Alguns dias depois da histórica passagem por Plutão, em 14 de julho último, a nave New Horizons se dedicou a enviar para a Terra dados a respeito de partículas e poeira espaciais e sobre o vento solar. No início de agosto o envio de informações e fotos da missão foi retomado, e a NASA liberou no último dia 10 as novas imagens. Elas são surpreendentes, pois mostram um mundo muito mais ativo e complexo do que era antes considerado. As fotografias têm uma resolução de até 400 metros por pixel, mostrando características da superfície misturadas de forma caótica, representando mais um enigma para os cientistas.
Entre as mais surpreendentes formações mostradas nas fotos estão algumas que aparentam ser dunas. Algumas hipóteses dão conta de que o gelo de nitrogênio desce das montanhas até as planícies, e uma rede de vales parece estar sendo escavada pelo material. Terreno antigo com crateras se mistura a mondanhas ao lado de planícies de gelo novas e lisas. Jeff Moore, líder da equipe de geologia, geofísica e imagens da New Horizons, disse: “A superfície de Plutão é tão complexa quanto a de Marte. As montanhas se misturam de forma aleatória, podendo ser imensos blocos de gelo duro de água flutuando em um vasto e menos denso depósito de nigrogênio congelado, na região chamada informalmente de Sputnik Planum”.
Ao lado da borda dessa planície podem se vistas o que parecem ser dunas mais escuras, o que é uma surpresa em um mundo com uma atmosfera tão fina. Há duas hipóteses para explicar as formações, ou a atmosfera era mais densa no passado, ou está em ação algum processo ainda não entendido. A respeito da cobertura gasosa, a New Horizons obteve imagens quando se afastava do planeta, aproveitando o fato de Plutão estar bloqueando o Sol. Nas imagens a atmosfera pode ser vista como um halo, e as imagens mostram que possui mais camadas do que antes se considerava. Além disso, comprovou-se que um brilho atmosférico ilumina o lado noturno desse mundo antes do amanhecer, e também antes do pôr do Sol. A New Horizons, de acordo com a NASA, está operando normalmente, estando no momento a cerca de 63 milhões de km de Plutão, e a 5 bilhões de km da Terra. Estima-se que mais de 50 gigabytes de imagens e dados tenham sido obtidos no sistema de Plutão, e o envio dessas informações deverá durar pelo menos até o final de 2016.
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