Todo dia 13 de junho, quando se comemora o dia de Santo Antônio, é recordado na Ufologia catarinense um local do município da Penha batizado com o nome de Prainha de São Miguel. Ali, no ano de 1974, ocorreu um dos casos mais importantes da casuística do Estado. Um UFO de pequenas proporções, que viajava no céu desenvolvendo grande velocidade, submergiu nas águas do oceano, próximo da costa. O Grupo de Pesquisa UFO (GPU) investigou o caso em junho de 1996, coletando depoimentos do ex-pescador Ubelino Generosa e de outras testemunhas. Segundo os relatos, por volta das 14:00 h daquele dia, o senhor Ubelino e seus familiares foram até a Praia de São Miguel, bem próxima de onde moram.
Ao chegar lá, notaram a presença de um objeto brilhante no céu movendo-se rápido e silenciosamente de leste a oeste. Ele era branco, tinha o formato de um charuto com extremidades aguçadas e dimensões um pouco menores que as de um avião monomotor. Subitamente, fez uma manobra em ângulo reto para baixo, indo em rota de colisão para um ponto do mar situado à cerca de 200 m de onde Ubelino estava, no quebra-mar. Percebendo que o objeto havia se chocado com a água, o senhor Ubelino e seu irmão Francisco Severino Filho seguiram para o local com uma velha bateira [Pequena embarcação de pesca] que possuíam. Mas ao chegarem lá não havia qualquer vestígio do objeto.
Na ponta da praia uma multidão os esperava ansiosa por novidades. Logo que anoiteceu, uma equipe do Aeroporto de Navegantes, cidade próxima, foi à residência do senhor Ubelino e coletou seu depoimento. Antes de a equipe ir embora, prometeu investigar o caso e tomar as necessárias providências. Na manhã seguinte, alguns homens da Capitania dos Portos de Itajaí [Garante a segurança marítima, exercendo jurisdição em todas as águas navegáveis do território de Itajaí (SC)] apareceram na Prainha de São Miguel em um barco de pesca. O senhor Ubelino seguiu com a embarcação até o local do incidente, onde dois dos tripulantes mergulharam com roupas especiais. Algum tempo depois, regressaram e afirmaram que as condições de visibilidade da água, naquela área, não eram boas. Sendo assim, ficaria impossível detectar qualquer objeto que estivesse no fundo do mar. Mas o senhor Ubelino percebeu quando sinalizaram para os outros marujos, alertando que algo muito importante tinha sido encontrado naquelas águas, e que o humilde pescador não poderia saber. No mesmo dia, por volta das 16:00 h, dois dos tripulantes voltaram à Prainha de São Miguel para mergulhar. Novamente voltaram dizendo que nada tinha sido encontrado, mas que continuariam a busca no dia seguinte.
Então, marcaram a área de mergulho com um tambor de 50 litros, jogado ao mar preso com um cadeado bastante grande a uma corrente de 150 Kg. No dia seguinte, quando o senhor Ubelino foi pescar, o tambor que demarcava o local da queda havia desaparecido. Perguntando às pessoas que estavam na praia, o pescador soube que nem sequer apareceu o barco da Capitania dos Portos para dar continuidade às investigações naquela manhã. Tampouco, mais tarde, veio algum representante indagando o sumiço do tambor. Esse fato tornou evidente que aqueles mergulhadores estavam escondendo a informação sobre algo muito importante que encontraram no mar.
Envolvimento Militar — Passaram-se semanas até que os homens da Capitania dos Portos procurassem o pescador. Pediram a ele que, juntamente de sua família e outras duas testemunhas, o acompanhassem até a sede da instituição, em Itajaí, para um interrogatório. Após terem dito tudo o que sabiam sobre o caso ao capitão-de-corveta que os recebeu, foram liberados para voltarem a suas casas. Meses depois, quando o senhor Ubelino habitualmente chegava da pescaria, seu pai, bastante aflito, lhe avisou que dois militares, vindos do Quartel do Exército em Blumenau, estavam a sua procura. Consciente de que não havia nada com o que se preocupar, saiu novamente de casa para tentar encontrá-los. Assim que o viram, os oficiais lhe cumprimentaram com um forte abraço e pediram que os levassem até o local do acontecimento.
Após Ubelino contar minuciosamente o caso, os militares foram embora e não voltaram mais à Prainha de São Miguel. Os representantes da Capitania dos Portos de Itajaí e do Aeroporto Navegantes nunca revelaram os resultados de suas investigações na área e nem fizeram qualquer pronunciamento oficial a respeito do caso. Os moradores, principalmente as testemunhas, explicam o evento do dia 13 de junho de 1974 das mais variadas formas. A única certeza que se tem é que, desde aquela época, a casuística ufológica de Santa Catarina tem registrado fenômenos bastante misteriosos.