Após passar alguns dias em Portugal a convite da Sociedade Portuguesa de Ovnilogia (SPO), para participar do Iº Encontro Internacional de Ovnilogia, que se realizou em 05 de Julho, o editor da Revista UFO A. J. Gevaerd, apresentou os principais casos ufológicos ocorridos no Brasil, entre eles o Caso Varginha, o Caso Riolândia, a Operação Prato e a Noite Oficial dos UFOs no Brasil. Além do evento principal, Gevaerd expôs suas pesquisas em mais três palestras posteriores, em Salvaterra de Magos, Lisboa e Cascais. Ao fim do último encontro, o ufólogo concedeu entrevista exclusiva ao jornal português Comércio do Seixal e Sesimbra, onde falou abertamente sobre sua opinião em relação aos UFO e a impressão que teve da comunidade ufológica portuguesa.
Vamos para entrevista
A. J. Gevaerd, com apenas 21 anos, criou o Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), sendo esta a maior entidade do gênero do mundo e que se orgulha de ser o presidente. Em 1985, fundou a Revista UFO, que desde então é o editor, sendo esta a única publicação ufológica existente no Brasil e a mais antiga em circulação em todo o mundo. O entrevistado é também editor de uma grande série de livros especializados em Ufologia e autor de centenas de artigos publicados em revistas de todo o mundo e nos mais diversos sites. A forma séria e aplicada com que estuda o Fenômeno UFO lhe abriu muitas portas, sempre participando de inúmeros programas de televisão e entidades mundiais que não se inibem em convidar este ativo pesquisador para a divulgação pública dos seus profundos conhecimentos. A Sociedade Portuguesa de Ovnilogia (SPO), a mais prestigiada entidade de Portugal no estudo do Fenômeno UFO, convidou A. J. Gevaerd para participar do Iº Encontro Internacional de Ovnilogia que se realizou em 05 de Julho, no auditório do Instituto Português da Juventude (IPJ) e posteriormente para mais três palestras em Salvaterra de Magos, Lisboa e Cascais.
Como surgiu o seu interesse pelos UFOs? Quando eu tinha entre 11 e 14 anos era estudante de temas diversos e me fascinava em particular com a questão dos discos voadores. Em nossa casa, no interior do Paraná, sempre vinha nos visitar uma senhora, amiga de minha mãe, que falava um monte de besteiras e trazia algumas revistas de discos voadores que havia na época, como a revista Planeta. Quem acabava lendo essas revistas era eu. Foi assim então que comecei a recortar, organizar e catalogar com muito cuidado jornais que publicassem notícias desse assunto. Com 14 anos eu já tinha mais de 10.000 recortes organizados de jornais. Eu fazia pesquisa e já tinha feito uma pequena palestra, enfim, comecei com muito cuidado. Comecei desde cedo essa atividade e nunca mais parei. Sou, hoje, a única pessoa no Brasil que vive disso. Eu vivo profissionalmente disso.
O senhor já viu algum disco voador? Já. Eu tive alguns avistamentos em versões muito simplórias se comparados aos vistos, por exemplo, no Amazonas. O primeiro caso foi em 1992, de quase uma perseguição, porque na verdade não houve nenhuma agressão. O objeto estava ao longe no deserto do Nevada e eu estava no carro com a minha primeira mulher e mais um casal de amigos. Nós fomos seguidos por um disco voador a pouco mais de 50 km da área 51. Em 1996, quando estava no Pantanal, eu observei uma pequena luz no céu voando bem rápida. Tive também outros avistamentos, coisinhas muito simples. A nível de experiência pessoal eu não teria razão para estar motivado para pesquisar UFOs como eu estou.
Então o senhor acredita que os UFOs são naves vindas do espaço e de outros planetas? Tenho a absoluta convicção disso. Essas naves são projetadas e construídas em fábricas com linhas de montagem em outros planetas e por várias civilizações. Os UFOs têm diversas origens, e estão aqui na Terra há muito tempo, há milênios, observando com interesse o nosso progresso, as nossas atividades sociais, humanas e coletivas.
O Brasil é, sem dúvida, o país mais visitado pelos chamados UFOs. Existe alguma justificativa para isso? Eu acho na verdade que todos os países são igualmente visitados pelos discos voadores. O que há de diferente entre o Brasil e países da América Latina com outros europeus, por exemplo, é que nós somos mais abertos. As pessoas que têm experiências relatam com mais facilidade, com menos receio. Isso é um fator decisivo e que dá a impressão de que no Brasil aparecem mais casos, mas não é. Os casos estão em todo o mundo. No Brasil há uma vasta investigação e as pessoas têm mais liberdade, mais abertura para falarem das suas experiências.
Quais são os outros países com maiores números de casos ufológicos relatados? Do mundo, eu diria que o Chile e o México estão entre aqueles com maior intensidade de ocorrências ufológicas.
Como você classifica Portugal? Há casos aqui extraordinários. Alguns dos quais eu já tive contato, já pude ver o que se passa. Casos de grande porte. Em conversa com diversos investigadores eu percebi que certos fatos da casuística ufológica portuguesa são bem parecidos com os casos ocorridos no Brasil.
Para o senhor qual é o caso mais famoso já ocorrido em Portugal? Para mim, o mais extraordinário foi o caso do comandante Júlio Guerra que teve um avistamento em 1982. Esse ano foi excepcional em avistamentos em todo o mundo e em especial no Brasil e também em Portugal, e claro, o caso de Fátima em 1917, que todos nós sabemos que tem a ver com extraterrestres.
O senhor acredita que em Portugal existam bons investigadores com estrutura para estudo e pesquisa? Eu estou levando uma impressão muito boa, não somente da casuística portuguesa, mas também dos investigadores portugueses do fenômeno UFO. São pessoas sérias, mas que eu gostaria de ver trabalhando juntas e não isoladas, em grupos onde não houvesse divisões. Com isso eu estou triste. Eu queria que a Ufologia portuguesa tivesse mais união. A Ufologia é uma coisa que se pratica com muitos cérebros. Quantos mais cérebros trabalharem juntos melhor. Individualmente, os ufólogos que eu conheci aqui são muito bons. Estou levando de Portugal impressões positivas para apresentar aos meus amigos brasileiros.
Quais os critérios usados pelo Gevaerd na seleção dos casos, ou seja, dos que merecem uma atenção especial? Bem, no Brasil nós temos poucas fraudes. O que temos são erros de interpretação, mas não são fraudes. Quando alguém nos vem contar uma história ou uma ocorrência, geralmente ela vem motivada a nos dá uma informação e não nos enganar. O que acontece é que essa informação possa estar equivocada. Ela pode ter visto algo banal, como uma estrela, e achar que viu um UFO. Mas também há o contrário. Então aplicamos os critérios básicos.
A credibilidade aumenta conforme o maior número de pessoas que presenciaram simultaneamente o mesmo fenômeno, juntas ou separadas. Casos de objetos e luzes a curta distância são os meus preferidos e principalmente aqueles vistos em plena luz do dia.
Como investigador e editor da Revista UFO as suas responsabilidades aumentam. O senhor vai para campo fazer estudos, conversar com as testemunhas e apurar os casos? Há casos que requer tudo isso. Eu gosto de falar com as testemunhas principais e com algumas outras pessoas para testar a veracidade dos fatos, para provar e comprovar a credibilidade das pessoas envolvidas e chegar as condições da observação para ver se os detalhes estão certos. Há casos que necessitam de um envolvimento bastante grande por parte dos Ufólogos. Enquanto outro não há muito o que fazer. Como no caso dos UFOs na Amazônia foi preciso esforço para chegar a eles. Mas eu chego, porque essa é a nossa obrigação, o meu trabalho e gosto de fazer isso. Gosto de conversar com as testemunhas e tenho o maior prazer em ouvi-las.
Entre os tantos casos investigados por você, qual foi o que mais tem impressionou e que te deu a sensação de que realmente não estamos sós no universo? O Caso Varginha, por exemplo, é um dos casos mais importantes. Foi a queda de um disco voador na cidade de Varginha, em 20 de janeiro de 1996. É um caso tão significativo como a Noite Oficial dos UFOs no Brasil, em que 21 naves com 100 metros de diâmetro sobrevoaram o país, em 19 de maio de 1986. São casos que deixaram absolutamente claro a natureza desses objetos.
Se nós somos realmente visitados por extraterrestres, porque eles nunca se apresentaram oficialmente? Eu acho que eles se apresentam de forma inequívoca. Nós temos fotos de muitas flotillas no México, no Chile, em Lima.
Provas que as autoridades ignoram? A questão é que as autoridades ainda mantêm isso em sigilo. As fotos referem-se à segurança nacional. O pensamento militar ou governamental é o seguinte: um fenômeno sobre o qual não se tem controle e que não se sabe dar explicações à população, é preferível ignorá-lo, fazer de conta que ele não existe. É assim que funciona o governo e o meio militar. Os discos voadores estão fora do controle. Não está sob o controle de ninguém. Então é preferível que esse fenômeno seja ignorado ou pseudo ignorado. Agora, quanto ao haver uma manifestação de maneira mais aberta, eu entendo assim. Eles têm o poder de ir e vir. Eles podem vir aqui quantas vezes eles que quiserem. Fazem isso há milhares de anos. Eu não sei até que ponto eles têm interesse em ter contato conosco e se esse contacto seria benéfico. Hoje, se essa aproximação acontecer, talvez não seja tão proveitoso para a humanidade. Os seres humanos vivem num mundo de problemas e que precisam ser superados. Temos que ser pessoas melhores. Aí sim seria bom ter um contato oficial com essas entidades. Eu acho que vai ser necessária uma mudança radical de tratamento, de pensamento e de conceitos da nossa parte para que esse contato aconteça. Se nós formos uma espécie mais avançada visitando uma espécie mais atrasada que ainda vive em clima de guerra, de exploração ao seu semelhante, que ainda impõe fome a milhões de seres humanos, decerto que nós iríamos ter todo o cuidado em entrar em contato com eles. As coisas têm que modificar, nós temos de ser pessoas melhores pessoas para aí sim acontecer o contato.
Muitos supostos visionários, médiuns e profetas já afirmaram que o contato entre nós e os extraterrestres está próximo. O que o senhor acha disso? Quando poderá acontecer? Não ouvi até agora nenhuma informação desses profetas que o contato ira acontecer no dia tal e aconteceu. Nunca aconteceu. A última revelação foi através da própria Revista UFO 126, em que Rogério de Almeida Freitas previu que os UFOs iriam chegar em massa numa determinada data. Isso não aconteceu. Eu não acreditava que isso fosse acontecer. Eu dei o fato como jornalístico, por quê? Porque ele é um homem de grande aptidão, diretor de uma entidade importante no Rio Grande do Norte e escritor de muitas obras espiritualistas consagradas no Brasil. O fato é que foi ele que fez a afirmação e ele que assumir o risco de passar essa previsão. Isso foi um fato jornalístico e nós publicamos, não dando apoio, não fazendo mérito e nem juízo da informação prestada. Apenas dando a notícia de que homem tal deu essa informação.
O que é que ele ganhou com isso? Vendeu mais livros? Pelo contrário. Ele está arrasado. Foi visto como excessivo. No meio ufológico ele está completamente acabado. No meio espiritual saiu bastante arranhado. Mas foi um homem corajoso. Acreditava que pudesse haver esse contato na data em que ele previu e prestou-se a dar essa informação ao público, mesmo sabendo que poderia ser tachado e foi, mesmo antes de acontecer o eventual contato, tomou muitas bordoadas, tomou de todos os lados e depois muito mais ainda. Hoje por exemplo, ele não gosta de ser chamado mais de Jan Val Ellam. Ele não tem mais esse pseudônimo. Hoje ele é Rogério de Almeida Freitas. Não lançou, que eu saiba, mais nenhum livro depois da previsão errada.
Como prevê que possa ser, se acontecer, um contato? Não tem como prever. Não tenho idéia se o contato vai ser massivo ou em grupos isolados. Eu acho que o fenômeno está acontecendo gradualmente de forma que teremos uma resposta sobre isso. Vai demorar um tempinho até isso acontecer, até termos uma informação sólida sobre isso. Eu aguardo pacientemente fazendo a minha parte, que é fazer a conscientização das pessoas para esse fato, sempre as preparando para rever conceitos. Faço isso regularmente trabalhando na campanha UFOs: Liberdade de Informação Já. Como ser humano e ufólogo eu estou fazendo a minha parte.
O que poderemos ganhar com esse contato? Eu acho que tudo. Eu acho que nós poderemos vencer tantas limitações que temos, assim que tivermos acesso a outras civilizações. Imagine o que pode ser mais importante que isso? Nós descobrimos que não estamos sós, que existem muitas espécies nos rondando, observando com interesse ativo por nós. Isso é fabuloso. Isso é muito forte. Eu acho que isso vai mudar tudo. Mas nós ainda não estamos preparados para isso. Eu acredito que agora não será possível, mas quando estivermos preparados será então muito benéfico.
Como foi sua participação no Iº Encontro Internacional de Ovnilogia, em Portugal, e as palestras que deu em algumas das nossas cidades? Eu acho que foi bastante proveitoso. Nós tivemos ao todo, desde o começo ao fim, nos quatro eventos, talvez entre 300 a 400 pessoas. Eu acho que o público levou para casa uma informa&cc
edil;ão de qualidade sobre o que acontece no Brasil. Esforcei-me para transmitir informações de qualidade, porque a minha fama de fazer Ufologia é de bom nível e de resultados. Apresentar o que de fato está acontecendo, sem nenhum acréscimo, sem nenhuma distorção. A minha preocupação é passar uma informação rica e isenta. O que eu ouvi nas conferências dos meus colegas portugueses foi de muito bom gosto, me agradou bastante, fiquei fascinado. Vou procurar intensificar ainda mais o entrosamento entre ufólogos brasileiros e portugueses.
Quer deixar alguma mensagem? Quero. Quero dizer que é fascinante fazer Ufologia. Fascinante. Aqueles que não tiveram oportunidade ainda, talvez estejam perdendo a chance de se adentrarem numa aventura realmente fascinante e enriquecedora. Eu sugiro a todos que, leiam mais e que se informem mais, porque nós podemos ser surpreendidos a qualquer momento com uma nova revoada de UFOs, aqui em Portugal, no Brasil, no México, onde quer que aconteça nós temos que tirar proveito disso. Precisamos saber quem são esses seres, porque estão vindo e vindo e que interesse tem por nós. Muitas pessoas certamente já devem ter visto algum UFO. Então, venham a público e procurem os investigadores da SPO. Entrem nos sites, relatem as suas experiências pessoais. Aquelas pessoas que ocuparam posições importantes no governo, nas Forças Aéreas ou alguma coisa assim, tenham coragem como o comandante Júlio Guerra e nos conte o que viu. Venham à frente.