Uma civilização extraterrestre extremamente avançada pode ter criado uma rede de transporte de buracos de minhoca ao redor do universo, e podemos até já as ter detectado, mas fomos incapazes de discernir na miríade de dados obtidos.
Embora pareça uma teoria absurda, um novo artigo publicado na BBC Science Focus sugere que pode não ser. De acordo com o astrofísico Fumio Abe, da Universidade de Nagoya, podemos já ter capturado evidências de tal rede em observações existentes, mas a perdemos no mar de dados, levando à intrigante perspectiva de que reanalisar observações poderia levar a um avanço na busca por inteligência extraterrestre.
“Se os buracos de minhoca têm raios de garganta entre 100 e 10 milhões de quilômetros, estão ligados à nossa galáxia e são tão normais quanto as estrelas comuns, a detecção pode ser alcançada reanalisando dados anteriores”, disse Abe à Science Focus. Isso sugere mais uma assinatura tecnológica para procurar por aí e descobrir outras civilizações no universo.
Em termos simples, os buracos de minhoca são túneis teóricos com duas extremidades em pontos separados no tempo e no espaço. Embora eles não violem a teoria geral da relatividade de Einstein, ainda não temos ideia se eles poderiam realmente existir, muito menos se uma civilização suficientemente avançada seria capaz de produzi-los. No entanto, para que um buraco de minhoca exista, seriam necessárias quantidades astronômicas de energia.
Até o momento, nenhuma evidência foi encontrada de que o espaço-tempo conhecido contenha tais estruturas, portanto, atualmente é apenas uma possibilidade teórica na ciência.
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“Intrinsecamente instável, um buraco de minhoca precisaria de ‘coisas’ com gravidade repulsiva para manter cada boca aberta e energia equivalente à emitida por uma fração apreciável das estrelas em uma galáxia”, explica o artigo. A ideia seria que “(…) se os alienígenas criaram uma rede de buracos de minhoca, ela pode ser detectada por microlentes gravitacionais.” Essa técnica foi usada no passado para detectar milhares de exoplanetas e estrelas distantes, identificando como eles dobram a luz. Se poderia ser usado para detectar buracos de minhoca, para ser claro, é uma questão em aberto.
Felizmente, detectar buracos de minhoca não é nossa única chance de detectar vida em outras partes do universo. O resumo também observa a busca por megaestruturas teóricas que aproveitam a energia de uma estrela envolvendo-a completamente (esferas de Dyson), ou substâncias químicas atmosféricas ligadas à poluição tecnológica, ou naves espaciais reflexivas extremamente finas chamadas velas solares, qualquer uma das quais teoricamente poderia nos levar a descobrir uma civilização extraterrestre.
O conceito de buracos de minhoca é uma perspectiva tentadora – na verdade, um guia teórico para fazê-los foi publicado. Ser capaz de construí-los nos permitiria viajar grandes extensões de espaço e tempo, ou permitir que espécies mais avançadas que a nossa nos visitassem do outro lado da galáxia.