O planeta anão Plutão continua sendo estudado, graças ao histórico feito de julho de 2015 da nave New Horizons da NASA. Os cientistas têm se dedicado a, entre outros, pesquisar como pode ser a estrutura interna desse mundo distante. Na Terra ou na Lua a estrutura interna pode ser analisada por sismógrafos, o que foi feito inclusive com a instrumentação deixada no satélite pelos astronautas do Projeto Apollo. O próximo rover da NASA para Marte, a ser lançado em 2020, terá um sismógrafo, mas quando se trata de mundos onde ainda não pousaram, os cientistas precisam se limitar a estudar as informações enviadas pelas sondas e o formato de suas superfícies. É o que vem sendo feito em Plutão e a mais recente teoria aponta a possibilidade da existência de uma vasta camada, com 100 km de espessura, de carbono sob a superfície.
O cientista planetário Bill McKinnon, da Universidade Washington em St. Louis, apresentou essa teoria em um evento em dezembro da União Geofísica Americana. Ele estudou dados das sondas da Agência Espacial Europeia (ESA) Giotto e Rosetta, que exploraram os cometas Halley e 67P/Churyumov-Gerasimenko, e que demonstraram a existência de muita quantidade de carbono, em várias formas, nesses corpos. Como Plutão se formou no cinturão Kuiper, mesmo local dos cometas, McKinnon especula que também deve conter muito carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Ele analisou as características da superfície de Plutão, sua massa e tamanho, e ainda o efeito combinado do planeta anão e sua grande lua Caronte, para apresentar a teoria de que essa grande camada de carbono possa estar nos subterrâneos de Plutão. O cientista afirma que a pressão e o calor da crosta poderiam fazer evaporar os elementos mais leves, deixando o carbono em duas possíveis formas, uma pasta como asfalto, ou um sólido como grafite.
A presença do grafite, um excelente condutor de calor, poderia explicar as características da mais famosa região de Plutão, a Sputnik Planitia, também conhecida como o coração de Plutão. Esse local, conforme os cientistas, é geologicamente muito jovem, indicando processos ativos ainda hoje nesse mundo. O fato de Caronte estar sempre com a mesma face voltada permanentemente para essa região de Plutão fez os cientistas suspeitar da presença de um grande oceano de água líquida sob a Sputnik Planitia. McKinnon, por sua vez, argumenta que os subterrâneos dessa região abriguem uma grossa camada de carbono, ou mesmo alguma das formas desse material misturada ao oceano de água. Ainda não está claro se a camada de carbono ou mesmo de água de fato existem, ou possam estar relacionadas. A comunidade científica já comenta a possibilidade do envio de uma nova nave, desta vez para orbitar Plutão, o que deve demorar muitos anos ainda. Quanto à New Horizons, em 01 de janeiro de 2019 ela visitará o asteroide 2014 MU69.
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