
Já é de conhecimento da casuística ufológica mundial que a Cordilheira dos Andes, vasta cadeia montanhosa situada ao longo da costa ocidental da América do Sul, com cerca de 8 mil km de extensão, é um verdadeiro corredor de passagem de UFOs. Às suas margens, na fria e seca região da Patagônia, ao sul do continente e na fronteira entre os territórios argentino e chileno, as manifestações ocorrem com tamanha incidência que os moradores já consideram habituais os casos de avistamento de estranhos artefatos junto às íngremes elevações.
A cidade de San Carlos de Bariloche, um dos pontos turísticos mais procurados da Argentina, fica entre as montanhas andinas, uma área seca e fria. Localizada em zona de clima temperado, Bariloche apresenta muitas florestas mantidas graças às águas de lagos glaciais, como o Nahuel Huapi. Durante o inverno, de maio a agosto, as temperaturas costumam ficar abaixo de 0° C e há grande precipitação de neve — isso atrai praticantes de esportes radicais, como esqui, o snowboard e o trenó. Estima-se que no município, de uma população de 100 mil habitantes, cerca de 40% já tenham visto artefatos desconhecidos no céu. De fato, as observações têm sido corriqueiras na área que compreende toda a extensão da Patagônia argentina até a Terra do Fogo, um arquipélago na extremidade sul do país, de onde partem as excursões marítimas para a Antártida.
diversas outras localidades da região, como nas províncias de Neuquén, Rio Negro, Chubut e Santa Cruz, são comuns relatos relacionados à aparição de pontos luminosos incomuns no céu. Um dos mais interessantes eventos desse tipo ocorreu em junho de 2009, quando o advogado Juan José Arcos e seu amigo, Danilo Brescovic avistaram uma luz muito forte sobre as elevações da Terra do Fogo, que conseguiram registrar com uma câmera semiprofissional. Arcos disse que o aparelho alternava entre as cores vermelha, amarela e verde, e que durante todo o tempo o rádio de seu carro parou de funcionar. O caso foi noticiado pelo diário A Imprensa Austral, da cidade de Punta Arenas.
Nave acompanhada de aviões
No local em que os homens testemunharam essa incomum movimentação foram encontradas duas circunferências bem nítidas no chão, provavelmente indicando a área de pouso de duas espécies de aeronaves. Diversas outras imagens obtidas em ocorrências semelhantes também impressionaram muitos ufólogos pela nitidez e clareza com que é possível distinguir discos voadores nelas. Um acontecimento que merece destaque ocorreu em 31 de julho de 1995, entre 20h00 e 21h00, quando um UFO sobrevoou a cidade turística e foi acompanhado pelas tripulações de um Boeing 727 das Aerolíneas Argentinas, que fazia o voo 674, e de um Cheyenne PA-115, prefixo GN705, da Guarda Nacional Argentina, ao se aproximarem do Aeroporto Internacional de Bariloche [Veja edição UFO 164, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
O comandante do Boeing era Jorge Nestor Polanco, que estava acompanhado do engenheiro de voo Jorge Allende e do copiloto Roberto Benavente. Já a bordo do avião da Guarda Nacional estavam o comandante Ruben Adolfo Cipuzak, seu colega Juan Domingo Gaitán e o mecânico Joaquim Gomez. Simultaneamente, o fenômeno foi observado em solo pela senhora Berta Cabral e por seu marido, que estavam comprando cigarros no momento em que viram um artefato voador junto à torre do aeroporto. Os senhores Jorge Oviedo, da Força Aérea Argentina (FAA), e Jaime Garcia, administrador do aeródromo, além de outros funcionários e taxistas, que na oportunidade trabalhavam nas imediações, também testemunharam o episódio.
Hot spot ufológico
Os aviões se encontravam à distância de 6.400 m do UFO, que, segundo as afirmações do comandante Cipuzak, certamente era controlado por “algum equipamento ou força inteligente”, conforme declarou. O avistamento, que passou a ser conhecido como Caso Bariloche, foi noticiado pela imprensa e bastante comentado na cidade, em virtude da importância e idoneidade de algumas das testemunhas. Em outra situação, durante uma tarde de domingo, Agustín Prieto filmou o movimento de um objeto sobre o município, quando tentava fotografar a Lua — sua atenção foi atraída por uma formação escura fazendo evoluções que contrastavam com o céu azul de fim de tarde. Contudo, quando as nuvens brancas passaram ao fundo, foi possível observar que a formação, na verdade, tinha cor prateada.
Em agosto de 2002, mais uma manifestação ufológica foi registrada naquela área de grande incidência, dessa vez na cidade vizinha de Piedra Del Águila. Diversas pessoas do vilarejo presenciaram uma luminosidade anormal que durou cerca de 30 minutos, até desaparecer misteriosamente. Na mesma área, outro UFO foi avistado voando a baixa altitude, em 05 de janeiro de 2008. Integrantes do Grupo de Exploradores Argentinos e do Departamento de Investigação e Desenvolvimento Andino, que têm como objetivo explorar zonas virgens da Patagônia andina, também afirmaram terem observado aparelhos misteriosos no céu em suas expedições ao local.
Todavia, em toda aquela região, não é somente a turística cidade que é conhecida pela recorrência de observações que fogem à normalidade. Em 21 de março de 2009, às 16h24, foi realizada a fotografia de um suposto disco voador durante uma partida de rúgbi no município próximo de El Bolsón, outro hot spot ufológico na Patagônia. Após ser submetida à análise de especialistas, não foi constatada qualquer montagem na foto. A imagem foi obtida por uma câmera Sony DSC-W50, com diafragma de abertura de 7,1 e sensibilidade ISO de 80, com uma velocidade de 1/250. A nave registrada é grande e apresenta um brilho na parte superior, causado pelo reflexo do Sol — isso demonstra que, muito provavelmente, era confeccionada de metal.
Luz em formato de bengala
Além de manifestações que indicam a presença constante de UFOs, aquela localidade da Argentina também apresenta, com certa regularidade, eventos que envolvem os chamados objetos submarinos não identificados (OSNIs). Em fevereiro de 1960, por exemplo, a Marinha do país rastreou por vários dias dois “submarinos” que se supunham ser soviéticos. Porém, após terem sido percebidas alterações anormais de velocidade e manobras impossíveis para qualquer embarcação da época — como os repentinos desaparecimentos —, a hipótese f
oi descartada. O órgão militar classificou o ocorrido como “inconclusivo”, por não ter identificado precisamente o que seriam aqueles dois objetos submersos nas profundezas.
Em outra oportunidade, em 28 de julho de 1964, a subprefeitura de Puerto Madryn recebeu via rádio uma mensagem do navio-tanque argentino Gazador, que comunicava o registro de uma estranha luz imersa, no formato de uma bengala, próxima a Baía de San Jorge — a mesma luminosidade fora percebida pelo navio San Antonio e pelos tripulantes do barco Sumber, de bandeira norueguesa, que tinha sua posição próxima a das outras duas embarcações. O fato permanece aberto a explicações.
Alguns meses depois, as mesmas águas foram cenário de um acontecimento semelhante. Desta vez, a testemunha principal da ocorrência se dirigia à cidade de Comodoro Rivadavia, considerada a capital argentina do petróleo, quando observou quatro objetos não identificados descrevendo interessantes parábolas sobre o mar. Esses eventos se tornaram tão frequentes na época que levaram a Sociedade Argentina de Pesquisa de Fenômenos Estranhos a afirmar, em 1973, que não restavam dúvidas de que máquinas provenientes de fora da Terra teriam estabelecido bases submarinas nas partes mais profundas dos golfos de San Matias e San Jorge, na costa da Patagônia.
O monstro do Nahuel Huapi
Uma das atrações naturais de Bariloche é o Lago Nahuel Huapi, de origem glacial, que tem águas frias o bastante para levar à morte qualquer pessoa que mergulhe nelas por mais de 10 minutos — o local tem uma área de cerca de 560 km² e profundidade de até 454 m. Seu nome significa Tigre da Ilha, em idioma mapuche, em referência ao puma, um felino comum na região. Devido à baixa temperatura, boa parte do lago continua inexplorada e persiste a dúvida de que possa existir uma fenda gigantesca em sua parte mais desconhecida. Por sua baixa concentração mineral, que diminui a flutuação, caso alguém caia em suas águas, será rapidamente sugado para o fundo, tornando quase impossível a localização de seu corpo — esse fato aumenta os mitos e lendas sobre o Nahuel Huapi.
Os índios mapuches, nativos da região, ainda mantêm em sua cultura, desde há muitos séculos, a fábula do Trelke Wekufe ou El Cuero — couro em português. A lenda conta que um animal, com couro como o de um boi, viveria no interior do lago e só deixaria suas profundas águas em busca de alimento. Em sua caçada, ele permanece imóvel, às margens do Nahuel Huapi, à espera do momento certo para atacar suas presas — geralmente crianças e jovens. Em 1910, ao cruzar o lago, George Garrett afirmou ter visto uma criatura de 5 a 7 m de comprimento, 6 m acima da água e à distância de 400 m de seu barco. O bicho teria ficado visível por cerca de 15 minutos, até desaparecer misteriosamente. Com esses fatos, surgiu uma nova história sobre um monstro gigante que habitaria o fundo do lago. Essa aberração foi batizada de El Nahuelito e seria um plesiossauro [Plesiosaurus dolichodeirus], animal pré-histórico também relacionado ao famoso monstro do Lago Ness, na Escócia.
Em 1922, Martin Sheffield, um policial norte-americano que estava na área com um grupo de homens, produziu um relatório afirmando ter encontrado um animal com pescoço enorme — parecido com um cisne, tinha corpo de crocodilo, com corcovas e barbatanas. Mas foi em 1978, após uma investigação feita pela revista Siete Dias, que a lenda da criatura de Bariloche ganhou força. A investigação foi baseada no depoimento de Hilda R. Rumboll, mãe do famoso naturalista e ornitólogo argentino Mauricio A. E. Rumboll, que disse estar observando o lago, certa noite, quando notou algo em suas águas nadando a uma velocidade considerável e deixando um enorme rastro atrás de si. Hilda e o marido olharam através de um telescópio e viram o bicho se virar em direção à costa para depois desaparecer em meio a grande turbulência. A repercussão dessa matéria causou alvoroço e trouxe muitos prejuízos à cidade, pois grupos de turistas passaram a recusar excursões ao local.
Outro fenômeno inusitado ocorreu na década de 80, quando um grupo de policiais teria perseguido e disparado contra uma grande serpente que entrou no lago e fugiu nadando. Em janeiro de 1988, o réptil teria sido avistado por cerca de 30 trabalhadores do Centro Atômico Bariloche, que estavam na costa em Playa Bonita e relataram ter observado uma extensa quantidade de espuma na água, produzida por uma enorme mancha escura submersa que se deslocava em alta velocidade.
Os registros são inúmeros
A lenda, hoje, perdeu um pouco de sua força, mas, eventualmente, surgem pessoas que afirmam ter visto essas aberrações no Nahuel Huapi. Fotografias também teriam sido produzidas em uma tentativa de se provar a existência desse animal — mas, apesar da baixa qualidade dos registros, especialistas afirmam que os seres documentados não são troncos e nem tampouco formações naturais de ondas, deixando em
aberto a possibilidade de que uma grande cobra possa habitar o lago.
Uma imagem do monstro teria sito obtida por Carlos Padilla no Lago Mascardi, em 17 de novembro de 2010, um local vizinho ao Nahuel Huapi. Entretanto, muitos acreditam que a foto não deve ser seriamente considerada por haver suspeitas de que tenha sido manipulada por meio da criação artificial de olhos e dentes em um pedaço de madeira, que teria servido de “modelo” flutuando sobre as águas. Outro fato misterioso aconteceu em 01 de abril de 2008, quando uma enorme mancha vermelha surgiu na água junto às margens do lago, sem que até hoje sua origem tenha sido identificada.
O mistério persiste
Apresentando inúmeras manifestações inexplicáveis, seja nas altas formações da vizinha Cordilheira dos Andes ou nas profundezas das gélidas águas de seus lagos, é fato inquestionável que a região da Patagônia argentina, especialmente nas proximidades da cidade de San Carlos de Bariloche, chama a atenção por seus inúmeros mistérios. Por se tratar de uma área afastada, é bem provável que seres provenientes de outros planetas se utilizem desses locais como bases de apoio, enquanto realizariam, secretamente, suas missões na Terra.
Aqueles fascinados pelo desconhecido se sentem naturalmente atraídos para realizar pesquisas de campo na Patagônia e em toda a Cordilheira dos Andes. É importante, porém, estarmos cientes da responsabilidade de separarmos os fatos dos mitos e lentas, lembrando-nos sempre de que, por tr&
aacute;s de toda história — por mais bizarra ou fictícia que possa parecer —, sempre há enigmas a ser seriamente investigados, e não descartados. Afinal, é certo que nosso mundo ainda guarda segredos que jamais sequer sonhamos.