Em 06 de outubro de 1995 os astrônomos Michael Mayor e Didier Queloz da Universidade de Genebra anunciaram a descoberta do primeiro planeta orbitando uma estrela. Realizada com o telescópio de Haute-Provence, a pesquisa determinou que um grande planeta gasoso orbitava a estrela 51 Pegasi, semelhante ao Sol e situada a 50,9 anos-luz de distância. Foi o princípio de uma revolução na astronomia, onde hoje a caça a exoplanetas está entre as principais pesquisas.
No dia 23 de outubro de 2013 um marco histórico foi estabelecido, quando dois dos cinco principais catálogos de exoplanetas atualizaram suas listas para 1.010 planetas alienígenas confirmados, em um total de 770 sistemas solares. De fato, já havia sido anteriormente descoberto, em 21 de abril de 1992, um planeta orbitando o pulsar PSR 1257+12, porém ao redor de tais astros, resquícios de explosões em supernova, é impossível existir um planeta com vida, devido a alta quantidade de radiação emitida pelo pulsar. As seguidas descobertas de planetas ao redor de estrelas distantes representou um progresso extraordinário, visto que muitos afirmavam ser impossível encontrar tais mundos, que seriam completamente ofuscados pelo brilho estelar.
Métodos para caçar outros mundos
De fato, poucos foram os planetas extrassolares avistados através de telescópios, e a ampla maioria foi descoberta por dois métodos. Um destes e o mais comum é a velocidade radial, em que os movimentos de uma estrela são analizados, as vezes por anos a fio, para se determinar como a gravidade de um planeta afeta o astro que orbita. Inicialmente a vasta maioria de exoplanetas era formada por mundos gasosos situados próximos de suas estrelas, categoria apelidada de Júpiteres quentes. Todavia, com o refinamento dos métodos planetas menores e mais distantes puderam ser encontrados.
A outra principal metodologia dos caçadores de planetas é o trânsito, por meio do qual se mede a minúscula diminuição do brilho de uma estrela quando um mundo alienígena passa diante dela. Evidentemente o plano da órbita do planeta precisa estar na posição correta, por nosso ponto de vista, para esse método funcionar. O telescópio espacial Kepler da NASA trabalhava dessa maneira, tendo descoberto nada menos que 3.548 candidatos a planetas durante sua operação, sendo que a expectativa dos cientistas é que mais de 90% destes sejam confirmados.
Abel Mendez Torres, da Universidade de Porto Rico e que mantém o Laboratorio de Habitabilidade Planetária, disse a respeito da incrível marca: “A descoberta de muitos mundos ao redor de outras estrelas é um grande feito da ciência e tecnologia. O trabalho de cientistas e engenheiros de muitos países foi necessário para atingir esse número”. Ele ainda acrescenta: “Entretanto, 1.000 exoplanetas em duas décadas representam ainda uma minúscula fração dos que devem existir nas centenas de bilhões de estrelas de nossa galáxia”.
Bilhões e bilhões de planetas
De fato, o número de estrelas em nossa galáxia, a Via Láctea, dependendo da fonte, é estimado em 100 bilhões a 400 bilhões. Utilizando a conservadora primeira opção, um estudo de astrônomos do Instituto de Astrofísica de Paris determinou que o número de planetas por estrela deve ser de 1,6. Portanto, podem existir na galáxia 160 bilhões de mundos alienígenas, possivelmente mais. Outro estudo, baseado nas informações do telescópio Kepler, estima que podem existir 4,5 bilhões de planetas habitáveis somente na Via Láctea. Alguns cientistas como Geoff Marcy, descobridor de 70 dos primeiros 100 exoplanetas, já defendem abertamente uma busca mais sistemática por civilizações alienígenas com base nessas informações, e o próprio Marcy já iniciou a sua.
Os principais catálogos de exoplanetas e os números de mundos que possuem são: Enciclopédia de Planetas Extrassolares (1.010); O Catálogo de Exoplanetas do Laboratório de Habitabilidade Planetária (1.010); o Arquivo de Exoplanetas da NASA (919); a Base de Dados de Órbitas de Exoplanetas (755); e o Catálogo Aberto de Exoplanetas (948). A diferença nos números resulta nas incertezas que ainda existem quanto à detecção e confirmação de exoplanetas, mas a quantidade de mundos alienígenas deverá aumentar muito nos próximos anos.
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