A NASA não cooperará com um programa espacial com forte influência militar como é o chinês, disse, em Pequim, o administrador da agência espacial americana, Michael Griffin. “Ainda somos incapazes de cooperar com um programa militar, mas estamos agradecidos por este convite – para visitar a China”, ressaltou em entrevista coletiva Griffin, que fez a primeira visita oficial de um diretor responsável da NASA ao país asiático. “Existem diferenças entre nossas nações em alguns aspectos-chave”, disse Griffin, especificando que um dos principais é o controle de mísseis. Destacou que em sua reunião com Sun Laiyan, diretor da Administração Nacional de Espaço da China, foram assentadas as bases para que se continue o diálogo entre ambas as instituições, por pelo menos uma vez ao ano.
“Vamos explorar a criação de equipes de trabalho sobre mudança climática, missões científicas e prospecção robótica”, disse Griffin, que não esclareceu os detalhes sobre esta iniciativa. Sun Laiyan explicou à agência Xinhua a proposta de quatro pontos feita pela China à NASA: promover a comunicação entre ambas as instituições, manter reuniões anuais, explorar de maneira conjunta setores nos quais ambos possam cooperar e eliminar obstáculos para o entendimento mútuo. Entre as propostas chinesas inclui-se a cooperação em ciência espacial e um programa de prospecção lunar. “Não existem planos para trabalhar com a China na construção da Estação Espacial Internacional (ISS)”, disse Griffin, em resposta às perguntas dos jornalistas. Griffin se mostrou também “impressionado” pelos grandes avanços espaciais da China em tão curto período de tempo, e aproveitou para felicitar o país asiático por ser o terceiro do mundo – depois dos EUA e Rússia – a “pôr um homem no espaço”, fato acontecido em 2003.