No primeiro semestre de 1979 aconteceu um grande evento sobre Ufologia na cidade do Rio de Janeiro, no centro de convenções do Hotel Intercontinental, no bairro de São Conrado, o I Encontro Nacional de Teses Ufológicas. Em maio daquele ano, meu pai chegou em casa e alcançou-me um recorte do jornal Última Hora, que frequentemente trazia matérias sobre a presença e existência dos chamados discos voadores. Nessa oportunidade fiquei sabendo sobre o evento de Ufologia, conforme pude constatar por meio da matéria a qual ele trouxera.
O grupo promotor e responsável pelo evento ainda estava recebendo teses de todo o país para avaliação. Os sete melhores trabalhos selecionados seriam apresentados na forma de conferências por seus autores durante os dois dias do evento, quando uma banca examinadora, formada pela elite da Ufologia Brasileira, avaliaria os trabalhos escritos e as apresentações. Ao final, somente três teses seriam vencedoras. Nessa época eu ainda não havia tido qualquer contato com outros ufólogos. Mesmo assim, preparei um trabalho baseado no primeiro livro que estava escrevendo, sobre a presença alienígena no passado histórico e pré-histórico em nosso planeta. Essa tese acabou sendo uma das sete selecionadas para apresentação pública e foi uma das três premiadas por decisão da banca examinadora, a qual tinha como presidentes a professora Irene Granchi e o general Moacyr de Mendonça Uchoa, hoje falecidos, ícones da Ufologia Brasileira.
Também faziam parte da banca examinadora desse evento os pesquisadores Fernando Cleto Nunes Pereira, Rafael Sempere Durá, Salvatore de Salvo e Silvio Lago, que era responsável por boa parte das regressões feitas com abduzidos. Hermínio Reis e sua companheira na época, Maria Aparecida de Oliveira Bianca, também participaram do evento e relataram para o público o contato que tiveram anos antes com seres extraterrestres de aspecto humano, que passaram informações impressionantes sobre a origem extraplanetária de nossa humanidade. Algum tempo depois, em três livros que publiquei, analisei esse caso, dando atenção especial às informações passadas pelos seres aos humanos.
Recebendo um chamado
O leitor deve estar se perguntando sobre o sentido dessas referências tão antigas em um trabalho sobre os mistérios do planeta Marte que se pretende atual. Explico. É que, além do fato desse seminário ter sido o meu início publicamente na Ufologia Brasileira, ocorreu um episódio em seguida, como um desdobramento do próprio evento. Não muito tempo depois do encontro de teses, quando comprei um exemplar da revista Planeta — que havia feito a cobertura do conclave —, fui surpreendido por uma matéria publicada. Na verdade, era uma imagem impressionante do planeta Marte, que havia sido obtida em 1976 pela espaçonave Viking 1 na região conhecida como Cydonia, localizada no hemisfério norte do planeta.
Naquela região era claramente visível a estrutura gigantesca de uma face com características humanas, aparentemente esculpida no solo marciano. Quando observei essa imagem pela primeira vez, o impacto foi, ao mesmo tempo, muito grande e definitivo. Funcionou como uma espécie de “chamado” para o Planeta Vermelho e para a questão do que de fato a Agência Espacial Norte-Americana (NASA) já havia descoberto ou fotografado em Marte.
Em 1971, a espaçonave Mariner 9 também entrou na órbita marciana, sendo a primeira nave a conseguir esse feito. Nessa época, eu já havia me motivado a fazer os primeiros questionamentos sobre o que reinava naquele mundo e se existiam condições favoráveis para existência de formas de vida, inclusive mais avançadas do que a terrestre. O acesso ao material fotográfico conseguido nas missões espaciais era mais do que deficitário. Em um mundo ainda sem internet, e no qual a NASA não tinha qualquer forma de compromisso ou obrigatoriedade de liberar a vasta documentação fotográfica que começava a ser gerada, os interessados em acompanhar as novidades dependiam inteiramente daquilo que a agência espacial decidia que a humanidade poderia tomar conhecimento.
Conseguíamos informações por meio de uma mídia na maioria das vezes desinteressada e com pouca capacidade investigativa da real condição que a própria agência tinha de documentar diretamente a presença alienígena na órbita de nosso planeta. Dessa forma aquele exemplar da Planeta foi o marco das minhas buscas para descobrir o que de fato existiu no passado de Marte. Passei então a acompanhar as missões seguintes ao planeta, não só por parte da própria NASA, mas também pelos soviéticos, e pouco depois pelos projetos de exploração desenvolvidos pela Agência Espacial Europeia (ESA).
As primeiras dificuldades
Minha primeira oportunidade de ficar frente a frente com a imagem da face de Cydonia, que será apresentada ao leitor neste trabalho, como parece ter acontecido com outros pesquisadores, foi fundamental em minha jornada em busca da verdade sobre esse mundo do Sistema Solar, o que mais se assemelha ao planeta Terra entre todos. Agora, no momento em que acabo de finalizar meu sétimo livro, Marte: A Verdade Encoberta [Editora Conhecimento, 2013] — minha primeira obra dedicada integralmente aos mistérios do Planeta Vermelho —, recebi um desafio muito especial de um amigo, convidando-me para aprofundar determinados aspectos relativos à presença de uma antiga civilização alienígena no passado e também no presente do planeta, inclusive em sua área subterrânea. Foi exatamente isso que fiz nos últimos meses, ao preparar esta edição, que mostrará um planeta Marte que os leitores desconhecem.
Minha pretensão é mostrar para o leitor como e porque as condições para a presença de vida em Marte, inclusive de formas semelhantes às terrestres, de início extremamente favoráveis, se deterioraram progressivamente em sua superfície e quais alternativas poderiam ter sido ou foram exploradas pelos descendentes de uma antiga civilização marciana, cujas ruínas ainda hoje podem ser encontradas.
Fatos importantes sobre o planeta vizinho
Marte é o quarto planeta a partir do Sol e o segundo menor do Sistema Solar. Batizado em homenagem ao deus romano da guerra, muitas vezes é denominado de Planeta Vermelho porque o óxido de ferro predominante em sua superfície lhe dá uma aparência avermelhada. Trata-se de um planeta rochoso com uma atmosfera fina e características de superfície que lembram tanto as crateras de impacto da Lua quanto vulcões, vales, desertos e calotas polares da Terra. O período de rotação e os ciclos sazonais de Marte também são semelhantes aos da Terra, assim como é a inclinação que produz as suas estações do ano.
Marte está sendo explorado presentemente por cinco espaçonaves, três em órbita (Mars Odyssey, Mars Express e Mars Reconnaissance Orbiter) e duas na superfície (Mars Exploration Rover Opportunity e Mars Science Laboratory Curiosity). Entre as espaçonaves desativadas que já o exploraram e ainda estão em sua superfície estão a Spirit e várias outras sondas e rovers, como a Phoenix, que completou sua missão em 2008. As observações feitas pela Mars Reconnaissance Orbiter revelaram a possibilidade de que exista água corrente no planeta durante os meses mais quentes. Em 2013, o rover Curiosity, da NASA, descobriu que o solo de Marte contém até 3% de água em sua massa. É crescente o número de cientistas e estudiosos que acredita que o Planeta Vermelho tenha formas de vida vegetal e talvez animal primária, e que tenha tido vida inteligente no passado.
Características planetárias
Número de satélites 2
Diâmetro equatorial 6.792,4 km
Duração do dia 24h37m22s
Temperatura média -63 C
Temperatura mínima -143 C
Temperatura máxima 35 C
Composição da atmosfera
Dióxido de carbono 95,%
Nitrogênio 2,7%
Argônio 1,6%
Oxigênio 0,2%
Monóxido de carbono 0,07%
Vapor de água 0,03%