A NASA lançou na madrugada desta quarta-feira, 24 de novembro, uma espaçonave destinada a colidir com um asteroide, como parte de sua missão Double Asteroid Redirection Test (DART), a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia. Seu objetivo: testar se somos capazes de desviar um asteroide assassino antes que ele atinja a Terra.
A proposta da missão DART é ir ao sistema de asteroide Didymos para colidir com Dimorphos, um asteroide de aproximadamente 160m de diâmetro que orbita Didymos, com 780m, para tentar desviá-lo. Esse método é conhecido como “impacto cinético” e, como o pequeno Dimorphos orbita Didymos a uma velocidade relativa bem menor do que aquela do par enquanto viaja ao redor do Sol, o impacto deverá causar uma pequena mudança no movimento do asteroide, o que poderá ser medido por telescópios em solo.
Mas antes de chegar ao seu destino, a NASA está usando a espaçonave para testar a nova tecnologia de acionamento de íons – que saiu direto de um filme de ficção científica. O Evolutionary Xenon Thruster-Commercial (NEXT-C) da agência espacial usa a energia solar da espaçonave para criar um campo elétrico. Este campo então acelera um propelente de xenônio a velocidades de até 145.000Km/h, aproveitando o fluxo resultante de “milhares de jatos de íons” como propulsão.
Não se trata exatamente de um grande avanço na força. O propulsor gera míseros 236 micro-Newtons de empuxo, uma pequena fração de um motor de foguete muito maior, baseado em combustível. Mas o NEXT-C ainda é um grande avanço em relação aos sistemas de propulsão iônica anteriores usados para outras missões da NASA.
Assista acima como foi o lançamento da DART.
Fonte: NASA
O objetivo é demonstrar que espaçonaves minúsculas como o DART são capazes de se propelirem com energia solar – e uma quantidade relativamente pequena de combustível xenônio – por meio do disparo de propulsores continuamente por meses ou até anos de cada vez. A DART deverá colidir contra Dimorphos no fim de setembro ou início de outubro de 2022 para mudar sua órbita ao redor de Didymos.
Se tudo correr bem, a nave deverá se chocar contra Dimorphos a cerca de 24.000Km/h, quando o sistema estiver a cerca de 11 milhões de quilômetros da Terra. Já em outubro de 2024, a Agência Espacial Europeia (ESA) deverá lançar a missão Hera, que investigará a “cena do crime” após o impacto. Além de verificar o que a DART conseguiu, a Hera poderá ajudar os astrônomos a saberem mais sobre os Didymos e Dimorphos, cujos dados de forma, massa e composição seguem um mistério.