A liberação de documentos ufológicos oficiais é sempre conseguida com muitos esforços e normalmente envolve a criação de comissões civis e uma legislação de apoio à liberdade de informação que nem todos os países possuem. Também depende do momento em que o pedido é colocado junto às autoridades, da estabilidade política da nação e de se ter, no governo, algum tipo de interlocução.
É certo que a maioria dos países detém dados sobre UFOs, ainda que seja por uma questão formal de registros anômalos ou de segurança nacional, devido à violação de espaço aéreo e fronteiras que esses objetos protagonizam. Porém, nações tecnologicamente mais avançadas e que têm orçamentos militares maiores vão além de registrar avistamentos — elas se dedicam a pesquisar o assunto, embora sempre neguem que o façam.
Desde 1965, ano em que este autor começou a estudar e analisar o Fenômeno UFO, nunca conseguimos obter um documento de nenhum organismo oficial, nem mesmo das Forças Armadas, que indicasse algum estudo referente ao tema na Argentina, país em que resido. O que temos é a informação de que um integrante dos meios militares levou pessoalmente a sério as investigações a respeito do ocorrido. Dentre os militares que se dedicaram ao tema estão o capitão de fragata Omar Roque Pagani e o capitão de fragata Daniel Perissé.
Pesquisas oficiais
O primeiro foi encarregado da Divisão UFO da Marinha Argentina, integrando junto ao capitão de fragata Constantino Nuñez a Comissão Permanente de Estudos do Fenômeno OVNI (Copefo), criada em 1962 e que deixou de existir em 1975. Por ocasião de uma reportagem, Pagani declarou: “Os UFOs existem. Foi comprovada a sua existência e seus deslocamentos inteligentes. Mas nada se sabe sobre sua natureza ou procedência”. Há também investigações de Pagani em casos ocorridos em agosto do ano de 1965, quando houve a primeira perseguição aérea de um UFO realizada pela aviação naval, na Base Naval Punta Índio.
Outro acontecimento que figura nos arquivos oficiais é o Caso Cabo Virgem, que ocorreu em 11 de agosto de 1964, em um voo matinal. O capitão de corveta Saúl Delgado pilotava um avião 5-G2 e deslocava-se da localidade de Ushuaia para a de Rio Gallegos quando se deparou com um UFO se movimentando em ziguezague à baixa altitude. Já em 03 de julho de 1965 Daniel Perissé, na base antártica argentina da Ilha Decepción, observou em conjunto com o pessoal do local o deslocamento do UFO que deixou rastros registrados nos magnetômetros — esse feito deu origem ao primeiro comunicado oficial da Marinha Argentina, avalizando testemunhas sobre o avistamento de um UFO na região antártica.
Em uma entrevista, Perissé frisou: “Entendo que a Força Aérea tenha feito investigações nesse campo e não tenho conhecimento de que outro organismo oficial mantenha estudos nesse sentido”. Outros países, como Estados Unidos, França, Espanha, Bélgica, Brasil, Japão, Uruguai, Peru, Equador e Chile, tiveram ou ainda têm oficialmente grupos especializados com equipes e tecnologias adequadas para a investigação do Fenômeno UFO. Nos Estados Unidos tivemos diversos projetos nos últimos 56 anos, sendo os mais famosos o Livro Azul e o Comitê Condon, da Universidade do Colorado.
TODO O CONTEÚDO DESTA EDIÇÃO ESTARÁ DISPONÍVEL NO SITE 60 DIAS APÓS A MESMA SER RECOLHIDA DAS BANCAS