Cometas, corpos do sistema solar compostos por rocha e gelo, referidos como “bolas de neve sujas” pelo saudoso astrônomo e divulgador da ciência Carl Sagan, devem chamar muita atenção em 2013. Dois deles devem ser visíveis nas próximas semanas.
O cometa C/2011 L4 (PANSTARRS) foi descoberto pela equipe PANSTARRS [Sistema de Resposta Rápida e Servidor de Telescópio Panorâmico], do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí dois anos atrás. Tem se tornado mais brilhante a medida que se aproxima do Sol e da Terra, e é fracamente visível a olho nu no hemisfério sul da Terra, pouco antes do nascer do Sol. É previsto que chegue ao brilho máximo em março, quando as observações serão mais fáceis no hemisfério norte.
Já o cometa C/2012 F6 (Lemmon) está atualmente situado na constelação de Octans próximo ao pólo sul celeste. Também fracamente visível, não deve se tornar muito mais brilhante, mas mesmo assim é uma raridade o fato de dois cometas serem visíveis a olho nu simultaneamente. Vale lembrar que para o final do ano está prevista a passagem do cometa C/2012 S1 (ISON), que os cientistas esperam ser um dos mais brilhantes e visíveis das últimas décadas.
Vale explicar a nomenclatura utilizada. O número, a letra e o número seguinte indicam a data da descoberta do cometa, respectivamente o ano, a metade do mês, e a ordem dentro deste. A letra A indica a primeira metade de janeiro, B a segunda metade, C a primeira metade de fevereiro e assim por diante.
No caso de 2011 L4, isso significa que foi o quarto cometa descobert na segunda metade de junho de 2011. Para 2012 F6, este foi o sexto cometa descobero na segunda metade de março de 2012. Cometas são dos mais belos espetáculos celestes, e esperemos que esses fenômenos da natureza não motivem as mesmas mistificações infelizmente vistas recentemente no caso do meteoro que caiu na Rússia e o asteróide 2012 DA14.
Vídeo explicando como observar o cometa
Saiba mais:
Livro: Dossiê Cometa