
À primeira vista, o filme parece totalmente fictício. Assim sendo, vamos esclarecer o que é real e o que é fantástico em O Segredo do Abismo. Objetos não identificados avistados na água são realidade. Lembrando que a água. em termos gerais, ocupa três quartos do nosso planeta, paradoxalmente chamado Terra, podemos deduzir que qualquer fenômeno não identificado que ocorra no planeta tem maior profusão nas zonas correspondentes aos mares e oceanos. Além disso, este fenômeno nos parece muito mais estranho que os que ocorrem em terra, porque a água não é nosso habitat natural.
Igualmente estudados e documentados por ufólogos, casos de objetos estranhos observados sobre a água, ou entrando ou saindo dela, são tão ou mais antigos que os relatos terrestres. Há uma rica casuística documentada desde o século passado, estendendo-se a este século, com relatos sobre observações pessoais ou técnicas. Só para citar um caso próximo, um capitão aposentado, observando o mar com sua esposa, em Guarujá (SP), no dia 10 de janeiro de 1958, identificou um corpo na água, a princípio como uma ilha, constatando depois que se movia, flutuava e submergia. Chamou então mais 8 amigos para testemunhar. Mais numerosos são os relatos de observações de submarinos, que inclusive formam uma casuística de maior confiabilidade, uma vez que são vistos não por uma pessoa isolada mas por uma tripulação naval inteira, em diversos países, registrados por radares e soltares. [Editor: veja dados mais completos sobre o assunto na UFO 19].
EM VEZ DE VOADORES, OBJETOS SUBMARINOS
O interesse, no entanto, desta presença dos UFOs na água. também chamados de USOs (objetos submarinos não identificados), se concentra no fato de que estas manifestações se dão mais freqüentemente em determinadas zonas, batizadas por alguns como triângulos mortais, dos quais podemos citar o Triângulo das Bermudas, o Triângulo do Dragão e outros. Quanto à forma de vida, plasticidade dos objetos usados e forma dos seres submarinos vivos, que se poderá contatar um dia, ficam, por enquanto, por conta da imaginação dos nossos cineastas e de cada um de nós. Não se pode negar que as formas criadas por James Cameron, em O Segredo do Abismo, são envolventes.
A idéia de mergulhar respirando num meio aquático, num fluido, para se poder atingir maior profundidade, por enquanto é ficção [Editor: será?]. Já existem, no entanto, estudos sérios sendo desenvolvidos acerca deste assunto. Todos os grandes avanços surgem de uma idéia ousada, com fundamento científico. “Embora o mergulho mostrado no filme seja mais uma dessas profecias que parecem impossíveis no presente, se dermos tempo ao tempo, poderemos constatar se tudo vai permanecer na ficção ou se tornar realidade”, explica o oftalmologista e mergulhador Lauro Corsi, de Campo Grande (MS), a quem consultamos. Atingir uma profundidade de 4 mil metros, mergulhando sem ser esmagado pela pressão, também é ficção, assim como voltar à superfície sem efetuar uma descompressão adequada e gradativa. Há que se abrir aqui um parêntese para ressaltar que já tivemos na história incríveis recordes de mergulho em apnéia de mais de 100 m de profundidade, como o atingido pelo mergulhador francês Jacques Mayol, relatado no filme de Luc Besson, imensidão Azul. O Segredo do Abismo mistura toda essa ficção, beleza e profecia com política atômica, segredos de Estado e disputa tecnológica.