Varginha fora levada aos Estados Unidos. Ubirajara ainda relata que oficiais norte-americanos visitaram a ESA, em Três Corações (MG), para estudar o caso mais de perto. Os pesquisadores obtiveram uma confirmação, registrada em vídeo, onde um militar declara que houve, de fato, a queda de um UFO na região, e que alguns destroços tinham sido vistos sendo levados pelo Exército em caminhões. Na hora da captura da segunda criatura, esta, ainda viva, choramingava.

Esses detalhes só agora estão vindo à tona e, apesar das criaturas de Varginha serem atípicas, temos conhecimento de mais dois casos similares: um no México, filmado por uma dona de casa, e o outro na Itália, relatado pelo reconhecido pesquisador Roberto Pinotti. Acho importante ressaltar que os americanos captaram por satélite uma intensa movimentação de UFOs nos céus do Sul de Minas e norte de São Paulo no dia 19 de janeiro de 1996. Por esse motivo, a ESA enviou alguns militares ao local.

A maioria das informações sobre o Caso Varginha foram-me fornecidas por Ubirajara Franco Rodrigues, cuja seriedade como pesquisador é amplamente conhecida, fazendo com que eu dê total crédito e apoio ao caso. Porém, o que mais me estarrece ainda é a quase perfeição do acobertamento militar. Acredito que não deveriam agir desta forma, e sim esclarecer a população sobre a existência de vida extraterrestre.

Irene Granchi, do Conselho Editorial

TÓPICO(S):
Compartilhe