A Ufologia Brasileira tem encontrado um crescente interesse por parte do público a cada ano que passa. Porém, só isto não basta para o progresso desta disciplina. A força de vontade e a determinação observadas na nova geração de pesquisadores desta área, dando prosseguimento e ampliando as investigações feitas pelos ufólogos veteranos, somadas às aquisições tecnológicas, ainda não são o bastante. Muito embora o quadro seja positivo em termos de ganho de maturidade e independência, o termo Ufologia tem sido utilizado tanto por pesquisadores sérios, das áreas científica ou mística, totalmente compromissados com o desenvolvimento de suas linhas de trabalho, como também por pessoas sem escrúpulos, verdadeiros aproveitadores que vêem na Ufologia uma fonte de renda e exaltação ao ego.
Queremos aqui chamar a atenção dos ufólogos para uma necessária reflexão quanto às nossas linhas de trabalho, direcionamento, coesão e retidão. Deve ficar claro que uma de nossas principais funções, como pesquisadores do Fenômeno UFO, é alertar para a necessidade de uma maior participação e engajamento em prol do respeito e reconhecimento da Comunidade Ufológica Nacional. É isso que fazemos neste artigo, ao confrontarmos as possibilidades e reconhecermos, como a principal ferramenta de apoio ao pesquisador da Ufologia, a intuição humana, atributo com o qual se nasce ou vê-se desenvolver ao longo de nossa existência. Percebemos que ela se aguça e toma novas dimensões na vida do ufólogo durante as inúmeras horas de vigílias noturnas realizadas e registradas na caderneta de campo de cada estudioso. Nestas ocasiões, ao observarmos o céu, passamos a perceber o universo de outra forma, ou melhor: experimentamos “ouvir” a voz do universo.
Esta experiência causa tamanho impacto que é a partir deste momento que começamos a entender o Fenômeno UFO de forma particular, bem diferente dos pesquisadores convencionais e empíricos da ciência ortodoxa. Durante as vigílias, passamos a ser pesquisadores científicos e espiritualistas ao mesmo tempo, pois o alargamento do entendimento proporcionado por este estado de espírito faculta-nos vislumbrar a pluralidade dos mundos, suas formas de vida e nossa participação neste esquema cósmico, por menor que seja. Cremos que só assim é possível compreender a grandiosidade da vida, independentemente de seu estágio de evolução: utilizando as ferramentas naturais, como é o caso da intuição. Desta maneira, não ficamos presos à esta ou àquela linha de pensamento ou “escola” de comportamento – às quais, infelizmente, muitos ainda se apegam e intentam seguir.
Embora tenha ganho maturidade, a ufologia é utilizada tanto por pesquisadores sérios, científicos ou místicos, compromissados com suas linhas de trabalho, como também por pessoas sem escrúpulos, verdadeiros aproveitadores que procuram uma fonte de renda e exaltação ao ego
Mas, mesmo com tamanha abertura e discernimento, muitas são as razões para nos preocuparmos com o andamento da Ufologia. Uma delas é a crescente onda de adeptos de George Adamski, que é conhecido como um dos primeiros contactados de extraterrestres em época recente. Adamski garante ter obtido, com seus relatos e suas fotos impressionantes, fantásticas informações sobre a humanidade terrestre e outras sociedades alienígenas.
Alegações infundadas – No entanto, suas alegações não são comprovadas ou são, pior ainda, infundadas. Mesmo assim, muitos personagem particulares da Ufologia, ao longo dos anos, procuram imitar seus passos pronunciando absurdos aos quatro cantos da Terra. Citamos aqui, abrindo um paralelo, o caso ocorrido recentemente nos EUA, onde um jovem que se dizia Jesus Cristo levou multidões ao fanatismo. E é até desnecessário lembrar a atuação de Jim Jones nas Guianas… Pois, embora em menor escala, esses extremismos estão presentes na Ufologia.
Seitas, cultos e mensagens difundidas pelos supostos contactados deram lugar ao nascimento, em nossa sociedade atual, de um tipo de “messias ufológico”, com características em muitos casos totalmente religiosas, nada tendo a ver com o Fenômeno UFO em si. É necessário, por isso, que façamos uma crítica a este tipo de conduta, que utiliza sem propriedade o termo e os conhecimentos obtidos legitimamente pela Ufologia. E temos que fazê-la para não permitirmos a criação de mais um novo mito, que fatidicamente acabará por ganhar adeptos incautos, em vista da crescente necessidade espiritual da humanidade, cujo esteio é a diferença social e cultural que a grande maioria dos países atravessa. Diante de fatos como estes, é preciso que cumpramos a nossa parte, esclarecendo aos menos avisados que esta conduta nada tem a ver com a Ufologia, que antes pesquisa e estuda o fenômeno para então divulgá-lo.
Um outro tipo de conduta bastante perniciosa para a imagem da Ufologia é a dos chamados “mensageiros extraterrestres”. Sem que tenham tido seus casos (verdadeiros ou não) estudados por pessoas da área, estes indivíduos apresentam-se ao público como contactados e escolhidos a dedo por seres superiores do espaço… Dizem-se especiais, com missões específicas de ordenação de pessoas e grupos para uma nova ordem cósmica, onde os valores individuais devem ser sufocados em prol de uma coletividade, onde o dinheiro e bens materiais não são necessários (pelo menos para os seguidores), além de promessa de vida sadia e longevidade. Esses mensageiros proliferam em todo o mundo, em número e aprofundamento de suas atividades.
A cada mês, um novo indivíduo, em algum lugar, aparece autoproclamando-se escolhido por ETs para transferir à Terra informações supostamente valiosíssimas sobre seu futuro. Não raro angariam milhares de adeptos. Não é só pelo fato de utilizarem termos relativos à Ufologia, ou mesmo por se apresentarem como ufólogos. Estes indivíduos são e serão sempre perigosos como foram tantos outros que agiram dentro desta mesma linha, como no exemplo citado de Jim Jones. Porém, semelhantemente ao charlatão que se intitula médico e parece agir como tal aos olhos de pessoas mais simples ou desavisadas, ao usarem o termo Ufologia estes indivíduos embaraçaram todos aqueles que, com esforços e dedicação, tentam dar credibilidade ao tema.
Código de ética ufológica – Faz-se necessário e urgente, então, a criação de uma política ou um código de ética interno de denúncia a todos aqueles que, tal como o charlatão, utilizam-se do respeito e dos créditos que a Ufologia Brasileira conquistou, em aproveito próprio. Dentro desta mesma linha perniciosa de trabalho pode-se dizer que há mais uma classe ou tipo de anomalia bastante conhecida dos pesquisadores: a síndrome do contactado. Este tipo difere do caso do mensageiro terrestre devid
o ao fato de que o indivíduo que passa por esta situação teve seu caso estudado e aceito como verídico por ufólogos. E ocorre quando, após o pesquisador ou grupo responsável pelo estudo do contato e do contactado atestar a veracidade do caso junto à comunidade ufológica, o indivíduo (ou contactado) passa a ser alvo da mídia escrita, falada e até televisionada, elevando-o à condição de pessoa incomum, uma celebridade.
Isto quer dizer que ele é alçado, muitas vezes de sua condição quase sempre bem humilde, à condição de personalidade notória. Torna-se, da noite para o dia, alguém famoso e conhecido regional ou nacionalmente. Nesse estágio de sua vida, pela notoriedade adquirida após seu contato com ETs, legítimo, tudo o que fala parece soar com propriedade e importância. Mas após algum tempo, naturalmente, o assunto de seu contato deixa de ser notícia e, não mais tendo a atenção inicial, o contactado sente-se frustrado e compelido à criar um novo caso, ainda mais rico em detalhes que o anterior, para voltar a ser lembrado e celebrado. É a partir daí que tais indivíduos, mesmo quando bem intencionados, colocam em risco a imagem da Ufologia. Mas até onde o contactado é o único culpado por esta situação? Quando esta culpa passa a ser também do pesquisador?
Será que um acompanhamento do indivíduo pelo pesquisador, ainda que à distância, não reduziria o risco desta síndrome ou mesmo não a eliminaria? É função do pesquisador atentar para este padrão de comportamento. Percebendo indícios de que a síndrome possa vir a ocorrer com algum de seus estudados, em função do perfil psicológico do mesmo, o ufólogo deve alertá-lo para as conseqüências negativas deste ato. Somente desta forma se reduziria a possibilidade da Ufologia e dos pesquisadores nacionais serem alvo de ataques, até com razão, por parte dos céticos e outros detratores, o que acaba contribuindo para a descrença no fenômeno e no desagregamento e desgaste da classe ufológica.
Como vemos até aqui, é grande a responsabilidade de ser ufólogo. Todos os anos vemos inúmeros grupos de Ufologia surgirem do nada e, logo em seguida, ou após um determinado período, deixarem de existir sem que se saiba ao certo o motivo. Poucos são os que perseveram, não desanimando antes as primeiras dificuldades. Os poucos grupos que vencem, juntamente com os pesquisadores pio-neiros, são os grandes responsáveis pela exaustiva montagem das primeiras peças deste enorme quebra-cabeças que é o Fenômeno UFO, trabalho que só é possível mediante muito esforço e determinação.
Diante da constatação do vai-vém de tantos grupos de pesquisas e ufólogos, muitos deles até com excelente potencial, percebemos que é preciso haver uma consolidação da estrutura da Ufologia Brasileira urgentemente. Isto, é claro, sem implicar na perda de identidade dos grupos já existentes. Esta idéia deve ser levada adiante, inclusive auxiliando na formação de novos grupos, fato só possível com um órgão de classe forte e bem estruturado, como é a proposta da Associação Nacional dos Ufólogos do Brasil (ANUB), que a cada dia se torna mais clara.
Outro aspecto que não deve ser desprezado neste processo é a inevitável união das duas faces mais aparentes da Ufologia, a científica e mística, por mais antagônicas que pareçam ser. Ao participarmos de vários congressos, simpósios e debates na área de Ufologia, durante os últimos anos, notamos em suas programações, embora normalmente voltadas para a área científica, uma grande abertura para a área mística do estudo dos UFOs. Talvez isso ocorra tendo em vista o grande número de trabalhos de excelente qualidade desenvolvidos por alguns pesquisadores neste campo. Nesses eventos, as apresentações dos integrantes da área mística parecem atrair tanta ou até mais atenção pública do que os da área científica. Assim, vê-se que esta união é possível, com saldo positivo para a Ufologia em geral. Porém é necessária a criação de padrões de trabalho para que ambos os lados utilizem, no mínimo, uma terminologia comum.
Acirramento de ânimos – Mas nem sempre foi assim. O que sempre se observou, em alguns casos no passado, é que, devido à falta de compreensão e respeito entre alguns grupos ou indivíduos, houve a dissociação da classe, com disputas internas e acirramento dos ânimos, resultando no retardando da evolução da Ufologia como um todo. O fenômeno é simples: também na Ufologia, como em tantas outras áreas, existem aqueles indivíduos que se julgam donos da verdade e acima de qualquer dúvida. E é importante que se diga que eles estão presentes dos dois lados. Devemos olhar os exemplos do passado e tê-los em mente como um sinal de alerta, para evitar situações semelhantes no futuro promissor que nos aguarda. No tempo certo, a ciência e a mística integradas darão os frutos esperados.
Para somar-se ao processo de estabilização da Ufologia Brasileira, a preservação de sua integridade é também fundamental. Do ponto de vista etnológico, percebemos que cada povo procura preservar sua estrutura cultural e social, fazendo-a ser tratada com respeito por parte de outros povos. O mesmo acontece com as ciências, e, dentro da Ufologia, tal situação não poderia ser diferente. Pelo mundo todo, vemos grupos de grande, médio e pequeno portes convenientemente estruturados e espalhados por cada país. Embora a Ufologia Brasileira não possua uma organização tão forte e atuante como as demais, temos em nosso território pesquisadores sérios e devotados, muitos reconhecidos internacionalmente.
Devido à falta de compreensão do fenômeno UFO e respeito entre alguns grupos que praticam a Ufologia no Brasil, há uma dissociação da classe, com disputas internas que resultam no retardando da evolução da pesquisa ufológica. Na Ufologia existem aqueles indivíduos que se julgam donos da verdade
Infelizmente, isolados somos frágeis e muitas vezes parte de nosso trabalho se perde ou é mais árduo do que deveria ser, não tendo desta forma o destaque e respeito merecidos. Seguindo esta linha de raciocínio, vemos como é fácil receber influências externas ao país, de grupos que, embora não com este fim, podem fazer a Ufologia Brasileira perder sua identidade. Reconhecemos que algum auxílio externo tem chegado às nossas mãos – e cremos na seriedade destes grupos. Porém, parece que muitas vezes a ingerência em assuntos internos pode ser danosa ao agregamento dos pesquisadores brasileiros.
O material coletado em solo brasileiro deve permanecer aqui, pois julgamos que nossos pesquisadores sabem avaliar a manifestaç&ati
lde;o do Fenômeno UFO em território nacional em toda a sua extensão e profundidade. Não podemos ser apenas meros coletores de dados para que os mesmos sejam entregues à grupos externos para avaliação. O intercâmbio de informações é necessário e saudável, mas não a capitulação e a passividade. É possível haver uma grande cooperação técno-científica entre os diversos países que possuem grupos ou pesquisadores, mas deve haver, antes de tudo, um respeito ao papel desenvolvido pelo nosso corpo técnico. Isso é fundamental!
E nossa interpretação dos fatos da Ufologia em si também. Muitos de nós, ufólogos, têm procurado atuar com base em uma metodologia de coleta de informações que extraia do caso em estudo tanto os pontos mais relevantes como os de pouco significado aparente. Agimos como tradutores ou intérpretes da ocorrência, dependendo da condição sócio-cultural da testemunha ou do contactado, sem que esta tradução forneça elementos que possam contaminar o caso. Mas será que isto vale para toda a classe? Será que todos nós estamos agindo com imparcialidade e desapaixonadamente, não nos deixando envolver pela eloqüência ou euforia da testemunha ou do contactado, ou mesmo a nossa?
Vemos com preocupação a credulidade de alguns companheiros que, estimulados pela idéia da descoberta de algo novo e inusitado, anunciam o caso como verídico em toda a sua extensão, sem antes passá-lo por um crivo rigoroso. Não estamos falando, aqui, de censura ou supressão de informações, como a que tivemos no passado do país. Falamos do crivo do bom senso, faculdade comum a todo ser humano equilibrado. Ocorrem centenas de relatos sobre avistamentos de UFOs todos os anos no Brasil. A palavra dos indivíduos que os observam, isoladamente, não constitui prova suficiente. Se há evidências físicas ou mesmo provas do ocorrido – como fotos, filmes, marcas no local, efeitos eletromagnéticos, radiação etc – ou se é grande o número de pessoas que declararam ter presenciado determinado fato, tudo isto vindo de pessoas de diferentes classes sociais e culturais, sem laços de amizade, há proporcionalmente um aumento na confiabilidade do caso.
Investigadores erram – Só quando existe coerência nos depoimentos é que podemos começar a pensar que estamos frente a um caso que merece atenção e estudo. Não há como divulgá-lo sem antes obtermos o máximo de informações sobre o mesmo e fazermos nele uma análise prévia. Mas, infelizmente, as testemunhas de ocorrências ufológicas muitas vezes induzem os investigadores ao erro. Como em todos os fatos surpreendentes da vida, a imagi-nação distorce a realidade e com freqüência a confunde. Portanto, é necessário muita atenção do ufólogo, pois a testemunha tende a acrescentar detalhes ou a explicar o fenômeno que ela presenciou, dependendo de sua formação social, cultural, caráter etc.
Talvez seja até necessário que pensemos em rever nosso papel como pesquisadores e a metodologia que empregamos nos casos de abducções, principalmente. Disso tudo, está surgindo uma espécie de nova abordagem do fenômeno dos contatos diretos com ETs. Após estas considerações todas, fica claro que temos que mudar nossa forma de atuação na Ufologia e ultrapassarmos os limites da simples coleta de dados ou constatação do caso. É importante irmos além da fase inicial, acompanhando o caso e suas conseqüências em toda a sua extensão e desdobramento. É grande o número de pessoas que constantemente dizem que gostariam de estar dentro de um disco voador. Mas será que estas pessoas realmente sabem o que isto pode significar? Será que elas imaginam exatamente o que os ETs querem conosco?
Se observarmos atentamente os casos ocorridos até hoje veremos que, em cerca de 90% destes, seres humanos foram utilizados apenas como meras cobaias de laboratório a bordo de UFOs. A população em geral ainda não sabe disso – e muitas vezes nem sequer os ufólogos mais próximos do assunto vêem esta triste situação. Conforme constatado durante sessões de hipnose regressiva, o contactado ou abduzido é tratado com mero espectador de sua situação aflitiva, totalmente passivo e passando por momentos semelhantes aos de um check-up médico doloroso, com retirada de sangue, fluidos do corpo etc. Raros são os casos em que indivíduos abduzidos atuam de alguma forma durante seus raptos, recebendo explicações de onde estão, do que está acontecendo, de quem são os anfitriões e o que pretendem.
Infelizmente, como ufólogos, não estamos no comando deste jogo e apenas aguardamos, igualmente passivos, o aparecimento de outros casos para podermos analisá-los e integrá-los ao quebra-cabeças ufológico. Entretanto, é bom que deixemos claro, especialmente para o público em geral e não familiarizado com a Ufologia, que nem sempre os relatos de abducção apontam para ETs bonitos, joviais ou louros de olhos azuis… Normalmente são parecidíssimos com humanos, mas parecem estar bem pouco preocupados conosco. Como disse o eminente ufólogo Bud Hopkins, autor do livro Intrusos, “parece que eles estão aqui, nos capturando, para tentar resolver um problema deles. E somos apenas um meio para isso”.
População procura ufólogos – A cada ano, os grupos de pesquisas ufológicas mais tradicionais do país recebem centenas de cartas com questionamentos que vão desde a simples curiosidade sobre casos até relatos de contatos de graus elevados. É a população que escreve aos ufólogos, vendo neles o único esteio para encontrarem respostas às suas indagações, já que não há organismos oficiais que façam este trabalho. Todos os que escrevem devem receber a máxima atenção possível. A maioria dos ufólogos apenas abre uma pasta em seus arquivos para cada carta e apontamentos iniciais, especialmente para os casos de contato de maior relevância e coerência.
O problema é que muitos destes casos, apesar de extremamente promissores, se estudados, ocorrem em regiões que são muito distantes da área de atua&
ccedil;ão do grupo que o recebeu. Para complicar, como a maioria dos ufólogos não tem disponibilidade de tempo integral para a Ufologia e depende de horários e compromissos com trabalho, família etc, reduz-se ainda mais o tempo para pesquisas de campo, principalmente estando elas à distâncias consideráveis. À medida do possível, para que estes problemas sejam superados, é necessário que seja constituída uma sólida rede de troca de informações entre os pesquisadores e grupos brasileiros. Assim, se uma entidade de São Paulo recebe uma notificação de um caso no Sergipe, seu primeiro passo seria contatar o grupo ou ufólogo mais próximo do local da ocorrência.
A expectativa da ufologia está no número de pesquisadores veteranos hoje em atividade no país, nos futuros pesquisadores que hoje vemos despontar e na união de todos em torno da ANUB, para 0 crescimento de uma Ufologia forte, séria, dinâmica e com princípios baseados no respeito e na cooperação de seus integrantes
Uma rede de informação entre os ufólogos brasileiros aumentaria também o estímulo à pesquisa de campo, facilitando o surgimento de novos grupos ou indivíduos isolados, em vez do surgimento dos “ufólogos de gabinete”, que se debruçam em casos de décadas passadas enquanto o fenômeno está ocorrendo e se desdobrando neste exato momento. Seria conveniente e apropriado, também, que esta rede fosse coordenada pela ANUB, que teoricamente deve ter os mecanismos e a disposição para tal. Neste aspecto, todos os dias temos observado o grande esforço que inúmeros grupos e pesquisadores de Ufologia têm dedicado em prol de uma pesquisa séria, competente e representativa. Mas infelizmente, percebe-se que ainda hoje, a nível de Brasil, a Ufologia está fragmentada.
Esta situação não parece poder ser revertida a curto prazo. Ela depende bastante da vontade dos grupos ou pesquisadores. Para que isso mude, é necessário um engajamento por parte de todos os que militam nessa área, hoje. Basta que tomemos como um exemplo os grandes grupos estrangeiros que, sem perder sua individualidade, participam de uma rede de informações sobre o Fenômeno UFO, trabalhando com esforços conjugados rumo a um ideal comum. Mas há uma solução para o problema da fragmentação e individualidade na Ufologia Brasileira. Com o fortalecimento de um órgão de classe, que unifique as metodologias de pesquisa e concentre e distribua informações, conseguiremos no futuro próximo desfrutar dos benefícios desta união.
Levou-se muito tempo para se concretizar a idéia de criação de uma entidade como a ANUB, com objetivo de congregar pesquisadores e grupos da área ufológica. E desde sua fundação, em 1983, para cá, foram superados muitos obstáculos que ao longo dos anos conferiram maturidade e experiência à pesquisa ufológica. A expectativa está fundamentada, agora, no número de pesquisadores veteranos sérios hoje em atividade no país, nos futuros pesquisadores que hoje vemos despontar e na união de todos em torno da ANUB, para o crescimento de uma Ufologia forte, séria, dinâmica e com princípios baseados no respeito e na cooperação de seus integrantes.
A cada dia este ideal está mais perto. Em Curitiba, no mês de abril último, durante o 12° Congresso Brasileiro de Ufologia Científica, realizou-se uma reunião da ANUB onde foi proposta a sua imediata restruturação e marcada, para outubro próximo, durante o 3° Congresso Nacional sobre Discos Voadores, em Salvador, a próxima etapa deste processo: a eleição de uma diretoria nacional legítima e de estatutos efetivos para seu funcionamento [Editor: veja matéria sobre a ANUB e anúncio sobre o congresso de Salvador nesta edição]. Para este trabalho estão sendo convocados todos os grupos e ufólogos individuais brasileiros, que terão pleno acesso e participação das discussões. Talvez esse seja o empurrão final que a ANUB – e conseqüentemente toda a Ufologia Brasileira precise.