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Kepler pode encontrar luas extrassolares habitáveis

Renato A. Azevedo

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A vida extraterrestre pode estar evoluindo nas exoluas
Créditos: Wikimedia

A ficção científica antecipou o que pode brevemente se tornar uma realidade científica: em sistemas solares distantes da Terra, os melhores lugares para procurar vida podem se revelar como luas de planetas gigantes. Em filmes como Star Wars, com as luas de Yavin e Endor, e no recente Avatar e sua lua Pandora, os autores podem ter chegado perto do que podem ser os lares de várias espécies alienígenas.

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Da longa lista de exoplanetas já constam mundos gigantes gasosos que, embora sejam inóspitos para a vida conforme a conhecemos, se localizam dentro da zona habitável de suas estrelas. Exemplos são os planetas dos sistemas das estrelas Gliese 876, HD 134897, 47 Ursae Majoris, e outros, cujo número já passa de 30. Como é altamente provável que existam satélites ao redor desses corpos, cresce a possibilidade de que essas luas sejam mundos habitáveis, onde a vida pode surgir e evoluir.

Recentemente os cientistas ligados ao telescópio espacial Kepler fizeram o anúncio da descoberta do primeiro sistema com dois planetas localizado pelo instrumento. Mas desde antes do lançamento do Kepler, em 2009, cientistas têm discutido a possibilidade de localizar também as luas dos exoplanetas ou exoluas.

O Kepler utiliza o método do trânsito, buscando variações mínimas no brilho de estrelas, que denunciem a passagem diante destas de um planeta em sua órbita. Segundo a equipe da Universidade College London, coordenada pelo doutor David Kipping, os astrônomos esperam detectar variações na trajetória prevista dos planetas durante os trânsitos.

Assim como a maioria dos exoplanetas foi descoberta com o método da velocidade radial, baseado no fato de que a gravidade de um planeta “puxa” sua estrela, igualmente a gravidade de uma exolua afetaria a trajetória prevista de seu mundo. Um planeta gasoso como Saturno, grande, mas pouco denso, seria o ideal para tentar esse método. O doutor Kipping acredita que o Kepler possui sensibilidade suficiente para que alterações resultantes da gravidade lunar possam ser medidas, por meio da posição e velocidade do planeta.

Os astrônomos acreditam que exoluas com cerca de 20 por cento da massa da Terra podem ser detectadas pelos instrumentos do Kepler. O alvo do telescópio se situa a até 500 anos-luz do Sol, e ele tem potencial de vasculhar tanto exoplanetas quanto exoluas ao redor de mais de 25.000 estrelas.

De acordo com o doutor Kipping: “Pela primeira vez nós demonstramos que luas potencialmente habitáveis a até centenas de anos-luz de distância poderão ser detectadas com os instrumentos atualmente disponíveis. Conforme rodávamos as simulações, ficamos surpresos que até luas com apenas um quinto da massa da Terra poderão ser detectadas. Parece provável que existam muitos milhares, talvez milhões, de exoluas habitáveis na galáxia, e nós poderemos começar a encontrá-las agora“.

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