A pesquisa sobre a área de incidência ufológica localizada na Serra da Beleza, realizada em 1987, teve início através da Associação Fluminense de Estudos Ufológicos (AFEU). Desde aquela época até os dias de hoje, adquirimos boa experiência em observação noturna, aprendendo a distinguir aviões a distância, estrelas cadentes, faróis de carros, lanternas de caçadores e luzes de casas, dos verdadeiros UFOs. Para isso necessita-se não somente de tática, mas também de equipamento adequado: binóculos, lunetas e máquina fotográfica.
Na região da serra, cerca de 99% dos casos de avistamentos, sejam em vigílias organizadas ou não, são predominantemente noturnos. Até agora não foram constatadas reações negativas sobre os seres humanos, o máximo que ocorreu foram efeitos lacrimais ou irritação temporária nos olhos de pessoas que viram os objetos de perto. Em raros casos de aproximação de naves, houve vítimas de paralisia muscular.
Além disso, com a realização das pesquisas, pudemos notar um fato que pode gerar confusão para os menos avisados. Quando o tráfego aéreo está congestionado para pouso no Rio de Janeiro, costuma-se ver aviões circulando sobre uma região não muito distante da capital carioca: o município de Santa Isabel do Rio Preto, onde os fenômenos são bem antigos. As aeronaves fazem suas manobras para aguardar o momento mais favorável para se dirigirem ao aeroporto internacional. Quando tais aviões são vistos de frente, à noite, com seus faróis ligados em direção ao observador, tem-se a impressão de algo muito luminoso, o que acaba por confundir as testemunhas.
Somente em 1987 – ano em que começamos a desenvolver pesquisas na serra – fizemos 25 vigílias noturnas, sendo sete delas com avistamentos. Na noite de 12 de junho desse mesmo ano tive minha primeira experiência de contato ufológico, juntamente com o pesquisador Marco Antonio Petit, presidente da AFEU, e mais três pessoas. Estávamos no local conhecido como Pedreira, quando observamos um UFO luminoso de coloração alaranjada surgindo da Serra da Beleza, a cerca de 6 km de distância. O objeto não identificado se dirigiu rumo ao Estado de Minas Gerais e logo desapareceu por trás de um morro próximo.
Faz-se necessário determos nossa atenção para o tipo de luz emitida por esses objetos. É uma luz morta, parecida com a dos planetas, que não cintila como as de aeronaves convencionais. Essas características podem ser analisadas através dos registros fotográficos que fizemos em vigílias ou dos equipamentos especializados que usamos na maioria das manifestações. Na noite de 16 de julho ainda de 1987, observamos uma luz com o auxílio de um telescópio astronômico, com aumento de 30 vezes.
UFOs em escarpas – Em 05 de outubro do mesmo ano, fui até a Pedreira mais uma vez, juntamente com Petit e Renato Eduardo Carvalho Travassos, outro membro da AFEU. Juntos, pudemos observar sondas na Serra da Beleza, abaixo da linha das montanhas, em locais inacessíveis como as escarpas. A título de ilustração, sondas ufológicas são objetos menores do que discos voadores, de no máximo 30 cm de diâmetro, não tripulados, e que podem seguir uma programação automática, ou serem controlados remotamente.
Nesse lugar, os UFOs parecem surgir do nada e muitas vezes pegam-nos de surpresa, mesmo quando estamos em vigília. Assim foi em 07 de junho de 1988, quando às 21h00 fui surpreendido pela presença de um aparelho luminoso, bem acima do horizonte. O objeto tinha o brilho do planeta Vênus e logo desapareceu, tão misteriosamente quanto havia surgido.
Neste ano também dobrou o número de vigílias realizadas na serra. Foram mais de 50, sendo que em 21 delas houve contato visual com naves e sondas. Para se ter idéia, somente na noite de 19 de junho, 11 sondas cruzaram os céus sob nossa presença. Em algumas dessas ocasiões, sinalizamos em direção a elas, piscando lanternas. Elas diminuíam drasticamente seu brilho, quase desaparecendo, apesar de continuarem a ser observadas através de binóculos, mantendo sua trajetória em direção ao Estado de Minas Gerais.
Também tivemos a oportunidade de presenciar o surgimento de objetos emergindo de montanhas da região. Em 12 de abril de 1989, às 20h25, observamos um UFO de cor avermelhada alçar vôo próximo à estrada. Quando o aparelho estava sobre o ponto mais alto, desapareceu. Tem-se a impressão de que esses objetos podem se materializar e desmaterializar em qualquer local do espaço, como que mudando de dimensão, segundo a Teoria do Hiperespaço.
Para os principiantes na área da Ufologia, é difícil aceitar essas idéias, porém, tal teoria remonta à época do saudoso general Moacyr Uchôa. Seus livros são indispensáveis para a compreensão do que é o estudo ufológico. Muitos deles estão relacionados com a Parapsicologia, com fenômenos metafísicos ou de transporte, em que objetos e até seres vivos aparecem, desaparecem e reaparecem em determinado recinto. Tais fenômenos são muito comuns, tendo sido estudados e comprovados cientificamente.
Desafio à Física – Não quero dizer que casos ufológicos e parapsicológicos sejam exatamente a mesma coisa. As energias implicadas podem ser outras, mas os fenômenos são parecidos e estão aí a nos desafiar. Discos voadores que desaparecem misteriosamente às vistas de observadores e radares, quantos milhares deles não existem na Ufologia Mundial, que desafiam as leis da Física e as noções de tempo e espaço, assim como os fenômenos paranormais?
Um dos episódios dignos de serem mencionados é o da noite de 19 de fevereiro de 1994. Estávamos na Serra da Beleza, juntamente com outros membros da AFEU, e o céu se apresentava extremamente límpido. Às 21h15 três UFOs sobrevoaram a área, em formação, à grande altitude, possivelmente em órbita da Terra, durante algum tempo até desaparecerem. Como se sabe os satélites artificiais terrestres não orbitam nosso planeta em formação, como uma esquadrilha de aviões. Apesar de termos sido pegos de surpresa, Petit conseguiu tirar uma fotografia poucos segundos antes que os objetos sumissem, na qual consta o registro de sua trajetória.
Rastro luminoso – Em 28 de março de 1995, estávamos na Pedreira eu e o pesquisador Thiago Cândido Moreira observando o céu, que se apresentava claro. Às 21h30 avistamos uma sonda, à baixa altitude, com trajetória para a direita. Pouco tempo depois ela desapareceu atrás de uma montanha. Geralmente as sondas realizam suas atividades da maneira mais discreta possível, deslocando-se em altitudes inferiores às da Serra da Beleza, o que impede que sejam detectadas pelos radares da capital do Rio de Janeiro.
Vale ressaltar que na noite anterior a esse fato Thiago tinha avistado um UFO. Ele estava pescando nas redondezas da cidade por volta das 20h30, quando ob
servou no céu um objeto luminoso, cuja magnitude era semelhante à do planeta Vênus. O UFO apresentava um brilho avermelhado e foi visto cruzando o céu em direção ao sudoeste, deixando um rastro luminoso da mesma cor, produzindo ainda um zumbido baixo.
A partir de 06 de maio de 1995, comecei a obter minhas primeiras fotografias registrando o fenômeno, através de máquina fotográfica profissional. Para sustentação do equipamento fotográfico, em casos de se fotografar UFOs, utiliza-se um tripé, pois como as fotos são batidas com o método de exposição prolongada, é necessário que a câmera fique totalmente imóvel durante o processo fotográfico, para que as imagens não saiam tremidas. Dessa forma, pode-se registrar inclusive os eventuais deslocamentos dos UFOs.
Os filmes mais apropriados são de 400, 1000 e em alguns casos 1600 ASA. Em fotos desse tipo, apesar de batidas à noite, podemos ver uma série de pontos de referência, como montanhas e árvores, pois a claridade ambiente impressiona o filme durante vários segundos, ou seja, as imagens ficam gravadas na película. Os que não conhecem a técnica poderiam até imaginar, diante de fotografias desse tipo, que elas foram batidas durante o dia. Lentes teleobjetivas para aproximar o foco não são indicadas, pois ocasionam muita perda de luz, já que os objetos, às vezes, não são tão luminosos. Através das imagens, são determinados os locais exatos onde os UFOs aparecem e suas rotas mais comuns.
Uma fotografia interessante de sonda foi obtida em 06 de junho de 1995, na Pedreira, por volta das 20h30. A estranha luz apareceu na região conhecida como Baixadão, como vinda de Minas Gerais rumo à Serra da Beleza. Quando se aproximou, seu brilho variou, chegando quase a desaparecer, para depois voltar a brilhar intensamente e atingir uma luminosidade equivalente à do planeta Júpiter. O UFO acabou por desaparecer atrás da serra, como tantos outros. Ao observá-lo durante cinco minutos foi registrada, em detalhes, até mesmo a sua variação de luz.
Além disso, duas outras sondas foram detectadas pela lente de minha câmera fotográfica na noite de 12 de julho daquele ano, às 20h25, com o céu totalmente limpo. Observamos que uma delas, com trajetória da esquerda para a direita, apresentava brilho semelhante em intensidade ao da estrela Vega (uma das mais brilhantes no céu). Logo mais, às 20h47, outra luz apareceu, apresentando as mesmas características da primeira, sendo também fotografada.
Vigília no Morro Vermelho – Entre as melhores fotos obtidas podemos destacar a conseguida na noite de 22 de agosto do mesmo ano. Em tal fotografia notamos que o objeto apresentou uma redução de brilho após passar por trás de uma montanha. Vemos também que o céu continha estrelas em forma de traços, devido à rotação da Terra. Em 28 de fevereiro de 1996 conseguimos avistar e fotografar da Pedreira uma sonda que se movimentava em baixa altitude, apresentando um brilho semelhante ao da estrela Alfa do Centauro – a terceira mais brilhante do céu.
Já na noite de 24 de abril de 1996, realizamos uma vigília em um outro local de pesquisa, conhecido como Morro Vermelho. As condições meteorológicas naquele dia eram as melhores possíveis, permitindo visibilidade total. Às 19h20 avistamos um UFO muito luminoso à direita da Serra da Beleza, possivelmente deveria tratar-se de uma nave. O aparelho logo se ocultou por trás de uma montanha, sem que houvesse tempo para conseguir fotografá-lo.
Um outro fenômeno interessante ocorreu na noite de 02 de julho de 1996. Eu e Thiago avistamos por volta das 20h00 uma sonda com trajetória para a direita rumando em direção à serra. Às 21h55 uma outra sonda mais luminosa foi observada por nós. Esta última foi acompanhada por nossa câmera, enquanto evoluía abaixo da camada de nuvens que cobria o céu naquela noite. Em 09 de julho de 1996 verificamos por volta das 19h50 mais um desses misteriosos objetos. Desta vez, o UFO apresentava uma espécie de pulsação luminosa bem lenta, ficando nos momentos de maior brilho semelhante à estrela Alfa do Centauro.
Em uma das fotos feitas na noite de 24 de julho de 1996, conseguimos documentar simultaneamente as trajetórias de uma sonda e de um avião, que sobrevoavam a região. Apesar da sonda fotografada nessa oportunidade não ter sido das mais luminosas, considero esta foto uma das mais importantes, pois nela vemos o piscar luminoso de um avião convencional, e a trajetória de um UFO apresentando claramente um outro padrão.
O número inestimável de moradores do distrito de Santa Isabel que já teve experiências com discos voadores continua crescendo. Na noite de 17 de março de 1996, cerca de nove pessoas viajavam em uma Kombi da cidade de Conservatória para Santa Isabel do Rio Preto. Entre as testemunhas estavam Cristiano Fagundes Neto, Murilo das Chagas Nogueira, sua esposa Noêmia, e a jovem Maria Mariana da Silva. O grupo voltava de Vassouras, também no Estado do Rio de Janeiro. Quando chegaram à parte mais alta da estrada que corta a Serra da Beleza, depois de atravessarem um nevoeiro, ficaram frente a frente com um objeto extremamente luminoso, que pairava à direita da estrada, bem acima de um despenhadeiro.
Pouso na estrada – O UFO movimentava-se de um lado para o outro, desaparecendo e reaparecendo enquanto acompanhava o veículo e emitia uma luz branca. Segundo uma das testemunhas, o objeto chegou a distar poucos metros do carro e o acompanhou por cerca de um quilômetro, pousando em seguida na estrada. Como eles ficavam com medo, o motorista continuou a viagem até que o objeto se perdeu de vista. O fato aconteceu por volta das 20h00, com o céu nublado. A cidade estava completamente sem energia elétrica. Curiosamente, por coincidência, a linha de transmissão passava justamente pela região onde o UFO foi visto.
Em 17 de junho de 1996 foi a vez do senhor José Ananias Lima de Carvalho observar um objeto voador não identificado. Ele chegava em casa de madrugada e, ao descer as escadas, avistou no céu um objeto redondo e luminoso, de coloração rosa. Segundo a testemunha, o aparelho, com o tamanho de um caminhão, parou, desceu e fez alguns movimentos para depois se afastar rapidamente e desaparecer. Ananias pôde observar o disco voador por cerca de cinco minutos: “Seu formato era aparentemente semelhante ao da Lua”, comparou. Em determinado momento, a nave chegou a se aproximar e a testemunha pensou que seria levada por ela. Outro detalhe relevante de sua observação foi o fato de que não se constatou nenhuma espécie de ruído ou som, apesar da proximidade do UF
O.
Hoje, continuamos acompanhando os fenômenos na Serra da Beleza, na esperança de termos, talvez, algum contato mais próximo com os UFOs e seus tripulantes. Sabemos que até nas grandes cidades os UFOs têm se manifestado constantemente. Algo de muito importante parece estar por acontecer. É preciso que vigiemos para assim melhor preparar a população para o dia em que ficarmos diante dessas civilizações, cuja tecnologia é tão avançada que em determinados momentos parece até magia.
NASA e os mistérios da Serra
Durante uma noite de junho de 1996 recebi um misterioso telefonema de um membro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), cujo nome por ora vamos manter em sigilo, a quem chamaremos simplesmente de L.B.S. Durante aquele nosso primeiro contato, o técnico do INPE me informou que estava ligando de Conservatória, distrito limítrofe de Santa Isabel do Rio Preto (RJ). Através do telefonema, o informante queria saber quando eu voltaria à região, pois desejava ter uma conversa direta comigo. Ele revelou que seu grupo de pesquisa faria algumas análises, afim de tentar elucidar um estranho fenômeno detectado pela NASA que, como se sabe, mantém um acordo de colaboração com o INPE.
Segundo meu interlocutor, ele havia obtido informações sobre o trabalho que eu desenvolvia na área. Pelo menos, essa foi a história que divulgou no início de nossa conversa. Depois de apresentar-se, L.B.S. revelou, mais objetivamente, o motivo de sua insistência no assunto. Segundo ele, a NASA, através de um satélite, cujas especificações não foram fornecidas ao INPE, tinha detectado uma estranha anomalia.
Uma certa área produzia um determinado efeito de interferência que simplesmente impedia a obtenção de imagens da região. O técnico ressaltou que apesar da colaboração existente entre as duas instituições, a NASA não havia fornecido “o pulo do gato”. Ou seja, se o determinado satélite operava com uma câmera ótica comum, em nível infravermelho, ou em outra faixa do espectro. Fui ainda informado de que existiam outras áreas em nosso país onde o mesmo fenômeno acontecia.
Naquela noite, apesar do meu interesse, expliquei que estava impossibilitado de viajar até a região, mas entraríamos em contato para marcar um encontro. Antes de desligar, nosso amigo me perguntou se havia interesse da minha parte em acompanhá-los quando fossem realizar pesquisas na área. Respondi que sim. Passadas algumas semanas, liguei para ele e como não o encontrei, deixei recados, tanto em sua residência como na sede do INPE, em Cachoeira Paulista, onde trabalhava.
Efeito anômalo – Na noite seguinte, L.B.S. me telefonou. Disse a ele que já estava em condições de retornar a Santa Isabel, mas que gostaria de ter imediatamente as coordenadas da área que apresentava aquele efeito anômalo. Pelas informações obtidas através de nosso primeiro contato telefônico, suspeitava de que conhecia a região. L.B.S. revelou que não tinha em mãos as diretrizes, pois estava me ligando de sua residência. Apesar disso, deu-me indicações suficientes de sua localização, tendo como base a zona urbana de Santa Isabel.
Não havia dúvida: eu já tinha estado várias vezes nessa região e sabia muito bem o que acontecia ali. Trata-se simplesmente do ponto onde os UFOs se materializam, emergindo aparentemente de uma condição física paralela. O ponto exato em que esses episódios acontecem vem sendo guardado por mim desde 1984, pois sua divulgação pode colocar em risco a atuação do Fenômeno UFO na região. L.B.S. revelou ainda outras áreas em nosso país onde a mesma interferência vêm sendo detectada pela NASA. Curiosamente, todas estão localizadas em regiões de incidência, onde a presença dos discos voadores é bastante comum.