De 29 de abril a 03 de maio será realizado em Washington, pelo Paradigm Research Group (PRG), o evento Citizen Hearing on Disclosure, ou Audiências Públicas sobre Abertura. De acordo com o diretor do PRG, Stephen Basset, serão apresentadas testemunhas de contatos imediatos vindas de todas as partes do mundo, que falarão a respeito de suas experiências ufológicas.
O evento acontece seguindo o modelo da International X Conference 2010, também organizada por Basset. Ele ainda anuncia a presença de políticos, celebridades e âncoras de TVs norte-americanos em várias seções e em mesas redondas com as testemunhas militares. De acordo com Basset: “O contato definitivo e aberto não vai acontecer enquanto não conquistarmos a completa abertura de informações mantidas sigilosas”. Por isso, na programação do evento serão permitidas perguntas aos conferencistas após cada apresentação. No evento de 2010 a participação brasileira foi destacada quando o editor da Revista UFO A. J. Gevaerd exibiu os resultados da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já.
Naquele ano, Gevaerd recebeu o prêmio Reconhecimento Vitalício por Atividades Ufológicas e Basset comentou: “O Brasil é o país que realizou a mais bem-sucedida abertura ufológica e hoje dá um exemplo para todo o mundo”. Por esse motivo, o organizador do Citizen Hearing on Disclosure novamente convidou o editor da UFO para preparar a participação das testemunhas da América do Sul. Assim foi feito e a delegação terá, além do próprio editor, o advogado Anthony Choy, o coronel Oscar Santa Maria, do Peru, o major Rodrigo Bravo, do Chile, e o coronel Ariel Sanchez, do Uruguai.
Forte participação peruana inclui um piloto que atirou em UFO
Anthony Choy Montez é correspondente internacional da Revista UFO e diretor da Associação Peruana de Ufologia (APU). Criada em 2012, é uma entidade civil de investigação ufológica que, amparada na Lei 27.806 (Lei de Transparência e Acesso à Informação Pública), solicita de forma oficial a desclassificação dos arquivos secretos ufológicos da Força Aérea Peruana (FAP). Choy também é o principal investigador do Escritório de Investigação de Fenômenos Aéreos Anômalos (OIFAA) da FAP, além de mestre em comunicação social pela Universidade Católica do Peru e mestre em defesa e desenvolvimento aeroespacial pela Escola Superior de Guerra da Força Aérea peruana.
Oscar Santa Maria foi piloto da Força Aérea Peruana (FAP) e, atualmente aposentado, trabalha na iniciativa privada. Foi ele o piloto que, às 07h15 de 11 de abril de 1980, no comando de um caça a jato, perseguiu um objeto não identificado visto sobre a Base Aérea de La Joya, em Arequipa, onde trabalhava. O intruso estava estacionário a cerca de 550 m de altitude e a 4,8 km de distância. Santa Maria diz que 1.800 homens da base testemunharam o UFO, que tinha um aspecto similar a um balão e brilhava refletindo a luz do Sol.
Ele foi ordenado a decolar a bordo de seu caça Sukhoi Su-22 para abater o objeto, que estava em espaço aéreo restrito, havendo o receio de que fosse uma aeronave de espionagem. Santa Maria aproximou-se e disparou seus canhões de 30 mm, observando os projéteis — que normalmente teriam destruído qualquer inimigo — caírem ou atingirem o objeto sem qualquer efeito. O piloto descreve que o UFO moveu-se, distanciando-se da base.
Um objeto misterioso que não respondeu ao fogo recebido
O UFO subiu até perto de 11.000 m de altitude quando parou subitamente. Santa Maria teve que desviar seu avião e manobrou para atacá-lo de cima. Porém, o intruso evadiu-se de todas as suas tentativas. O objeto então parou a uma altitude de 19.000 m, quando o caça chegou a somente 90 m dele. Então Santa Maria finalmente percebeu que estava diante de uma naves alienígenas com cerca de 9 m de diâmetro em forma de domo e com uma base circular.
“Não havia motores, janelas, asas ou antenas visíveis, e quase sem combustível o militar teve receio de ser atacado pelo objeto”, disse o experiente piloto, que agora apresentará seu caso em Washington. Comunicando-se com sua base, disseram que não enviariam outra aeronave pelo intruso estar muito alto, e lhe ordenaram voltar. “Não fui perseguido pelo UFO, que ainda permaneceu visível por mais duas horas, sendo observado por todos na base”, disse.
A Ufologia oficial chilena estará em Washington
Já Rodrigo Bravo é major do Exército Chileno, piloto e especialista em telecomunicações. Em 2000 começou a envolver-se com o Fenômeno UFO devido a um incidente envolvendo uma aeronave Cessna 550, especializando-se na implicação dos UFOs para a segurança aeronáutica. Em seguida foi nomeado para o Comitê de Estudos de Fenômenos Aéreos Anômalos (CEFAA), que pertence à Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC) chilena.
Em 2010, ao lado do pesquisador Juan Castillo Cornejo, Bravo lançou o livro “Ufologia Aeronáutica: Um Novo Conceito no Estudo dos UFOs” [Mago Editores, 2010]. Na obra são analisados 23 importantes casos ufológicos, 11 do Chile e 12 ocorridos em outros países. Bravo é representante da Revista UFO em seu país e afirma o seguinte a respeito da relação dos UFOs com a
aviação: “Não há mais como ignorar ou negar a situação: os UFOs representam uma ameaça real e de grande gravidade”. É sobre esta enorme quantidade de casos que Bravo falará em Washington e também, de 14 a 16 de junho, no I Fórum Mundial de Contatados, em Florianópolis.
Por fim, Ariel Sanchez é coronel da Força Aérea Uruguaia (FAU) e comandante da Comissão Receptora e Investigadora de Denúncias de Objetos Voadores Não Identificados (Cridovni), que há três décadas recebe relatos de avistamentos de objetos voadores não identificados e os investiga no país vizinho. Seus membros são ufólogos profissionais que recebem salários da FAU e as denúncias que lhes chegam são investigadas por equipes fardadas que utilizam veículos oficiais.
A mais entidade ufológica oficial mais antiga do continente estará no evento
A Cridovni possui inclusive uma ramificação civil, o Centro Regional Investigador de Fenômenos Aeroespaciais e Terrestres (Crifat). O avanço da Ufologia uruguaia, por intermédio dessa comissão oficial, é tamanho que até mesmo um evento foi organizado por ela, o I Congresso Internacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais e Terrestres, em novembro de 2010. A maioria dos presentes ao auditório usavam farda, dando mostras da importância do fato.
Ariel foi entrevistado pelo editor A. J. Gevaerd para as edições 185 e 186, nas quais falou a respeito dos trabalhos na Cridovni: “Também é importante que integremos mais cientistas e técnicos a este trabalho, que possam cooperar com a forças aéreas dos países que o desenvolvem. É algo que está aí, afeta nosso espaço aéreo e por isso interessa à Força Aérea investigar o tema de forma científica, técnica e também do ponto de vista militar e estratégico”. Sobre um panorama mais amplo da Ufologia acrescentou: “Para tratar desse tema, deve-se manter a mente aberta às possibilidades. Ainda não sabemos com o que ou com quem estamos lidando, e todas as hipóteses são possíveis”.
A importância do Citizen Hearing On Disclosure para a Ufologia Brasileira é tremenda e a responsabilidade do editor é igualmente grande. Para a Ufologia Mundial, o Brasil é exemplo de abertura ufológica, um trabalho desenvolvido pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) por meio da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, levando o Governo Brasileiro a abrir 4.500 páginas de documentos ufológicos antes secretos.
O editor foi chamado a Washington por ter sido o mentor da primeira fase da campanha e também por ter se especializado em entrevistar militares brasileiros e estrangeiros que se revelam abertos à questão ufológica. A escolha de Bravo, Ariel, Choy e Santa Maria para o evento não é aleatória, mas uma decisão conjunta de Bassett com Gevaerd, que sugeriu estes e outros nomes. Infelizmente, nenhum militar brasileiro aceitou participar.
Saiba mais:
Livro: UFOs: Arquivo Confidencial