Um novo tipo de planeta, escuro e solitário, acaba de ser descoberto por astrônomos norte-americanos, japoneses e neozelandeses. Um estudo liderado por David Bennet, da Universidade de Notre Dame (EUA) e publicado nesta quarta-feira na revista Nature, revela uma classe inteiramente nova de astros do tamanho de Júpiter – o maior planeta do nosso Sistema Solar, com massa 300 vezes superior à da Terra. Sua principal característica é que eles estão sozinhos no espaço, muito distantes de sua estrela (planetas sempre orbitam estrelas). Foram batizados como The Drifters [Os Vagabundos].
Para Bennet e seus colegas, esses planetas solitários são como párias espaciais, ejetados de sistemas solares em desenvolvimento. Para realizar o estudo, os astrônomos analisaram uma região do centro da nossa Via Láctea. Pelo menos 10 mundos do novo tipo foram identificados. Esse tipo de astro, por ser pequeno (para a escala do universo), distante e não emitir luz própria, não pode ser observado diretamente. Eles são detectados por inferências matemáticas.
“Nosso estudo sugere que sistemas planetários são lugares muito instáveis, com planetas sendo expulsos devido ao choque de astros”, disse Bennet. Em duas décadas o conhecimento sobre planetas aumentou de forma impressionante. Para se ter idéia, não se conhecia nenhum planeta além daqueles que orbitam o Sol. Hoje, mais de 500 dos chamados exoplanetas (fora do nosso Sistema Solar) são conhecidos.