A Era Espacial começou há 50 anos, quando os soviéticos colocaram o satélite Sputnik 1 em órbita, uma pequena bola equipada com rádio transmissores. Desde então, a tecnologia aeroespacial se desenvolveu muito. Durante os próximos 50 anos, no entanto, as autoridades mundiais ligadas ao espaço planejam cortar gastos ligados às inovações tecnológicas.
“Chegar ao espaço é muito caro. Há uma grande quantidade de novas idéias para se chegar lá, desde jatos supersônicos a elevadores espaciais, mas algumas delas estão muito distantes da realidade”, afirma Chris Moore, integrante do programa executivo da Nasa para a exploração espacial, ao portal Space.com. Conheça abaixo alguns desafios que terão de ser enfrentados na Era Espacial pós ano 2000.
Novos sistemas de propulsão
Para alguns cientistas, novos sistemas de propulsão podem ser úteis no desenvolvimento de novas tecnologias. “O grande desafio é criar um sistema de propulsão simples, seguro e que possa ser fabricado em larga escala”, diz Brett Alexander, diretor da X Prize Foundation, que oferece prêmios em dinheiro a instituições que desenvolvam tecnologias inovadoras. Dentre outras tarefas propostas pela X Prize Foundation estão a criação de trajes espaciais mais ágeis e duráveis, a extração de oxigênio da poeira encontrada na Lua e a criação de “cordas” fortes o suficiente que permitam a o desenvolvimento de elevadores espaciais. Os prêmios oferecidos pela organização podem chegar a US$ 10 milhões.
Base lunar
Iniciativas privadas estão tentando desenvolver naves que possibilitem chegar à Lua com um custo razoável, mas isso seria apenas uma parte da batalha. A superfície do satélite natural da Terra é coberta com pedaços microscópicos de uma espécie de poeira “envidraçada”, material que ameaça tanto a saúde dos homens quanto o funcionamento das máquinas.
“Essas rochas podem degradar rapidamente as roupas espaciais e prejudicar os equipamentos”, disse Moore. Segundo ele, os problemas de saúde durante a permanência na Lua também são um problema. Os astronautas que viajaram em missões lunares retornaram de lá reclamando de problemas respiratórios.De acordo com Moore, as tecnologias que combatam os males dessa poeira lunar podem ser complexas, como uma câmara removedora desse material, ou simples, como roupas protetoras eficazes. Ele diz também que possíveis estações lunares devem ser mais eficientes que a Estação Espacial Internacional (ISS) em relação à reciclagem do ar, da água e dos dejetos humanos.
Marte e destinos mais distantes
As tecnologias desenvolvidas para chegar novamente e permanecer na Lua servirão, após 2030, como modelos para viagens a Marte. No entanto, Moore afirma que seriam necessários outros tipos de inovação tecnológica para levar astronautas até lá. “Um sistema de propulsão nuclear talvez seja a forma mais rápida de viajar pelo espaço no futuro”, sugere.Outra alternativa seria enviar missões divididas em duas viagens: uma primeira nave, grande e pesada, partiria da Terra cheia de provisões e equipada com uma nave menor e mais rápida. Moore diz também que, com velocidades maiores, o tempo de exposição dos astronautas às ameaças à saúde, como radiação e perda de massa óssea, diminuem.Mas alerta que avanços médicos serão necessários. “Será uma longa viagem até Marte. Nós precisamos ter certeza que a tripulação estará saudável e com condições de realizar seu trabalho”, completa.