Cientistas alemães acabaram de atualizar um telescópio solar chamado Gregor, no Observatório Teide nas Ilhas Canárias, e o resultado é um novo conjunto espetacular de imagens de nossa estrela.
“Esse foi um projeto muito empolgante, mas também extremamente desafiador”, disse em um comunicado Lucia Kleint, cientista do Instituto Leibniz de Física Solar em Freiburg, Alemanha e pesquisadora-chefe do projeto. “Em apenas um ano, redesenhamos completamente a ótica, a mecânica e a eletrônica para alcançar a melhor qualidade de imagem possível”.
GREGOR iniciou suas observações em 2012 como o maior telescópio solar da Europa e o projeto de atualização começou em 2018. Em janeiro de 2020, conforme publicamos aqui, saíram as primeiras imagens em close do Sol, mas feitas por outro telescópio situado no Havaí, chamado Telescópio solar Daniel K. Inouye (DKIST),
As atualizações feitas no Gregor incluíram trabalhos na óptica do telescópio e sistemas de controle, repintura do observatório para refletir menos luz e interferir menos com as observações, e implementar novas políticas de programação para melhorar a produção científica das observações.
Manchas solares
A imagem da esquerda é um close da imagem da direita. Crédito: Gregor.
As imagens divulgadas mostram, em close, uma mancha solar com milhões de quilômetros de extensão cercada por bolhas de plasma igualmente gigantesca. É o Sol de perto, como nunca vimos antes e nossa melhor chance de entender como as estrelas funcionam
Ao todo, o telescópio agora permite que os cientistas capturem características do Sol com apenas 50 km de diâmetro, de acordo com o comunicado. E como a atividade solar está atualmente em ascensão com o término do ponto mínimo do atual ciclo solar de 11 anos, Gregor terá muito o que estudar.
“O projeto era bastante arriscado porque essas atualizações de telescópio geralmente levam anos, mas o grande trabalho em equipe e o planejamento meticuloso levaram a esse sucesso”, disse Svetlana Berdyugina, astrofísica da Universidade Albert-Ludwig de Freiburg, na Alemanha, e diretora do Instituto Leibniz para a física solar,
“Agora temos um instrumento poderoso para resolver quebra-cabeças no Sol”. As atualizações são descritas em um artigo publicado em 01 de setembro na revista Astronomy & Astrophysics.
Telescópio Gregor, nas Ilhas Canárias. Crédito: Gregor
Estudar o Sol é fundamental para entendermos como ele funciona, suas características e como poderemos, um dia, – se conseguirmos chegar lá sem nos destruirmos no caminho –, usar sua energia, que é limpa, ao invés de queimarmos fósseis que poluem nosso mundo.
Os cientistas supõem que civilizações avançadas utilizem a energia não apenas de suas estrelas, mas também de outras, para se manterem vivas e tecnológicas. O primeiro passo para isso é conhecer bem a estrela de seu próprio sistema.
Fonte: Space.com
Assista ao incrível vídeo feito pelo DKIST: