IMPARCIALIDADE – Um dos requisitos básicos de um bom ufólogo é ser imparcial – e isso nem de perto corresponde à uma qualidade da pessoa, mas sim à uma obrigação em si. imparcialidade, aliás, é a regra básica para o desenvolvimento do conhecimento universal. As ciências estabelecidas, por exemplo, só avançaram quando seus praticantes neófitos passaram a ficar imparciais aos fenômenos que estudavam. Se fossem interferir – torcendo, por exemplo, para que algo fenomenológico aconteça – estariam deturpando a manifestação real c objetiva do objeto de seu estudo.
Assim também é na Ufologia. Ou melhor: assim deveria ser, em toda a sua extensão, já que esta está irremediavelmente comprometida com setores que a impregnam de parcialidade – seja pró ou contra o Fenômeno UFO, o que, em qualquer uma das análises, o prejudicará por inteiro em sua coerente investigação. Por isso a necessidade de ser imparcial: deve-se observar o fenômeno, estudá-lo, investigá-lo, perscrutá-lo, virá-lo do avesso, se preciso, mas sempre aguardando que cie se desenvolva plenamente o sozinho sob estas condições, sem que haja a manipulação de dados ou de circunstâncias – o que ocorreu, aliás, com muitas ciências estabelecidas e várias religiões, cm seus primórdios…
Pois imparcialidade é o que vemos de mais brilhante em dois grandes ufólogos brasileiros, além de uma extrema sensibilidade c capacidade de discernimento e interpretação – muito necessárias, aliás – do Fenômeno UFO: Ubirajara Franco Rodrigues e Carlos Alberto lieis, respectivamente o entrevistado e seu entrevistador nesta edição de UFO. Ubirajara, já apresentado na abertura de sua entrevista, é considerado – e isso não se falou completamente lá – um dos ufólogos mais sisudos e “sóbrios” do Brasil: sua posição, calcada em anos de pesquisa e militância em setores profissionais onde o fator humano é abundante, embora controversa, é respeitada por todos seus companheiros de pesquisa. Mesmo quem discorda dele respeita seus pontos-de-vista por saber, e fartamente, que se Ubirajara os expressou, o fez por ter absoluta certeza do que estava dizendo e só o expressou porque o pediram! Assim é este ufólogo: um homem extremamente honesto, basicamente consigo mesmo, que tem a capacidade de compreender e descrever com precisão os aspectos mais complexos da Ufologia – coisa que muitos evitam até de mencionar…
O ASPECTO SOCIOLÓGICO – Carlos Reis, que iniciou sua “carreira ufológica” acompanhando um mestre na área – o professor Willi Wirz, que por sinal é completamente desconhecido no Brasil, apesar de suas atividades pioneiras em nossa Ufologia -, é também um ufólogo que se baliza por uma conduta de imparcialidade e despojamento peculiar: suas atividades na Ufologia, principalmente a chamada “pesquisa de gabinete”, resultam em pérolas de grande brilho quando transcritas cm artigos de revistas ou conferências que habitualmente profere cm eventos ufológicos por todo o país. Sua máxima,no entanto, é interpretar uma questão delicada da Ufologia com uma maestria sem igual: a manifestação do Fenômeno UFO na sociedade e sua assimilação – o que, em última instância, pode ser definida como uma nova disciplina dentro da proto-ciência ufológica, a Sociologia Ufológica.
Para suas pesquisas e estudos, Reis conta com farto material humano, estando ligado, em São Paulo, a exemplos notórios daquilo que a Ufologia tem de bom e de ruim: por um lado, mantém contatos assíduos com verdadeiros contatados (que pelo menos já tiveram mais de um contato) e indivíduos seqüestrados por UFOs. Estuda seu comportamento, reações e apresenta-as esmiuçadas ao resto da “comunidade ufológica”, nós, que nos aproveitamos de suas experientes conclusões. E, por outro lado, está também em contato com um dos elementos mais fartos da Ufologia – principalmente a Brasileira: as farsas, os falsos-contatados. os grotescos engrupidores – e os \’\’escolhidos\’\’ pelos ETs para irem passear pelas estrelas -todos personagens que populam as telas de TVs, espaços de jornal e outros vários veículos no Brasil. Isso para não falar dos próprios \’\’falsos-ufólogos\’\’, que usam, por sua vez, \’\’falsos contatados\’\’ para montarem seus \’\’falsos-enredos\’\’ e enganarem multidões.
Reis está bem dentro de toda essa situação e consegue interpretá-la à luz da nova disciplina que precursionou, e com isso contribui inestimavelmente para o progresso da Ufologia, justamente com aquela que se manifesta como outra máxima, esta mais antiga: \’\’separando o joio do trigo\’\’, A estes dois grandes e imprescindíveis ufólogos, nossos parabéns e agradecimentos.