No dia 01 de setembro, no começo da noite, foi lançado o foguete VS-30 V13 do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. A missão, batizada como Operação Raposa, teve como principal carga útil o segundo estágio, dotado do motor-foguete L5, primeiro engenho a utilizar combustível líquido produzido no Brasil. O L5 utiliza como combustível o etanol, e como comburente o oxigênio líquido.
O foguete VS-30 do primeiro estágio do foguete é de combustível sólido e já haviam sido lançados anteriormente em 12 oportunidades. O voo do foguete brasileiro é suborbital, ou seja, não atinge velocidade suficiente para entrar em órbita, realizando uma trajetória balística e pousando no Atlântico após a missão. O tempo de voo total foi de 3 minutos e 34 segundos, com o motor L5 funcionando a contento durante 90 segundos. Assim, o Brasil se uniu a um clube fechado, o dos países detentores de tecnologia de foguetes de combustível líquido.
Estes últimos são mais eficientes e seguros, além de mais potentes, sendo os preferidos para lançamentos espaciais, missões científicas e levar cargas até a órbita da Terra. Contudo são mais complexos, por demandarem tanques, válvulas, tubulações, bombas e uma série de equipamentos. Além do combustível, eles carregaram em um segundo tanque o comburente, normalmente oxigênio líquido. Já os foguetes a combustível sólido misturam as duas substâncias em uma pasta, armazenada em um tubo simples, e uma vez iniciada a queima não é possível desligá-los. Por isso são os preferidos para mísseis e outros usos militares.
LONGO DESCASO COM O PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO
A missão bem-sucedida premia a presistência dos oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB), a qual o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) é ligado, uma das maiores conquistas do programa espacial de nosso país. Entretanto, lamentavelmente este último jamais foi prioridade política e nunca teve uma dotação de verbas suficiente para recuperar seu histórico atraso. A Índia, por exemplo, país que iniciou seus trabalhos nessa área ao mesmo tempo que o Brasil nos anos 60, já tem uma sonda a caminho de Marte, onde deve chegar nos próximos dias. Enquanto isso, o Programa Espacial Brasileiro nunca foi tratado com a devida seriedade.
A própria falta de transparência da Agência Espacial Brasileira é um problema, como pôde ser visto na própria Operação Raposa. A imprensa não foi chamada para o lançamento, e somente depois do voo a FAB emitiu uma nota anunciando a missão. Os aplausos para o primeiro voo bem-sucedido do motor L5 sem dúvida são devidos e agora resta aguardar os próximos passos do programa, entre os quais saber o que fazer com o Veículo Lançador de Satélites (VLS-1), que em seu formato atual está completamente defasado. Também o foguete desenvolvido em parceria com a Ucrânia, o Cyclone-4, está muito atrasado. Resta aguardar para que o Programa Espacial Brasileiro seja tratado com a seriedade que merece e o voo bem-sucedido do VS-30 V13 pode ser um começo.
Confira abaixo o lançamento do foguete VS-30 V13:
Assista a uma reportagem sobre a Operação Raposa clicando aqui
Site da Agência Espacial Brasileira
Site do Instituto de Aeronáutica e Espaço
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Saiba mais:
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