Recentemente, a possibilidade da existência de mais um planeta no Sistema Solar o fez voltar à moda e diversos blogs passaram a especular que o hipotético objeto seria na verdade o Planeta X [Veja Planeta pode ter sido encontrado dentro de nosso Sistema Solar, NASA nega a descoberta de nono planeta no Sistema Solar e Sonda da NASA pode ter detectado o mítico Planeta X], sempre lembrado e temido, mas nunca comprovado.
Para os que ainda não sabem, o Planeta X não existe. Esse é um termo utilizado informalmente sempre que se especula sobre a possibilidade de um novo objeto no Sistema Solar. Não se trata de um planeta, mas de uma expressão popular. O termo “Planeta-X” foi usado pela primeira vez no século 19, quando o astrônomo John Adams percebeu um estranho comportamento na órbita de Urano e que estaria sendo causado pela interferência gravitacional de algum outro corpo celeste. Essas perturbações levaram à descoberta de Netuno em 1846 por Adams e pelo francês Urbain Le Verrier.
Mais tarde, voltou à tona depois que Le Verrier percebeu que havia mais alguma coisa que interferia nas órbitas, tanto de Urano como de Netuno e atribuiu essa alteração à presença de outro objeto desconhecido, o Planeta X.
No começo do século 20, os astrônomos Percival Lowell e Willian Pickering chegaram a propor a possibilidade da existência de sete planetas que pudessem influenciar nas órbitas de Urano e Netuno. Os orbes foram denominados como O, P, Q, R, S, T e U. Com exceção de “P”, todos os outros foram descartados e Lowell passou a chamá-lo, naturalmente, de “Planeta X”. O público adorou o termo, que ficou mundialmente conhecido.
Lowell devotou grande parte de seu tempo na busca do Planeta X até que em 1930 conseguiu descobri-lo, batizando o de Plutão. A partir de 1977, novas descobertas foram feitas na região da órbita de Plutão e dezenas de outros objetos foram ali encontrados, entre eles o planeta-anão Éris, que antes de ser batizado também recebeu a denominação Planeta X.
Lotada de corpos gelados, a região onde Plutão se encontra é chamada de Cinturão de Kuiper [Cinturão de asteróides] e alguns pesquisadores acreditam que ali possa existir um objeto ainda maior que Éris, cujo tamanho possa ser similar a Mercúrio ou Marte. Alguns modelos matemáticos sugerem que a existência desse objeto poderia explicar algumas características bem incomuns observadas no Cinturão. Esse objeto também é chamado de Planeta X.
Como se pode ver, o termo “Planeta-X” é dado informalmente a qualquer planeta ou asteróide hipotético e não se refere a um objeto em particular.