Supõe-se a existência de um planeta além da órbita de Plutão. Este mundo hipotético, chamado Planeta Nove, teria aproximadamente cinco vezes o tamanho da Terra, orbitando o Sol em uma órbita altamente elíptica. Até agora, o planeta existe apenas em teoria, pois nenhuma evidência conclusiva foi encontrada para apoiar sua existência. No entanto, os cientistas dizem que um objeto interestelar que colidiu com nosso planeta em 2014 poderia fornecer a evidência definitiva de que precisamos para provar que este mundo existe. O objeto em questão é conhecido como CNEOS 14.
O objeto caiu no Oceano Pacífico em 2014 e foi identificado há um ano pelo professor astrônomo de Harvard Abi Loeb e seu aluno Amir Siraj, usando dados coletados pela NASA. O professor Loeb explica que esse objeto é de grande importância e montou uma expedição na tentativa de explorar o fundo do oceano e recuperar seus fragmentos. O pequeno objeto interestelar, que se acredita não ter mais de um metro de diâmetro, impactou nosso planeta depois de passar pelo sistema solar a 60Km/s.
Essa alta velocidade levou os especialistas a suspeitar que se originou de um sistema estelar distante. Para descobrir se tal objeto veio de outro sistema solar, os cientistas precisam descartar que o objeto acelerou com a ajuda da gravidade de um dos planetas do nosso sistema solar. Eles podem fazer isso reconstruindo sua trajetória e vendo que não passou perto de nenhum de nossos planetas “conhecidos.” Mas e se o curioso objeto interagisse com um planeta do nosso sistema solar? Com um planeta que ainda não encontramos?
As teorias sobre um orbe cinco vezes o tamanho da Terra nos confins do sistema solar possuem fundamento. Mas seriam verdadeiras?
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Isso é exatamente algo que os pesquisadores Héctor Socas-Navarro e Ignacio Trujillo Cabrera, do Instituto de Astrofísica das Canárias, perguntaram. E a resposta abriu uma nova linha de trabalho. Para resolver o mistério, eles fizeram várias simulações reconstruindo o caminho do objeto pelo nosso sistema solar. Eles descobriram três anomalias improváveis em um objeto originário de outro sistema estelar.
Para sua surpresa, eles descobriram que, combinando as três anomalias, há algo totalmente estranho que desconhecemos em objetos interestelares, ou há 99,9% de chance de que um planeta massivo exista nas regiões mais externas de nosso sistema solar. Com base em suas simulações, os pesquisadores acreditam que o objeto conhecido como CNEOS14 teria sido desviado em nossa direção por um objeto gigante e desconhecido no sistema solar externo, possivelmente o hipotético Planeta Nove, aproximadamente 30 a 60 anos atrás.
Cabrera explica que, se seus cálculos estiverem corretos, poderíamos descobrir o “lugar escondido” do Planeta Nove traçando a trajetória do CNEOS14 no tempo. Com base em seus cálculos, o mundo enigmático estaria muito próximo do ponto no céu onde as constelações de Áries, Touro e Cetus se encontram. No entanto, por enquanto, os cientistas são cautelosos e explicam que a hipótese apresentada em seu estudo não passa, neste momento, de especulação, ainda que bem fundamentada.